Porto Alegre, 16 de janeiro de 2018 – O aumento dos preços internacionais
das commodities e a demanda da China devem fazer de 2018 um ano positivo para o
agronegócio do Paraná. O setor, um dos poucos que cresceu na crise econômica,
se prepara para avançar ainda mais, mesmo com uma estimativa menor para a
produção grãos.
“A safra paranaense de grãos será menor, por questões climáticas,
como a La Niña, mas dentro dos patamares históricos. Vamos continuar a crescer
na produção de frango, suínos e peixes, e devemos manter a posição de
maior produtor de proteína animal do País”, diz o secretário de Estado da
Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
Ortigara ressalta que o agronegócio representa 30% da economia do Paraná
e tem contribuído para o bom desempenho do Estado em indicadores de outros
setores, como a indústria, comércio, serviços e geração de empregos. “A
riqueza gerada no campo impacta toda a cadeia produtiva paranaense”, afirma.
A estimativa da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) é de
que o faturamento do agronegócio volte a crescer acima de 10%. “Em 2017
devemos ter fechado com receita próxima de R$ 71 bilhões, mas com crescimento
bem menor, em torno de 2% a 3% em relação a 2016”, explica Flávio Turra,
gerente técnico da Ocepar.
Segundo ele, para 2018, com a retomada dos preços, a venda dos estoques de
passagem e o aumento da industrialização da produção a perspectiva é que o
setor volte a crescer a taxa de dois dígitos. A meta da entidade é que as 220
cooperativas do Estado atinjam um faturamento conjunto de R$ 100 bilhões nos
próximos anos.
GRÃOS
Depois de um ano considerado excepcional para a safra paranaense, que bateu
o recorde de 41,6 milhões de toneladas, 2018 deve ter uma colheita menor, mas
que deve ser compensada pela melhora das cotações, de acordo com Turra. A
China, principal comprador de produtos do Paraná, deve continuar a demandar
tanto grãos quanto carnes.
A projeção do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da
Agricultura e do Abastecimento, é que a safra total 2017/2018 fique em 35,5
milhões de toneladas, 10% abaixo da anterior.
“O que tivemos na safra 2016/2017 foi uma combinação de fatores
favoráveis, com clima e alta produtividade. Foi uma marca histórica. Mas tudo
indica que, mantido o clima bom, a produção da safra 2017/2018 será boa”,
diz Francisco Carlos Simioni, diretor-geral do Deral.
INVESTIMENTOS
As cooperativas programam investimentos de R$ 2,2 bilhões para 2018, em
novas plantas industriais, principalmente de abate de processamento de frango e
suínos. É também na área de suínos que está em curso o maior investimento
das cooperativas – um frigorífico que a Frimesa vai construir em Assis
Chateaubriand, na região Oeste.
Considerado o maior da América Latina, o frigorífico, com capacidade para
abater 15 mil cabeças, deve levar a produção de suínos do Estado para um
novo patamar nos próximos anos.
Em produção de carne suína, o Paraná está em segundo lugar, com 21% de
participação, atrás apenas de Santa Catarina, com 26%. A expectativa é que,
como o novo projeto, o Estado passe a ser também o maior produtor.
FRANGOS
Maior produtor e exportador de frango do País, o Paraná é responsável
por 36,57% das exportações nacionais. Exportou US$ 2,34 bilhões de janeiro a
novembro de 2017 – 10% mais do que no mesmo período do ano passado.
A previsão do Sindicato da Indústria Avícola do Paraná (Sindiavipar),
é que a produção e a exportação de aves do Estado cresça entre 4% e 6% em
2018. O setor deve se beneficiar da retomada do consumo interno em 2018, depois
da queda provocada pela recessão.
A previsão da Associação Brasileira de Proteína Animal é que o consumo
de carne de frango per capita volte a crescer, passando de 41 quilos para 42
quilos. Em 2011, o consumo chegou a 47 quilos per capita. “Essa retomada, no
entanto, vai depender da velocidade da recomposição da renda. Isso deve
influenciar o consumo de carnes e também de lácteos” diz o secretário da
Agricultura, Norberto Ortigara.
VULNERÁVEIS
De acordo com o secretário, o Estado vai dar continuidade aos programas
para desenvolvimento do setor, com foco em sanidade, manejo de solos,
microbacias, fomento à agricultura familiar e atenção especial a regiões
mais vulneráveis, como as atendidas pelo programa Pró-Rural, que tem R$ 150
milhões com recursos do Banco Mundial (Bird).
O programa vem levando desenvolvimento e renda para produtores da região
Central do Paraná. Atualmente são 132 municípios beneficiados com
capacitação de agricultores, regularização fundiária, aquisição de
patrulhas para estradas rurais e projetos de agroindustrialização. As
informações partem da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná
(SEAB).
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 16/05/2025
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R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
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R$ 71,00Preço base - Integração
Atualizado em: 15/05/2025 09:30