Porto Alegre, 20 de novembro de 2015 – Estudo recente, divulgado pela
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU),
mostra que o Brasil deverá assumir a liderança mundial na exportação de
produtos agrícolas a partir de 2024, quando a área plantada será de 69.4
milhões de hectares – um crescimento de 20% da média obtida no biênio
2012/2014.
Apesar de o País apresentar as melhores condições naturais para
responder a esta demanda – considerando que seus maiores competidores tem
limitações na disponibilidade de água, de solos cultiváveis, entre outros
fatores -, há fortes indícios de que será preciso transpor algumas
barreiras. É o que observa o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura
Fernando Pimentel.
“Até 2024, o Brasil ainda pode enfrentar grandes percalços, além da
questão climática, que já é evidente. Nossa agricultura, apesar da elevada
competitividade, apresenta problemas crônicos, como a falta de seguro rural, a
permanência de um modelo de financiamento matricial quase caótico, além de um
ambiente de insegurança jurídica em várias frentes, o que pode afastar os
patrocinadores do crescimento”.
Pimentel assinala também que “o estado brasileiro, enquanto gestor de
políticas e principal financiador, está perdendo o controle da situação”,
e cita o recente caso envolvendo Tocantins, Goiás e Mato Grosso, que propuseram
a cobrança de ICMS para exportações de milho e soja, em confronto com a Lei
Kandir.
De acordo com o diretor da SNA, em curto prazo, caso os estoques mundiais
sigam elevados em 2016, “nossa agricultura deverá ser reduzida ao invés de
crescer, numa direção contrária ao que aponta o estudo da FAO”. Pimentel
afirma ainda que, “dentro de um contexto de demanda crescente, a soja como
fonte de proteína deve seguir como carro-chefe, seguida pelo milho e arroz, que
são fontes energéticas”.
2016 – ANO DE AJUSTES
Mesmo que a boa disponibilidade de crédito e os bons preços em dólar
(até o ano passado) tenham favorecido o crescimento da área plantada, o
diretor da SNA admite que o cenário agrícola está mudando.
“As mudanças foram atenuadas pela desvalorização do real, mas a
inadimplência também já cresceu no campo em 2015, pois muitos não
conseguiram renovar as linhas de custeio do ano passado, e 2016 deve ser um ano
de ajustes. É possível que os preços de terra se estabilizem ou até retraiam
um pouco, além do custo de arrendamento que já está caindo no cerrado.
Também haverá impacto no nível de tecnologia, o que já está sendo sentido
nessa safra de verão 2015/2016”.
EL NIÑO
De acordo com Pimentel, “se o clima ajudar, ainda teremos uma grande
safra”. Para ele, o El Niño não costuma impactar a safra brasileira em sua
totalidade. O diretor da SNA também acredita que a soja, o café e o milho,
com maior competitividade para exportação, devem seguir puxando a fila das
commodities agrícolas ‘in natura’. As informações partem da assessoria de
Imprensa da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 18/07/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,08Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.650,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1,300,00Milho Saca
R$ 65,50Preço base - Integração
Atualizado em: 17/07/2025 09:10