Porto Alegre, 1 de junho de 2021 – A Associação Brasileira dos Criadores
de Suínos (ABCS) em conjunto com a 333 Brasil, organizaram na manhã da última
segunda-feira (31), o evento de capacitação das equipes de vacinadores que
irão atuar em campo no Projeto Piloto de Erradicação da Peste Suína
Clássica (PSC) no estado de Alagoas.
Esse projeto piloto faz parte do Plano Estratégico Brasil Livre de PSC,
criado através de uma importante parceria público-privada entre o Ministério
da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Agência de Defesa e
Inspeção Agropecuária de Alagoas (ADEAL) e entidades do setor privado como a
ABCS, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Instituto
Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a Zoetis.
Na ocasião, foram treinados 56 vacinadores contratados para atuarem nas
regiões do sertão, do agreste e do leste alagoano. O evento também contou com
a participação do quadro técnico de Médicos Veterinários oficiais das 15
unidades regionais da ADEAL, contabilizando o total de 130 participantes durante
todo o curso. A diretora técnica da ABCS, Charli Ludtke, explicou que a
contratação dos vacinadores e respectivos coordenadores de áreas só foi
possível pelo apoio financeiro do setor privado, em especial da ABPA e da ABCS
e seus associados, bem como a intermediação do IICA para que toda essa
campanha se concretizasse. Todo o projeto contou com o desenvolvimento de
cartilhas, vídeos, folders e um jingle que foram desenvolvidos pela
Confederação Nacional de Agricultura (CNA/SENAR) especialmente para a campanha
de sensibilização.
Em outro momento, Charli reforçou que o número de vacinadores foi pensado
para reduzir os riscos de contaminação relacionados à pandemia de Covid-19,
diminuindo a quantidade de pessoas circulando dentro das propriedades. Afirmou
ainda que, além de equipamentos de proteção individual, crachás e uniformes,
todos os vacinadores receberão materiais orientativos que servirão para
consulta e educação sanitária aos produtores. O diretor do Departamento de
Saúde Animal (DSA/MAPA), Geraldo Moraes, declarou que as expectativas são
muito positivas. “Esperamos que ao final deste curso todos estejamos
capacitados para exercer essa atividade tão importante, que irá colocar o
Plano efetivamente em prática, do papel para o campo.”
O médico veterinário e auditor fiscal do MAPA, Guilherme Takeda, iniciou
o treinamento falando sobre a PSC, que é uma doença extremamente contagiosa e
que causa grandes perdas direta e indiretas para as granjas e para a
suinocultura nacional. Além disso, ele ensinou como reconhecer os sinais
clínicos da doença, como evitar a sua disseminação direta ou indiretamente
por meio dos veículos, pessoas e fômites.
Takeda demonstrou também qual é o procedimento caso algum vacinador se
depare com animais contaminados com a doença, lembrando que a notificação da
PSC é obrigatória. Segundo ele, “os vacinadores serão nossos olhos no
campo”, salientando que os profissionais podem aproveitar para reforçar junto
aos produtores, como prevenir a PSC com medidas que consistem em não fornecer
restos de alimentos e lavagem aos animais, manter os suínos presos para que
não haja contato com suínos de outras propriedades, não emprestar ou pegar
emprestado reprodutores de outras propriedades, só comprar e vender suínos com
garantia da origem reconhecida por órgãos oficiais e sempre transportar junto
da Guia de Trânsito Animal (GTA).
Michael Lise, Auditor Fiscal Federal Agropecuário do MAPA, completou
explicando que os vacinadores são importantes agentes para levar a informação
direta ao produtor, demonstrando que vacinar os animais traz retorno tanto para
a saúde dos suínos quanto para a melhoria dos índices de produtividade,
sendo essencial todas as propriedades no estado de Alagoas aderirem ao programa.
Em seguida, o gerente de serviços técnicos da Zoetis, Dalvan Carlo Veit,
apresentou todo o procedimento de manipulação da vacina Pest-Vac, produzida e
doada pela própria Zoetis em colaboração com o Projeto, e que já se
encontram disponíveis nas revendas parceiras da campanha no estado. Ele
explicou que a Pest-Vac é uma vacina contra o vírus da PSC, composta pelo
vírus vivo atenuado, que resulta em uma rápida estimulação do sistema imune,
garantindo uma boa proteção dos animais. Ele falou também sobre como
funciona o manuseio, preparo e aplicação da vacina, que deve ser administrada
em dose única em suínos sadios a partir de 14 dias de vida, reiterando que a
vacina não causa nenhuma reação adversa significativa nos animais. Além da
vacinação, os vacinadores devem realizar também a identificação dos animais
vacinados com um brinco amarelo grafado “PSC-AL”, que vai auxiliar
posteriormente no monitoramento do governo do estado.
Para finalizar o curso de capacitação, o Assessor de Defesa Agropecuária
da ADEAL, Hedivardo Otoni, e o zootecnista e agente fiscal agropecuário da
ADEAL, Grimoaldo Braga, orientaram quanto a organização administrativa da
ADEAL e das 15 ULSAVs do estado, que serão os principais pontos de apoio dessas
equipes de vacinadores e coordenadores durante a atuação. Na sequência,
Grimoaldo repassou aos vacinadores sobre como funcionará o cadastramento e
fluxos das informações, georreferenciamento das propriedades, registro de
animais (totais e vacinados) e mecanismos de controle e monitoramento total.
“Como somos o projeto piloto para os demais estados, temos que nos engajar e
fazer de tudo para dar certo, para que os demais estados que compõem a zona
não livre também recebam a vacinação contra a PSC.”
O Projeto Piloto
O Projeto Piloto em Alagoas é um trabalho realizado a muitas mãos e que
além de ser uma medida para resguardar todo o rebanho suinícola brasileiro,
trará benefícios para toda a cadeia. Atualmente posicionado como o 4 maior
produtor e exportador mundial de carne suína, o Brasil possui 11 estados no
norte e nordeste do país, (Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco,
Piauí, Rio Grande do Norte, Amapá, Pará, Amazonas e Roraima), com status de
Zona Não Livre de PSC, representando 18% do rebanho nacional.
O diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA/MAPA), Geraldo Moraes,
explica a importância da vacinação em Alagoa “Quando pensamos no risco ao
qual a circulação do vírus da PSC representa para toda a suinocultura, dar
esse passo inicial, quebrando o ciclo da doença nos estados onde temos
encontrado focos e saneados, é fundamental também atuarmos em uma medida
preventiva. Nesse sentido, a vacinação faz parte do sucesso de todo o
plano”. Em se tratando dos benefícios de alcançar o status nacional de Zona
Livre da doença, Geraldo reforçou que essa conquista irá significar a
abertura de diversos mercados de exportação de carne suína, além de atestar
a sanidade da suinocultura brasileira a nível mundial.
Demais parceiros e apoiadores
A iniciativa conta também com a parceria da Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de Alagoas (FAEAL). E com o apoio da Associação Brasileira
das Empresas de Genética de Suínos (ABEGS), Conselho Federal de Medicina
Veterinária (CFMV), Associação dos Criadores de Alagoas (ACA), Sindicato
Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (SINDAN), Organização
das Cooperativas do Brasil (OCB) e o Fórum Nacional de Executores de Sanidade
Agropecuária (FONESA). Com informações da assessoria de imprensa da ABCS.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 09/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 71,75Preço base - Integração
Atualizado em: 08/05/2025 09:40