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AGROPECUÁRIA: Adidos auxiliam na exportação de produtos e tecnologia – Mapa

23 de novembro de 2021
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Porto Alegre, 23 de novembro de 2021 – O Brasil ocupa papel central na
segurança alimentar e nutricional mundial e, mesmo durante a pandemia de
Covid-19, não deixou de produzir o suficiente para atender tanto ao mercado
local, como para exportar aos parceiros comerciais. Com o título de celeiro do
mundo, o Brasil fornece a outros países produtos que estão em um entre cinco
pratos de comida da população global. Mas não é só isso, o país ainda se
destaca na comercialização de tecnologia para a agricultura.

Mas, para que os produtos e conhecimento do agronegócio brasileiro cheguem
aos mais de 200 países para os quais o país exporta, primeiro, há que se ter
o interesse dos países para firmar tal relação comercial. Dos 177 mercados
abertos desde 2019, grande parte deles só foi possível a partir da atuação
dos adidos agrícolas, profissionais considerados os embaixadores do
agronegócio.

São eles que negociam o acesso aos países estrangeiros, promovem a
comercialização de produtos, monitoram a legislação do local de importação
para que todos os critérios sanitários e fitossanitários sejam atendidos,
além de intervir junto aos governos brasileiro e local caso haja algum entrave
comercial.

Atualmente, 27 adidos agrícolas representam os interesses brasileiros nas
regiões de Bangkok, Buenos Aires, Cairo, Camberra, Bogotá, Hanói, Jacarta,
Cidade do México, Lima, Londres, Moscou, Nova Dehli, Ottawa, Paris, Pretória,
Rabat, Riade, Roma, Seul, Singapura, Suiça, Tóquio e Washington. Em Pequim e
na União Europeia, são dois representantes, já que China e o bloco são os
maiores exportadores de produtos do agronegócio nacional. Com a posse dos novos
adidos selecionados recentemente, haverá mais um posto, em Berlim, na
Alemanha.

O número de profissionais é o maior desde que a função foi criada, em
2008 pelo Decreto 6.464. À época, foram abertos oito postos, mas a crescente
demanda por alimentos brasileiros em outros países fez com que as relações
bilaterais se intensificassem e a participação direta dos adidos se tornasse
essencial para o relacionamento entre os mercados.

“A segurança alimentar é baseada no tripé qualidade e sanidade do
alimento e possibilidade de comercializá-lo. Ou seja, mover o alimento do local
em que ele é produzido para a área em que será consumido atendendo a
critérios estabelecidos tanto pelo mercado exportador quanto pelo
importador”, explicou o adido Guilherme Costa, que integrou a primeira
seleção de adidos definida pelo Ministério da Agricultura.

Ele representou o Brasil em Genebra, na Suíça, de 2010 a 2014 e retornou
à função em 2019, em Bruxelas, como representante da Missão Permanente Junto
à União Europeia. O adido esteve em Brasília, de 18 a 29 de outubro, para o
3 Encontro dos Adidos Agrícolas, no qual foram alinhadas informações da
atuação dos representantes e discutidas estratégias para negociações
internacionais, promoção comercial, atração de investimentos e
internacionalização do setor agropecuário brasileiro.

Reconhecimento do diferencial brasileiro

É do continente europeu que o adido Guilherme Costa preside o Codex
Alimentarius, entidade vinculada à FAO (Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação) que trata dos padrões, diretrizes e
recomendações para segurança, qualidade e comércio leal de alimentos entre
os 189 membros (188 países mais o bloco da União Europeia).

De forma inédita, o Brasil é o país que mais tempo está à frente do
organismo, em seu quarto ano consecutivo. Costa conta que em 2017, o país
assumiu a presidência, tendo sido reeleito nos dois anos seguintes. “Esse é
o limite para um país ficar na presidência, mas com a pandemia não houve
reunião presencial em 2020 e, por decisão dos membros em encontro online,
chancelou-se a permanência brasileira ao longo de 2020”, explicou o adido ao
lembrar que neste mês de novembro haverá eleições no Codex.

Para Guilherme Costa, a excepcionalidade da longa permanência do Brasil na
presidência da comissão é um reconhecimento do país não só como grande
exportador de alimentos, mas também pela sua responsabilidade em produzir com
sustentabilidade e responsabilidade, variável considerada indispensável em
qualquer relação internacional atualmente.

“Essa temática faz parte do nosso portfólio. Não dá para se pensar
hoje em dia em discutir ou negociar comércio internacional agropecuário sem se
considerar a variável sustentabilidade. Todos os países têm o seu dever de
casa, mas o Brasil, pode-se dizer com conforto, que é exemplo por trabalhar com
tecnologia e ciência há muito tempo, principalmente a partir da Embrapa”,
destacou ele ao citar conceitos como poupa terra que permitem maior produção
no mesmo espaço.

Ao exportar produtos produzidos a partir de tecnologia verde e amarela, o
Brasil se torna referência para os demais com os quais mantêm relações. As
estratégias de relações comerciais vão além e tornam os países parceiros
estratégicos.

É o caso do Egito. A avaliação é do adido agrícola no país africano,
Cesar Simas Teles, que anunciou a abertura de dois novos mercados para sementes
de hortaliças.

“A exportação de sementes de hortaliças como pimentões, tomates,
pepino constrói uma parceria muito interessante, pois permite a exportação de
um produto com maior valor agregado”, comenta.

Ele explica que algumas sementes de tomates têm a medida em grama
comercializada mais caro do que ouro. “Estamos vendendo tecnologia neste caso.
Isso ainda permite que as nossas empresas tenham uma base internacional, já
que o governo local tem como objetivo atrair representantes brasileiros para
produzir as sementes in loco e abastecerem a demanda local, utilizando o Egito
como plataforma para a exportação para outros países na África e Ásia”.

“Assim, a parceria se dá com oportunidades entre um Egito, dependente da
exportação de sementes da União Europeia, e o Brasil, com um clima mais
parecido ao egípcio durante o verão, somando interesses para novas
possibilidades para ambos”, reforça Cesar.

Peculiaridades culturais

Atender as especificidades dos países importadores é condição básica
para quem quer importar. As diferenças culturais, muitas vezes, são grandes e
sobressaem ao modo nacional de produção. Esse é outro motivo que coloca o
Brasil como exportador de confiança para a segurança alimentar, fidelizando
mercados, defende o adido Guilherme Costa.

Maior exportador de carne halal do mundo, o Brasil tem expressiva
participação de seus produtos em mercados de países de maioria muçulmana.
Para atender a esse grupo, que representa mais de 2 bilhões de pessoas, a carne
é produzida de forma a atender rigorosas regras de sanidade e rastreabilidade,
respeitando ainda preceitos religiosos. A carne bovina ou de frango deve ser
certificada por empresas especializadas, que garantem o abate conforme ritual
permitido pelo islã.

O adido Cesar Teles destaca que da carne brasileira exportada, 50% da
proteína de frango é halal e 25% da carne bovina siga esses preceitos. Para o
Egito, especificamente, o Brasil é responsável por cerca de metade das
importações.

Halal é uma palavra árabe que significa lícito, permitido. É um conceito
seguido por muçulmanos em todo o mundo, no qual o abate do animal para consumo
deve seguir um ritual que permite a morte é instantânea, evitando o
sofrimento. Além de exportar os produtos de proteína animal, o Brasil é o
principal fornecedor de animal vivo. “Tanto as empresas egípcias quanto o
consumidor reconhecem a qualidade da carne brasileira”, avalia.

Outra grande repercussão do trabalho dos adidos no mercado do país
africano foi a abertura de mercado para produtos lácteos em um prazo recorde de
10 dias.

“Manteiga, leite condensado, leite em pó. Essa foi uma grande conquista,
que talvez não teria sido possível, sem o trabalho dos adidos”, celebrou, ao
citar outros produtos importantes da relação comercial que tiveram a
participação dos profissionais como ampliar importação de miúdos, produtos
processados de frango como patê, carne de porco para o percentual de 10% de
cristãos e também para caprinos reprodutores.

Para os próximos anos, ele ainda vislumbra oportunidades para que o
algodão e banana brasileiros cheguem ao país, sendo o potencial de
exportação da tecnologia nacional um mercado bastante atrativo. “Vejo o
Brasil como provedor de tecnologia com a venda de insumos como sementes e
equipamentos para a irrigação, e produção de açúcar nas usinas”,
reforça Cesar.

As informações partem da assessoria de imprensa do Mapa.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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