Porto Alegre, 17 de julho de 2018 – Pesquisa realizada com os associados da
Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon) em maio apontavam
expectativa de crescimento de 12% no volume de animais confinados. Entretanto,
19% do total de animais necessário não estão garantidos, pois alguns
confinamentos ainda dependem de parcerias para engorda de parte dos animais
previstos para 2018 (boitel, por exemplo). Como as expectativas de rentabilidade
pioraram de maio para julho, ainda é possível que o confinamento não aumente
em relação a 2017. A segunda quinzena de julho e agosto são importantes para
essa definição.
Segundo o gerente executivo da Assocon, Bruno Andrade, tomando como
exemplo um confinamento no Estado de São Paulo, as margens sobre a receita
bruta são negativas de fevereiro a junho: – R$ 173,28 em janeiro, – R$ 140,08
em fevereiro, – R$ 230,83 em março, – R$ 116,03 em abril, – R$ 94,19 em maio e
– R$ 121,53 em junho. “A margem bruta é o resultado da receita bruta com a
venda do animal menos a despesa parcial do confinamento (aquisição do boi
magro + despesas com a dieta no período de engorda). A margem bruta não
representa lucro, mas sim o que sobra para pagar as demais despesas de uma
fazenda. Nas simulações feitas pela Assocon, não há sobra. Portanto, os
confinamentos nas condições calculadas estariam no prejuízo”, explica
Andrade.
Considerando os confinamentos no Estado de São Paulo que abaterão animais
em outubro de 2018, o alvo de precificação para o boi gordo naquele mês
seria de R$ 165,00/arroba. Atualmente, os valores estão ao redor de R$ 147,30/@
no contrato de vencimento em outubro de 2018. Somadas premiações, como
rastreabilidade, cota Hilton e acabamento, pode-se somar de R$ 3,00 a R$ 5,00
reais por animal – ainda insuficiente para garantir rentabilidade ao sistema.
O presidente do Conselho de Administração da Assocon, Alberto Pessina,
afirma que a pesquisa da entidade, nos patamares atuais de preços, indica que
as intenções de confinamento se reduzem. “Isso ocorre devido à
inviabilidade nos custos de produção, ração cara e preços baixos da arroba
no mercado futuro, dificultando principalmente os pequenos produtores a
produzir. Ainda mais após um ano difícil como 2017”, explica Pessina.
O dirigente destaca que, dessa forma, “embora em números absolutos seja
possível ter expectativa de crescimento, ele não é consistente, pois parte
dos animais não está garantida e o custo da engorda no confinamento está em
nível de paridade com os preços pagos pelo boi gordo, não havendo, assim,
atratividade no momento para o investimento no confinamento”, ressalta
Pessina. As informações partem da assessoria de imprensa da Assocon.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 25/04/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.885,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.100,00Milho Saca
R$ 73,25Preço base - Integração
Atualizado em: 29/04/2025 09:50