Porto Alegre, 24 de setembro de 2018 – Os campos nativos e um bioma
adaptado para a pecuária estão ajudando o Wagyu criado no Rio Grande do Sul a
ser um dos melhores e mais valorizados tipos de carnes do país. O interesse
pelos cortes nobres da raça produzidos no estado é muito grande, tanto que um
importante “player” do mercado de carne de qualidade, que tem operação em
São Paulo, já comprou a produção de um ano inteiro de um produtor gaúcho.
Para produzir e comercializar a carne de Wagyu no Brasil é preciso aderir
a regras de rotulagem e a um sistema de rastreabilidade, implementados para
garantir a origem do produto. No entanto, também existe uma grande demanda pela
carne proveniente do cruzamento com outras raças, mantendo o sabor e o
marmoreio diferenciado.
Na Fazenda Invernada Santa Fé, em Júlio de Castilhos, o Wagyu foi cruzado
com a raça Angus para melhorar ainda mais o porte do animal e a qualidade da
carne. O resultado advindo desse cruzamento – Wagyu com Angus – foi tão
positivo que um empresário do setor de carne Premium de São Paulo comprou toda
produção da propriedade gaúcha até outubro de 2019. Serão mais de 300
animais ao longo dos 12 meses, todos terminados e abatidos no estado, porém com
destino ao mercado do Centro do país.
“O nosso diferencial está no tempo adequado que o gado é criado a pasto
e depois confinado para atingir o grau de marmoreio e qualidade desejada pelos
consumidores dessa carne nobre”, explica o pecuarista e diretor da Fazenda,
Marco Andras.
Na Invernada Santa Fé, o Wagyu tem sua recria feita em pastagens de
inverno e verão, especialmente com aveia, azevém e tifton. O gado é criado a
pasto durante 24 meses e, na fase de terminação, passa aproximadamente 10 a 12
meses em confinamento, onde sua alimentação segue sendo 100% natural, e sem
adição de quaisquer componentes que interfiram no sabor da carne. Esse
período é decisivo para a carne atingir o grau de marmoreio desejado pelo
mercado.
“Antes trabalhávamos apenas com Angus, e então fomos introduzindo o
Wagyu. Com o tempo, basicamente todos os animais da fazenda são cruzados com
Wagyu, onde temos o meio sangue, dois terços e os 100% puros”, comenta, Marco
Andras, que também é gerente de marketing da Associação Brasileira de
Criadores de Wagyu.
Como o custo de produção do cruzamento pode ser semelhante ao da raça
pura, o produtor de Júlio de Castilhos vem intensificando a transição de gado
cruzado para o gado puro. Além de valorizar o preço da carne em até 30%, é
possível comercializar sêmen, embriões e animais.
“A Invernada Santa Fé está aumentando consideravelmente a produção de
animal puro. Nosso objetivo é ter a melhor e mais diversificada linhagem
Tajima de Wagyu. Além disso, estamos trabalhando no implante de embriões há
mais de um ano e, em breve, devemos ampliar ainda mais o nosso plantel de
animais puros”, projeta Marco Andras. As informações partem da assessoria de
imprensa da Invernada Santa Fé.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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