Porto Alegre, 9 de agosto de 2021 – As exportações brasileiras de carne
suína atingiram 102,7 mil toneladas em julho, performance que supera em 2,2% o
desempenho do mesmo mês de 2020 e receita 21,3% superior, com US$ 246,4
milhões. Os dados são da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e
indicam um novo ano de quebra de recordes. Desde janeiro, os embarques atingiram
665,4 mil toneladas, quase 15% acima do mesmo período do ano passado, e vendas
de US$ 1,596 bilhão, 24,8% a mais do que os sete primeiros meses de 2020.
Os principais importadores de nossa proteína seguem sendo a China (348,4
mil toneladas), Chile (37,7 mil toneladas), Uruguai (25 mil toneladas), Angola
(18,2 mil toneladas), Argentina (16,2 mil toneladas) e Filipinas (13,5 mil
toneladas). “Os países da América do Sul têm buscado apoio em nosso setor
produtivo para complementar a sua oferta interna, favorecendo a expectativa de
um fechamento de ano em patamares de exportação novamente acima de um milhão
de toneladas”, analisou com entusiasmo Ricardo Santin, presidente da ABPA.
Mas os agentes da cadeia produtiva no Brasil, que atuam com um rebanho de
mais de 40 milhões de cabeças, estão em alerta máximo desde que a República
Dominicana notificou casos da Peste Suína Africana (PSA) no país no fim do
mês passado, após anos livre da doença. No Brasil, a última ocorrência da
enfermidade foi em Pernambuco, em 1981, e as medidas aplicadas permitiram a
erradicação da doença três anos depois.
Desde 2018, a Peste se espalhou amplamente nos continentes asiático e
europeu, afetando mais de 50 países. E atingiu as Américas em 29 de julho,
exatamente no mesmo dia em que foi lançado o Plano Integrado de Vigilância de
Doença de Suínos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA), na presença dos dirigentes da Associação Brasileira de Criadores de
Suínos (ABCS).
O documento pretende fortalecer a capacidade de detecção precoce de casos
de Peste Suína Clássica (PSC), Peste Suína Africana (PSA) e a Síndrome
Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS), bem como demonstrar a ausência
das doenças nas granjas do país. “Toda a cadeia deve estar envolvida, pois
é um compromisso de todos manter e melhorar a vigilância animal implantada no
Brasil, protegendo a suinocultura nacional”, pregou Marcelo Lopes, presidente
da ABCS. “A implantação e execução do Plano exige o compromisso, ações
contínuas e conjuntas de responsabilidade dos setores público e privado”,
convocou o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes.
O chefe da Divisão de Sanidade dos Suídeos do MAPA, Guilherme Takeda,
explicou que a suinocultura brasileira possui condição sanitária bastante
favorável por ser considerada livre de doenças economicamente muito
importantes que ocorrem em várias partes do mundo. “A manutenção desta
condição sanitária no Brasil garante menores custos de produção e vantagem
competitiva no acesso a mercados internacionais”, destacou.
O plano do MAPA revisa e redefine os componentes do sistema como
vigilância sorológica baseada em risco, inspeções em estabelecimentos de
criação, investigação dos casos suspeitos, inspeção em abatedouros e
vigilância sorológica em suínos ‘asselvajados’.
Atenção semelhante aos alertas divulgados pelo Grupo Permanente de
Especialistas ligado ao Sistema Mundial de Informação em Saúde Animal (OIE –
WAHIS) e à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura
(FAO), que orienta os países para reforçar os controles de fronteira, bem
como implementar as normas internacionais da OIE sobre PSA para mitigar o risco
de introdução de doenças.
Reconhecer o risco elevado, compartilhar informações e resultados de
pesquisas com a comunidade veterinária global, pois será de importância
crítica para desencadear medidas precoces que podem proteger as populações de
suínos. Embora as Américas não estejam mais livres da PSA, o controle da
disseminação da doença para novos países ainda é possível por meio de
ações proativas, concretas e coordenadas de todas as partes interessadas
regionais, incluindo os setores público e privado. Conseguir isso será
fundamental para proteger a segurança alimentar e os meios de subsistência de
algumas das populações mais vulneráveis.
As informações partem da assessoria de imprensa da PorkExpo e do 10o
Congresso Internacional de Suinocultura, que acontece de 26 e 27 de outubro de
2022, em Foz do Iguaçu (PR), no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 25/04/2025
Suíno Independente kg vivo
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R$ 1.885,00Casquinha de soja à vista tonelada
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R$ 73,25Preço base - Integração
Atualizado em: 24/04/2025 09:50