Porto Alegre, 4 de maio de 2021 – A sustentabilidade entrou,
definitivamente, para a pauta de governos, entidades e corporações do mundo
todo. Com a marca do pioneirismo, o setor algodoeiro foi um dos primeiros a se
preocupar com a questão no Brasil e incentivar boas práticas socioambientais a
partir do lançamento do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR). A
iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Abrapa,
completa 10 anos, com comprometimento crescente do produtor brasileiro: saímos
de 47% de certificação da produção nacional em 2011/12 para 75% na safra
2019/20, com previsão de ampliação no ciclo 2020/2021.
O ABR promove a gestão sustentável das fazendas por meio da evolução
progressiva de boas práticas sociais, ambientais e econômicas. A
certificação de cada unidade produtiva envolve o cumprimento de 178 itens,
desde saúde, segurança e bem-estar do trabalhador até proteção de nascentes
e preservação dos biomas e do solo. Na primeira safra de certificação, é
exigida a conformidade mínima de 85% dos itens. O índice deve ser de 87% na
segunda safra, 89% na terceira e 90% na quarta safra, sendo este o patamar a ser
mantido para a obtenção de novas certificações. As auditorias são anuais,
individuais e realizadas por empresas certificadoras de terceira parte.
Embora voluntária, a adesão cresce a cada safra, demonstrando o
engajamento do setor. Na Safra 2019/2020, o volume de pluma certificada chegou a
2,2 milhões de toneladas, 8% superior ao ciclo anterior. A área certificada
chegou a 1,24 milhão de hectares, para uma área total plantada de 1,66 milhão
de hectares.
Entre as primeiras unidades produtivas certificadas do país estão as
fazendas do Grupo Mizote, no Oeste da Bahia. que participam do programa Algodão
Brasileiro Responsável desde sua implementação, na safra 2011/2012. “Ser
certificados pelo ABR traz benefícios não apenas para a imagem do nosso grupo,
como também bons resultados operacionais. Com procedimentos adequados, tudo
melhora: desde o clima organizacional até o funcionamento das atividades de
rotina, com menos desperdícios e com funcionários satisfeitos, trabalhando
melhor”, relata Paulo Mizote, presidente do grupo.
O grupo JHS também está entre os pioneiros do ABR . “A retidão das
equipes do Programa ABR nas fazendas nos motiva a caminharmos juntos. Suas
orientações trazem ganhos efetivos para toda a cadeia e para todos os
profissionais envolvidos, gerando segurança, produtividade e equilíbrio
ambiental dentro e fora da porteira”, diz Roland Van der Groes, gerente do
grupo.
Luana Boff, proprietária da Fazenda Indaiá, localizada em Chapadão do
Sul (MS), destaca o apoio da Abrapa e da associação estadual na
implementação de boas práticas no campo. “A parceria entre Abrapa e Ampasul
nos possibilita, diariamente, um auxílio e monitoramento, a fim de atingir a
excelência na produção sustentável, pelos pilares ambiental, social e
econômico”, afirma. Na busca do equilíbrio ambiental e social, a Indaiá
trabalha com agricultura de precisão, plantio direto, diversidade de cultivares
e integração de lavoura-pecuária. “Proporcionamos uma boa qualidade de vida
aos colaboradores e seus familiares e buscarmos aprimorar diariamente a
segurança no trabalho”, conta Luana.
Haroldo Cunha, cotonicultor em Goiás e presidente do Instituto Brasileiro
do Algodão (IBA), aponta o compromisso com a sustentabilidade como um
diferencial da pluma brasileira no mercado internacional. “Se hoje somos o
quarto maior produtor e o segundo maior exportador de algodão do mundo, o
Programa ABR tem um papel decisivo em todo este processo”, salienta.
As boas práticas evoluíram com o programa. Marco Antonio Gonçalo dos
Santos, coordenador operacional do IMAmt – braço tecnológico da Associação
Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA) – atua na orientação aos
produtores no processo de certificação desde a primeira safra ABR. “No
início, havia um desconhecimento de como aplicar a legislação. Os produtores
achavam que seria muito complicado, tinham receio de receber as equipes
técnicas”, conta Santos. “Hoje a cultura mudou bastante, a maioria já fez o
dever de casa. O programa proporciona tranquilidade ao produtor”, avalia.
Essa também é a avaliação da Associação Brasileira de Normas
Técnicas – ABNT, uma das certificadoras responsáveis pelas auditorias e
emissão do certificado ABR. De acordo com o coordenador de Certificação de
Sistemas de Gestão da ABNT, Antonio Simões Parente, as auditorias realizadas
ao longo dos anos identificaram a evolução na gestão das unidades produtivas
“Pudemos perceber, também, a busca pela eficiência, pela competitividade,
pela prática da responsabilidade social nas lavouras de algodão. Isto resulta
na construção de uma boa imagem dos produtores e de um diferencial,
assegurando a sua permanência no mercado globalizado”, afirma Parente.
Para o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, o comprometimento dos
produtores brasileiros com melhoria contínua e práticas sustentáveis tende a
ser revertido em maior rentabilidade. É uma questão de tempo. “Trabalhamos
intensamente para mostrar ao mundo que somos o maior produtor de algodão
responsável do planeta e agregar valor à pluma brasileira”, destaca Busato.
As informações são da Abrapa.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 13/05/2025 09:50