Porto Alegre, 18 de julho de 2022 – O Relatório Anual do Desmatamento agrega dados sobre o
total desmatado no Brasil em 2021 e confirma o avanço da atividade no Cerrado em publicação
divulgada nesta segunda, 18, pela iniciativa MapBiomas. O segundo maior bioma brasileiro teve alta
de 20,2% no desmatamento, foram 500.537 hectares desmatados contra 416.556 em 2020. No Cerrado
também está a maior área de vegetação derrubada de uma única vez no último ano: 4.977 ha,
desmatados em uma propriedade rural no município de Jaborandi (BA), uma área mais de oito vezes
maior que a reserva do Parque das Dunas, na capital baiana Salvador.
A concentração de área desmatada segue nos Estados do Matopiba. Maranhão, Tocantins, Piauí
e Bahia tiveram 73% de toda a área desmatada no Cerrado brasileiro – percentual que foi de 69% no
relatório anterior. Em relação a 2020, Tocantins foi o único Estado do Matopiba que desmatou
menos, com uma redução de 1,5%. Nos demais Estados, desmatamentos de grandes áreas ocorreram em
Minas Gerais (que teve aumento de 89% em relação a 2020, com 31.115,43 ha desmatados em 2021),
Mato Grosso do Sul (83% de aumento, com 28.356 ha desmatados), Bahia (43%, com 95.907 ha), Goiás
(35%, com 31.323 ha) e Piauí (18%, com 57.613 ha).
O Cerrado é o segundo bioma mais afetado pelo desmatamento e também aquele com maiores áreas
contínuas desmatadas, ocorrendo principalmente na região do Matopiba, onde a expansão de grãos
transforma o território e compete pela água com as comunidades tradicionais. O avanço desordenado
do desmatamento no local ameaça a porção mais preservada desse bioma, completa a diretora de
Ciência no IPAM e coordenadora do MapBiomas Cerrado e do MapBiomas Fogo, Ane Alencar.
Dos dez municípios com maiores desmatamentos de Cerrado, cinco estão na Bahia, quatro no
Maranhão e um no Piauí. O primeiro é São Desidério (BA), que registrou 17.839 ha em área
desmatada e ocupa a 12a posição na classificação de cidades que mais desmataram todos os biomas
no Brasil. Formosa do Rio Preto (BA), com 15.114 ha derrubados, e Jaborandi (BA), com 13.534 ha,
municípios com segunda e terceira maior área de Cerrado desmatada, respectivamente, ocupam a 15a e
19a posição na lista nacional.
A agropecuária é o principal vetor de pressão para o desmatamento do bioma, que ocorre,
principalmente, no segundo trimestre de cada ano. No relatório, pesquisadores calculam que 98% da
área desmatada no Cerrado em 2021 foi destinada a esse uso. Ainda 35.772 ha foram derrubados dentro
de unidades de conservação, sendo a maioria (99%) em Áreas de Proteção Ambiental, com
desmatamento também em Unidades de Proteção Integral – essas tiveram 443 ha desmatados. Em terras
indígenas no bioma o desmatamento subiu 79%, totalizando 3429 ha.
O Cerrado está tão ameaçado quanto a Amazônia e não pode ser mais desmatado. Temos só
cerca de 50% do bioma ainda vivo e esses remanescentes devem ser preservados, diz a pesquisadora no
IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e coordenadora científica no MapBiomas Brasil,
Julia Shimbo. As informações são da assessoria de imprensa do IPAM.
Revisão: Yasmim Borges (yasmim.borges@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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