Porto Alegre, 6 de junho de 2023 – O principal assunto da avicultura nas últimas semanas foi a
confirmação dos casos de gripe aviária, até aqui treze, todos em aves silvestres, sendo nove no
Espírito santo, três no Rio de Janeiro e um no Rio Grande do Sul. Como estes eventos não foram em
granjas comerciais, não foi alterado o status do país de livre da doença, nem tampouco gerou
bloqueio das exportações. Todavia, a preocupação aumentou, dado o risco de introdução nas
granjas comerciais.
Com a acomodação dos preços dos insumos da ração, principalmente o milho, o spread da
avicultura está voltando ao campo positivo. A melhora só não foi mais sólida porque os preços
da ave viva seguem contidos. No Paraná, por exemplo, a queda do milho em maio contra o mês
anterior foi de 20,6% enquanto o farelo de soja cedeu 6,6%. Com isso, estimamos que os custos da
avicultura em maio tenham recuado 9,5% na média ponderada do PR e RS, para próximo de R$ 4,65 por
quilo.
No atacado, o frango inteiro congelado foi negociado na faixa de R$ 6,56 por quilo na média de
maio no estado de São Paulo, desvalorização de 3% em relação a abril, enquanto no comparativo
com maio de 2022 a queda é de 15%.
Do lado das exportações da proteína, o fluxo segue firme, com o acumulado do ano até maio
expandindo 9,3% sobre o período entre janeiro e maio de 2022, considerando a carne in natura. Em
maio, os embarques in natura foram de 402 mil toneladas, queda de 1,3%, porém, acompanhados de alta
de 1,8% no preço médio em relação ao mês anterior, pelo segundo mês consecutivo, após oito
meses em queda contínua. Com isso, o spread de exportação saiu de 57% em abril para 76% em maio,
apoiado na correção do preço de embarque e na queda dos custos de produção.
Mesmo com as margens apertadas no primeiro trimestre, o IBGE indicou expansão dos abates de
frangos no período. O aumento nas cabeças abatidas foi de 4,8% sobre igual período de 2022,
enquanto a produção de carne expandiu 6,4%, comas aves mais pesadas.
Perspectiva segue positiva, mas sob atenção com a gripe aviária
O cenário para a avicultura deverá continuar favorável, na medida em que os custos de
produção cedem com o aumento da oferta de grãos aliviando as margens. Certamente, isso valerá
desde que a gripe aviária não chegue no sistema comercial. Caso ocorra fechamento das
exportações, a oferta de carne no mercado interno tenderá a aumentar, potencialmente pressionando
os preços para baixo.
Na atualização dos números de oferta e demanda por carne de frango, o USDA reduziu a
estimativa de crescimento da produção brasileira em 2023, mas elevou as exportações, moderando o
crescimento previsto para o consumo doméstico. Estima-se que a produção brasileira em 2023
crescerá 2,8%, totalizando 14,87 milhões de toneladas, ante 3,5% estimados anteriormente. Ainda
assim, serão 410 mil toneladas a mais no ano. Para os Estados Unidos, maior produtor mundial, o
ajuste foi levemente para cima, de 1,3% para 1,5%, de modo que o crescimento americano deverá ser
de 305 mil toneladas.
Apesar do ajuste para menor na previsão de produção brasileira, o Brasil continuará sendo o
único entre os grandes exportadores a apresentar bom crescimento dos embarques. O departamento
americano prevê aumento de 6,8% nas exportações brasileiras, com o país embarcando 4,75 milhões
de toneladas, crescimento de 303 mil t, enquanto a exportação americana deverá crescer em apenas
31 mil toneladas.
Além disso, entre os importadores, chama atenção o ajuste nos números para a China. A
perspectiva de importações pelo país asiático, antes prevista para cair 3,9%, agora é estimada
sendo 18,5% maior que a de 2022, devendo alcançar 750 mil toneladas.
As informações são do Boletim Agro Mensal do Itaú BBA.
Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 15/08/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,57Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.665,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 68,75Preço base - Integração
Atualizado em: 14/08/2025 10:30