Porto Alegre, 29 de outubro de 2015 – A crescente população mundial e o
aumento per capita da procura por alimentos vão ocasionar um forte crescimento
na demanda por água, que deve aumentar em torno de 50% em 2050.
Pensando nisso, a Câmara Técnica de Ciência e Tecnologia (CTCT) do
Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), em parceria com a Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), promoveu a Oficina Uso Racional e
Reúso de Água no Setor Agrícola, para discutir maneiras eficientes do
reaproveitamento da água na agricultura.
“O Brasil é rico em água e, portanto, devemos preservar e conservar o
recurso em termos de quantidade e qualidade”, afirmou o Coordenador de
Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias Filho, durante abertura da Oficina.
O evento, realizado nesta terça-feira (27/10), na sede da CNA, em
Brasília, reuniu mais de 50 participantes e contou com palestras e debates
sobre a gestão da oferta da água, através da ampliação, da racionalização
e do reúso. “O objetivo da Oficina foi contextualizar a prática do reúso no
setor agrícola, apresentando as dificuldades, desafios e oportunidades para
sua implantação”, destacou Nelson.
O primeiro painel foi conduzido pelo Consultor de Recursos Hídricos da
CNA, Wilson Bonança e pelo membro da Secretaria Nacional de Saneamento
Ambiental do Ministério das Cidades, Gustavo Zarif. Os dois palestrantes
levantaram questões sobre as definições dos conceitos de água bruta, água
de reúso direto e indireto e destacaram as diretrizes e critérios para
aplicação da resolução CNRH n 54 de 2005.
“O setor precisa de uma construção conjunta de uma normativa legal que
estabeleça novas normas para a prática do reúso direto não potável da
água na modalidade agrícola”, disse Gustavo.
O consultor Wilson Bonança enfatizou que o setor produtivo precisar
tratar o tema com eficiência e propor uma lei de reaproveitamento da água com
condições, instrumentos e ferramentas adequados que possam ser adotados e
aplicados em todos os estados brasileiros. “A resolução do Conselho Nacional
de Recursos Hídricos (CNRH) n 121 que define o reúso para fins agrícolas e
florestais ainda não está clara e necessita de novas diretrizes e
metodologias”, ressaltou.
O painel seguinte sobre a Utilização Racional da Água na Agricultura
contou com o gerente de Uso Sustentável de Água e Solo da Agência Nacional
das Águas (ANA), Devanir Garcia, que falou das experiências da Agência com o
reúso da água na irrigação. Ele revelou alguns aspectos que devem ser
considerados nesse sistema, como analisar os tipos de cultura e técnicas que
serão irrigadas, a qualidade necessária para o efluente a ser utilizado, em
função dos tipos de culturas a irrigar e as medidas de controle ambiental a
serem adotadas.
Os expositores Antônio Teixeira, professor da Universidade Federal de
Minas Gerais, e Demetrios Chrisrofidis, Coordenador-Geral do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) falaram sobre os cuidados do uso
da água residuária na fertirrigação. De acordo com o professor Antônio, os
produtores devem considerar os aspectos técnicos da adubação, uma vez que as
águas residuárias servirão não para suprir a demanda por água da planta,
mas sim por nutrientes das plantas. “É preciso muito cuidado na aplicação
desse sistema e conferir as doses adequadas da aplicação da água na
irrigação”, explicou.
Já o representante do MAPA, Demetrios Chrisrofidis afirmou que as áreas
irrigadas atualmente em produção precisam funcionar melhor, aperfeiçoando a
prática, com pesquisa, inovação e assistência técnica. Com relação às
áreas com agricultura tradicional, o palestrante acredita que o setor deva
implantar mais áreas irrigadas e identificar novas áreas com aptidão para
irrigar. “Nós necessitamos de estudo e planejamento para cultivar mais áreas
com técnicas sustentáveis, como o uso racional e reúso da água”,
finalizou. As informações partem da Assessoria de Comunicação da CNA.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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