Porto Alegre, 16 de setembro de 2021 – O dólar fechou em R$ 5,2660, com
alta de 0,67%. Esta elevação deve-se ao temor de uma desaceleração mais
forte na China e aos índices positivos dos Estados Unidos. No âmbito interno,
as já habituais incertezas fiscais continuam preocupando o mercado e
enfraquecendo o real.
Para o economista da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “os números
ruins do varejo chinês, somados à notícia de que a Evergrande gigante
incorporadora chinesa – está em moratória, apontam a desaceleração da
China”.
Em contrapartida, os indicadores nos Estados Unidos são animadores: “As
vendas no varejo foram muito fortes, apesar da variante Delta. Isso é um
indicativo de que talvez o FED antecipe o tapering (remoção de estímulos)”,
pontua Borsoi.
Já no cenário interno, as preocupações fiscais – como os precatórios –
começam a fazer par para o ressurgimento de um ambiente político conturbado:
“A carta do Bolsonaro começa a perder força, como foi visto na devolução da
MP das fake news pelo (presidente do Senado, Rodrigo) Pacheco e na convocação
da ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Valle, para depor na CPI da Covid”,
enfatiza Borsoi.
Segundo o economista da Renascença Corretora, Daniel Queiroz, “as
preocupações fiscais têm deixado o mercado receoso, e isso não traz alívio
há algum tempo. A leitura do mercado é que faltam ações efetivas. A
paciência está se esgotando”, enfatiza.
De acordo com o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “o
aumento do varejo nos Estados Unidos é algo mais pontual (+0,7 em agosto ante
julho, enquanto as expectativas eram de -0,8%) – assim como a queda do preço do
minério de ferro – sem grandes impactos no câmbio”.
Por outro lado, Weigt vê um real bem resiliente, com pequenas oscilações
nas últimas semanas, com exceção dos dias 8 e 9 de setembro, datas que
envolveram os impactos do discurso do presidente no Dia da Independência e a
carta do chefe do executivo, respectivamente.
“O fundamento é de um real ainda bastante desvalorizado, mas este movimento
de taxas de juros é benéfico para a moeda brasileira”, fala Weigt,
referindo-se à Selic (taxa básica de juros), que deve sofrer aumento de 100
pontos percentuais na próxima semana.
Apesar disso, a parte fiscal ainda continua sendo o maior entrave ao real:
“A questão fiscal continua sem direção, cada hora surge uma proposta”,
pontua o Weigt. Ele ainda ressalta que, resolvendo estas celeumas, o dólar
tende a cair com mais força até o final de 2021.
As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 29/04/2025 09:50