CÂMBIO: Temor de recessão global turbina dólar

Porto Alegre, 19 de agosto de 2022 – O dólar segue em alta. O conturbado cenário de aversão
global ao risco fortalece a moeda estadunidense antes seus pares e emergentes, com o mercado
colocando em dúvida a eficácia do controle inflacionário nos Estados Unidos, o que contribui para
uma recessão global.

Segundo o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “o grande erro é que o
mercado se precipitou, e o cenário demora um pouco para chegar a um alívio”. O economista explica
que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) pode apresentar alguma novidade no
simpósio de Jackson Hole, que ocorre na próxima semana nos Estados Unidos, e que isso afeta
diretamente as moedas globais.

Borsoi entende que a alta das commodities energéticas também impacta negativamente o processo
e desinflação global, e ainda diz que o real continua com os fundamentos bons, mas que a moeda
brasileira está inserida no processo de valorização global do dólar.

Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “o dólar está acompanhando o tom
pessimista do mercado, e ontem alguns diretores do Fed reforçaram que irão lutar contra a
inflação”.

O presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, defende um aumento de 0,75 ponto percentual
(pp) já na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), em
setembro. Komura, contudo, acho que a alta deve ser de 0,50 pp, mas alerta, “quando olhamos os dados
de inflação, concordamos com os analistas que entendem que o Fed precisa ser mais duro. A barreira
não é a inflação de bens, mas a de serviços”, explica.

Por volta das 11h54 (horário de Brasília), o dólar comercial subia 0,88%, cotado a R$ 5,2170 para
venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2022
avançava 0,77%, cotado a R$ 5.230,00.

As informações são da Agência CMA.

Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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