Porto Alegre, 6 de fevereiro de 2017 – A economia do país vive um momento
turbulento e o agronegócio, apesar dos bons resultados que sustentam a balança
comercial, não está isento dos problemas vividos no Brasil. O tema será
discutido na tarde de sexta-feira, dia 17 de fevereiro, durante a vigésima
sétima Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que será realizada na Estação
Experimental do Arroz, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em
Cachoeirinha (RS). O economista Marcelo Portugal falará sobre o assunto na
palestra “A Conturbada Economia e os Reflexos na Lavoura”.
Conforme o especialista, o Brasil passa por três problemas interligados
para resolver: combate à inflação, retomada do crescimento econômico e
equilíbrio das contas públicas. Avalia que o cenário mais positivo é para a
inflação, pois os alimentos estão devolvendo boa parte da elevação ocorrida
ao longo de 2016. Além disso, a determinação do Banco Central em manter os
juros elevados até o final de 2016 também contribuiu para colocar a inflação
em uma trajetória de queda. “Em mais três meses a taxa de inflação, que
terminou 2016 em 6,29%, estará na meta estabelecida pelo Banco Central, que é
de 4,5%. O crescimento econômico deverá responder de forma lenta ao longo de
2017”, explica.
Sobre o ajuste fiscal, o economista ressalta que este será o mais difícil
dos desafios a serem cumpridos. Observa que o descontrole é de difícil
solução, pois envolve muita negociação política. Portugal acredita que o
principal motor do crescimento parece ser a queda nos juros, que permitirá mais
espaço financeiro para famílias e empresas. Mas, embora a queda esperada dos
juros ao longo do ano seja significativa, com a redução da Taxa Selic abaixo
de dois dígitos, a resposta da economia será lenta. “Ou seja, em 2017
provavelmente vamos superar a recessão, mas não vai ser uma Brastemp”,
pondera.
Para o especialista, nos últimos dez anos a agropecuária foi o setor mais
dinâmico da economia brasileira. Observa que o país é muito competitivo
nessa área e, portanto, o setor foi muito beneficiado pelo processo de
globalização econômica. “Fomos também beneficiados por questões
conjunturais, como a administração do casal Kirchner na Argentina, que
prejudicou especialmente a pecuária daquele país, abrindo mais espaço para a
carne brasileira no mercado mundial”, salienta.
Portugal lembra que as previsões da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a safra
de grãos são positivas para 2017, com uma colheita aproximada de 214 milhões
de toneladas de grãos. O economista adverte que os preços internacionais de
soja, nossa principal cultura, são atrativos, mais ainda se o câmbio mantiver
a trajetória observada nos últimos meses a próxima safra poderá ser plantada
com custos mais baixos. “Mesmo com as incertezas que pairam sobre o comércio
internacional atualmente, depois da eleição de Donald Trump, o comércio de
alimentos tende a manter-se relativamente sólido e ser menos influenciado por
possíveis políticas protecionistas”, analisa.
A Abertura Oficial da Colheita é organizada pela Federação das
Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). Mais
informações podem ser obtidas no site www.colheitadoarroz.com.br. As
informações partem da assessoria de imprensa da Federarroz.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 16/05/2025
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R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
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Atualizado em: 15/05/2025 09:30