Porto Alegre, 09 de novembro de 2021 – O diretor superintendente da União
Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Donizete Tokarski, defendeu
durante palestra na 15 Conferência BiodieselBr, realizada em São Paulo, a
criação de mecanismo legais para ampliar o controle da qualidade dos
combustíveis em todos os elos da cadeia do setor, inclusive do produto
importado.
O imediato banimento da utilização do diesel S 500 por ser excessivamente
poluente é a primeira medida que os órgãos governamentais deveriam adotar
nesta atualização dos programas de controle de qualidade, segundo proposta do
representante da Ubrabio na Conferência BiodieselBr.
Donizete Tokarski ressaltou na sua palestra que a falta de informações
precisas e a realização de estudos técnicos por parte das autoridades
governamentais do setor impedem que a sociedade brasileira identifique o perigo
da utilização do S 500 e as vantagens do uso de combustíveis mais limpos como
o biodiesel.
“No Brasil nós temos um potencial extraordinário para a produção de
biodiesel. Mas infelizmente não é isso que está sendo reconhecido pelo
governo, pela sociedade e pelo próprio Parlamento. Nós temos que melhorar a
qualidade da informação. A baixa qualidade da informação é que está
destruindo o biodiesel”, disse Donizete.
O dirigente da Ubrabio lembrou que nos países do Hemisfério Norte o diesel
S 500 já foi banido por suas características poluidoras. Ele também citou o
exemplo do Chile onde se utiliza o diesel com teores de enxofre abaixo de 15
partes por milhão (PPM). No Brasil, metade de todo o diesel utilizado é o S
500.
“Antes de olhar o entupimento dos filtros, é preciso olhar o entupimento
das veias dos corações de milhares de brasileiros que padecem ano a ano em
função da qualidade do combustível que nós utilizamos, esse combustível que
mata brasileiros. Essa é a qualidade que devemos analisar”, ressaltou
Donizete ao responder as críticas de que o biodiesel causa problemas nos
motores.
Conformidades
Na sua explanação, o dirigente da Ubrabio citou os dados de análise da
Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural de Biocombustíveis (ANP) que
mostram um índice de apenas 2,8 % de não conformidade nas amostras do diesel B
com 10% de biodiesel na mistura.
Donizete acrescentou que, do baixo índice (2,8%) de não conformidade das
amostras, mais da metade estava fora das especificações por imprecisão no
percentual de mistura obrigatória de biodiesel ao diesel fóssil, outros 29%
das amostram identificavam o ponto de fulgor fora das especificações e 7,8% de
enxofre. O percentual restante (9,4%) poderia estar associado ao biodiesel e
também ao diesel A, mas o trabalho da ANP não mostra.
O dirigente da Ubrabio lembrou que antes do começo da mistura de biodiesel
ao diesel de petróleo entidades que representavam caminhoneiros recomendavam a
adição de querosene nos tanques de combustível para evitar entupimentos.
Donizete também citou um comunicado da Volvo, de maio de 2020, em que a
montadora de caminhões reconhece que o diesel provoca a precipitação de
parafinas que entopem os filtros dos motores quando a temperatura ambiente está
próxima de zero, como na região Sul do Brasil.
Após várias experiências nas últimas Conferências do Clima quando
defendeu a inclusão do biodiesel como combustível mais adequado ao Brasil,
Donizete Tokarski lembrou que não são as recomendações internacionais que
vão melhorar a qualidade dos combustíveis na nossa matriz de transporte, e sim
atitudes da sociedade.
“Não é uma COP que vai mudar essa política nacional. Nós temos que ter
mais atitude. Governo e o Congresso Nacional têm papel fundamental, para que
essa transformação aconteça”, concluiu.
As informações partem da assessoria de imprensa da Ubrabio.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS
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