Porto Alegre, 4 de maio de 2020 – O dólar comercial opera em forte alta
frente ao real desde a abertura dos negócios, ao redor de R$ 5,60, refletindo a
aversão ao risco que prevalece no exterior em meio à subida de tom dos
Estados Unidos contra a China em relação ao novo coronavírus. Além da
correção na volta do feriado prolongado
Às 10h10 (de Brasília), a moeda norte-americana avançava 2,96% no
mercado à vista, cotada a R$ 5,5980 para venda, enquanto o contrato futuro para
junho subia 1,93%, a R$ 5,6030. Lá fora, o Dollar Index tinha alta de 0,33%,
aos 99,400 pontos.
O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, destaca que a
escalada das tensões entre Estados Unidos e China alimentou o mau humor na
Ásia, no qual o mercado acionário fechou com forte queda, além da liquidez
reduzida na região com feriados no Japão e em parte da China.
“O presidente [norte-americano] Donald Trump afirmou acreditar que um erro
cometido na China foi a causa da disseminação do novo coronavírus. Enquanto
o secretário de Estado, Mike Pompeo, alegou haver enormes evidências de que o
surto começou em um laboratório no país, sem apresentar provas que
sustentasse a acusação”, comenta o economista.
O analista da corretora Mirae Asset, Pedro Galdi, acrescenta que, diante
disso, Trump voltou a “ameaçar” a China de que pode retirar as reduções das
tarifas comerciais negociadas no fim do ano e até mesmo elevá-las com a
acusação de que o país asiático foi o responsável pela evolução do vírus
no mundo.
Rosa ressalta que, nesta semana, tem a reunião de Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central no qual a aposta é de corte de 0,50 ponto
percentual (pp) na taxa básica de juros (Selic), indo a 3,25% ao ano. “Além
disso, tem o aumento das turbulências políticas, ameaçando a agenda fiscal e
reformista, o que pode levar a uma postura mais cautelosa por parte do Banco
Central”, diz. Com informações da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 05/08/2025 09:30