Porto Alegre, 1 de dezembro de 2021 – O aumento dos custos de produção no
setor agropecuário foi o tema central da live realizada, nesta segunda-feira
(29), pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), e contou com as
participações do presidente da bancada e deputado federal Sérgio Souza
(MDB-PR), do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do
Mato Grosso (Famato), Normando Corral e mediação do presidente do Instituto
Pensar Agropecuária (IPA), Nilson Leitão.
Na fala introdutória, o deputado Sérgio Souza destacou a força do Brasil
como grande player do mercado e um produtor respeitado mundo afora. Entretanto,
segundo ele, tais qualidades não impediram o aumento de custo considerável na
produção e o valor do alimento nas gôndolas dos supermercados.
O presidente da FPA explica que com o advento da pandemia, as pessoas
deixaram de consumir serviços para adquirir bens. “Não faltaram insumos para
os bens, mas houve uma crescente no valor da produção que o mundo não estava
esperando. Um trator agrícola não custava R$ 200 mil, hoje não se compra por
menos de R$ 300 mil”, explicou Sérgio Souza.
“Uma tonelada de cloreto de potássio era U$ 300 e hoje custa quase U$
1.000. Assim se sucedeu no setor produtivo. Uma alta que nada tem relação com
o agricultor, mas com o mercado”, completou o parlamentar.
Para o deputado, ainda há outro ponto importante a ser estudado pela FPA
como possível fator contribuinte para a situação adversa de custos de
produção: a dependência do Brasil em relação aos insumos. No entendimento
de Sérgio Souza, esse é um problema que já vem sendo monitorado pela bancada.
“Às vezes, temos fórmulas básicas para resolver determinados assuntos. Se a
dependência se mostrar maléfica ao país, tomaremos atitudes”, garantiu.
Outros projetos de lei que ora tramitam no Congresso Nacional foram
relacionados de forma direta pelo deputado com a discussão acerca dos custos de
produção e preços para o consumidor final. “Precisamos aprovar nossa
legislação de pesticidas, ela será fundamental para ter um alimento mais
saudável e independência, reduzindo custos e aumentando produtividade”,
afirmou.
Ciente das dificuldades que ainda precisam ser resolvidas, o presidente da
FPA enfatizou os avanços que os representantes do setor produtivo alcançaram
na Câmara e no Senado Federal nos últimos três anos. “O Brasil tem muita
responsabilidade na produção de alimentos. Aprovamos o Código Florestal, a
Lei do Agro que já colocou mais de R$ 100 bilhões nas mãos do setor
produtivo, o FIAgro, o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), a Lei do Fust
para colocar 5g no interior do país. Tudo isso é a FPA e vamos avançar em
outros temas que estão bem dialogados”, finalizou.
Para trazer o lado do produtor rural, o presidente da Famato, Normando
Corral, citou não ser fácil apontar o motivo e até quando o preço dos
alimentos pode subir. Mais difícil ainda, segundo Normando, é explicar ao
consumidor como funciona a engrenagem dos preços. “A produção rural,
diferente da indústria, não forma o preço do produto. Estamos sujeitos a lei
de mercado, que se dá pela oferta e demanda. Os fertilizantes, por exemplo,
aumentaram o preço em 200%”, pontuou.
Corral evidencia mais uma questão, segundo ele, relevante para o
crescimento dos custos, que ocorre com a retenção dos insumos nos países de
origem. “Quando alguém ouve que algo está acabando, eles estocam para uso
próprio. É normal, mas isso impacta na chegada dos insumos, e, obviamente, no
valor de mercado”, explicou.
Normando garante que não haverá falta de alimentos e que o Brasil se
tornou um país relevante na exportação porque possui excedentes. Ele crê que
uma exploração responsável das riquezas ajudaria o país a evitar
situações semelhantes no futuro. “Não se exporta antes do consumo interno,
então esqueçam a ideia de que vai faltar comida”, concluiu Corral.
Para o mediador da Live, o presidente do IPA, NIlson Leitão, “é nítido
que o parlamento tem ótimas ideias para as crises que podem surgir”. De acordo
com ele, legislações mais eficientes poderiam ter contornado a situação
atual. “Se tivéssemos segurança jurídica, algo que o agro luta desde sempre,
inclusive, poderíamos estar com esses assuntos resolvidos há algum tempo”,
encerrou. As informações partem da assessoria de imprensa da FPA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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