CÂMBIO: Direção externa e política local trazem volatilidade ao dólar

Porto Alegre, 8 de outubro de 2015 – A decisão unânime do Tribunal de
Contas da União (TCU), ontem, até que gerou uma abertura em alta do dólar
ante o real hoje, mas a percepção de que já “estava no preço” do câmbio
tanto a reprovação das contas de 2014 do governo Dilma Rousseff quanto o
terceiro adiamento, no Congresso, da análise dos vetos presidenciais inverteu a
direção local, para o negativo, em linha com o sinal vindo do exterior.

Às 9h40, o dólar comercial caía 0,07%, a R$ 3,8740 para a venda. O
contrato futuro para novembro cedia 0,35%, a R$ 3,9020. No exterior, o Dollar
Index tinha leve baixa de 0,05%, à espera da ata da reunião de setembro do
Federal Reserve, às 15h, que pode trazer pistas sobre quando se dará a
primeira alta do juro norte-americano desde 2006. Já o Banco Central Europeu
(BCE) adotou, também em ata, um tom suave (“dovish”) em relação à adoção
de mais estímulos.

Um operador de câmbio da tesouraria de um banco avalia que a volatilidade
deve seguir presente no mercado doméstico hoje, em meio à tensão com o
cenário político brasileiro e diante do comportamento das moedas no exterior.
Para ele, a rejeição das contas públicas de 2014 da presidente Dilma Rousseff
tenderia a enfraquecer o real, “mas o mercado antecipou ontem essa derrota no
TCU e também sobre os vetos no Congresso”.

Para o analista de câmbio da Correparti Corretora, Guilherme Esquelbek,
“novamente o cenário político deveria dar um rumo para a moeda,
internamente”. Ele lembra que os recentes acontecimentos na esfera política
elevam a percepção dos agentes de que o governo não consiga recompor a base
aliada. Ao mesmo tempo, abre espaço para um processo de impeachment mais
concreto, o que deve manter pressão nos negócios. As informações partem da
agência CMA.

Revisão: Tarcila Mendes (tarcila.freitas@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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