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CARNE BOVINA: Mercado tem aumento da oferta e retomada do consumo doméstico – Rabobank

9 de novembro de 2022
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Porto Alegre, 9 de novembro de 2022 – A consolidação da inversão do ciclo pecuário durante
um período de maior oferta, os riscos climáticos para a produção da próxima safra de grãos e
das pastagens, eleição do novo presidente, manutenção do auxílio Brasil, recuperação do poder
de compra da população, custos logísticos e a desaceleração da economia chinesa devem ser os
principais pontos de atenção em 2023. As informações partem do estudo do Rabobank intitulado
Perspectivas para o agronegócio brasileiro 2023.

A volatilidade deve ser uma variável que deve acompanhar o setor por mais um ano.

A elevação da oferta devido ao maior abate de vacas e a recuperação dos estoques de boi
magro e boi gordo devem ser um dos principais diferenciais com relação ao ano anterior. Isso
porque, a participação das fêmeas no início da entressafra em 2022 registrou o maior volume dos
últimos dois anos, de 42%, consequência da tendência de queda nos preços dos bezerros que vem
acompanhando o mercado desde o ano passado.

O aumento da demanda dos frigoríficos pelas fêmeas para ofertar ao mercado doméstico devido
aos preços menores em relação ao macho, tem se intensificado em algumas regiões em 2022. Com
relação à retomada do rebanho bovino, após registrar aumento de 1,5% em 2020, os dados recentes
de 2021 mostram que o rebanho registrou novo aumento de 3,1% – o maior efetivo da série histórica
– resultado de um movimento geral na retenção das fêmeas para elevar a produção de bezerros.

Este cenário, de maior disponibilidade de gado pronto para abate somado à expectativa de safra
recorde de grãos, deve aumentar a oferta de gado engordado a pasto e de gado engordado em
confinamento.

O Rabobank projeta um aumento de 2,0% na produção de carne bovina em 2023, guiados pelo
mercado internacional e pela retomada do consumo doméstico, que deve registrar melhora de 1,5% com
relação ao ano anterior.

Com relação às exportações, no acumulado de janeiro a outubro de 2022, a China ainda se
mantém como maior destino, seguidos por Estados Unidos e Egito. Hong Kong, que até o último ano
era o segundo maior importador, tem reduzido os volumes de compra e atualmente é o quarto maior
importador. Isso porque o aumento da fiscalização das autoridades chinesas nas regiões de
fronteira tem causado queda no uso do canal cinza via terrestre e reduzido a triangulação de
carnes entre os países. Juntos, China, EUA e Egito representam 65% de todas as vendas externas em
volume.

O ponto de instabilidade está nos riscos de novas suspensões dos embarques para a China, que
possuem baixo grau de previsibilidade e, pelas expectativas de desaceleração da economia chinesa
que devem impactar o consumo doméstico e consequentemente as importações de carne bovina.

A oportunidade para as exportações brasileiras, considerando este cenário, é que mesmo com a
queda na economia chinesa, a importância da carne bovina brasileira deve se manter em alta. Isto
deve ocorrer não somente devido aos preços mais baixos com relação aos outros países
exportadores – Brasil e Argentina continuam ofertando a carne bovina mais barata do mundo -mas,
também porque o chines tem elevado o número de refeições dentro do lar e, o tipo de corte
exportado pelo Brasil é o que tem se adaptado melhor ao consumo pela população chinesa.

Vale lembrar, que existe uma expectativa sobre o futuro das políticas de enfrentamento da
Covid-19 na China. Pois, o setor de foodservice foi um dos mais impactados pela política de
tolerância zero aplicada pelo governo. Em caso de novos lockdowns, com o chines passando mais tempo
em casa (e consumindo menos fora do lar), somado a forte recuperação nos preços da carne suína
no atacado/varejo, que eleva a competitividade da carne bovina para parte da população, novas
oportunidades para carne bovina brasileira podem surgir.

Quando olhamos para a demanda chinesa no médio prazo, as expectativas são de incremento nas
importações. Isso porque as mudanças nos hábitos de consumo durante o período da pandemia têm
elevado o consumo de carne bovina. Projetando um cenário de crescimento limitado da produção
local, a única alternativa é aumentar as compras externas. Nesse sentido, o Brasil deve se manter
bem posicionado no mercado chinês.

Com relação aos EUA, o principal desafio deve se manter na questão tarifária para surgir
novas oportunidades. Isso porque, o Brasil ainda não possui uma tarifa/cota específica de
exportação e está inserido em um grupo de “outros países” com uma cota anual de 65 mil toneladas
e que este ano já foi atingida no final do primeiro trimestre.

Com isso, os volumes mensais exportados caíram de 18 mil toneladas (no primeiro trimestre),
para cerca de 7,5 mil toneladas nos meses seguintes. A adoção de uma tarifa de importação de
24,6%, tem impactado negativamente na viabilidade de alguns compradores e novas oportunidades podem
surgir no próximo já que as projeções de queda de produção na carne bovina dos EUA de 3,5% em
volume, podem pressioná-los a elevar as importações do mercado internacional. Porém, sem
previsões concretas até o momento.

Neste cenário, o Brasil está bem posicionado não só por questões de preço, mas também
pelo potencial de oferta. A Austrália, que é historicamente um importante fornecedor de carne
bovina para os EUA, deve ter um ano de maior oferta e pode impactar na competição por esse mercado
também. O Oriente Médio e Europa devem continuar trazendo oportunidades para as exportações
brasileiras no próximo ano.

Olhando para os preços do boi gordo e da carne bovina para o próximo ano, eles devem ser
pressionados por conta do cenário de maior oferta e da recuperação da demanda local. O movimento
atípico de queda/estabilidade no segundo semestre de 2022 pode resultar em um início de ano com
desvalorização sazonal. Preços médios menores do boi gordo no próximo ano devem exigir ainda
mais eficiência e produtividade dentro da porteira para reduzir os impactos nas margens de
produção.

PONTOS DE ATENÇÃO

Considerando a volatilidade dos preços do boi gordo, que vem acompanhando o mercado nos
últimos anos, o uso de ferramentas como os derivativos são essenciais para garantia de margens e
mitigação dos riscos.

Novas suspensões nos embarques, principalmente para a China, devem continuar sendo motivos de
atenção para o setor exportador para 2023.

Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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