Porto Alegre, 09 de novembro de 2015 – Cerca de 200 índios ocuparam hoje
(9) parte da BR-040, que liga Brasília a Valparaíso de Goiás. O protesto
omeçou às 10h da manhã, em frente à empresa frigorífica JBS Friboi, em um
protesto contra propostas que tramitam no Congresso Nacional, como a PEC 215,
que altera as regras para a demarcação de terras indígenas, de remanescentes
de comunidades quilombolas e de reservas florestais. Os indígenas atribuem à
companhia a responsabilidade pelo avanço de matérias que ameaçam os direitos
destes povos.
“A JBS financiou a campanha de 162 deputados eleitos e são os que
estão tocando pautas como a PEC 215, CPI da Funai. Eles querem mostrar que a
JBS está contribuindo com estes ataques aos povos inídigenas que estão em
curso por parte da bancada ruralista eleita com recursos dela [da empresa]”,
disse o secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi),
Cleber César Buzatto, que acompanha a manifestação.
Segundo ele, no local estão 150 kayapós, que vieram do Pará e de Mato
Grosso, e 50 pataxós, que chegaram hoje da Bahia. Entre eles, uma das
lideranças, Sandro Kaiapó, da terra indígena no Pará, disse que a intenção
do grupo é permanecer em Brasília até o final da semana.
“A gente sabe que quem financiou a maior parte das campanhas de
parlamentares da bancada ruralista foi a JBS que tem influência em propostas
que afetam áreas indígenas. É para chamar atenção da empresa e de
autoridades sobre o que ela [empresa] está fazendo sem o nosso aval e quem
deveria dar apoio à população [parlamentares] está massacrando nosso povo”,
disse.
Sandro explicou que o protesto em frente à empresa JBS não deve se
estender para outros dias. A intenção é que a partir de amanhã o grupo tente
se reunir com líderes parlamentares e com os presidentes da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tentar sensibilizar
o Legislativo e brecar o avanço de algumas matérias.
O principal foco da manifestação é a PEC. Desde a semana passada,
kaiapós está tentando articular reuniões com os deputados para evitar que o
texto, aprovado no último dia 27 por uma comissão especial, também tenha o
aval dos plenários da Câmara e do Senado, que precisam votar a matéria em
dois turnos.
“A PEC vai prejudicar os direitos de povos, que foram conquistados com
tanto suor na Constituição. É um genocídio. Estamos dando sequência ao que
foi feito pelo outro grupo, que estava no Congresso na semana passada, para
tentar reverter esta situação e manter direitos adquiridos obtidos com muita
luta”, afirmou Sandro Kaiapó.
A assessoria da JBS, que tem sede em São Paulo, foi procurada pela
reportagem da Agência Brasil, mas até o fechamento desta matéria não
respondeu. Segundo o Cimi, o protesto segue pacífico. No local, a Polícia
Rodoviária Federal e efetivo da Polícia Militar tentam revezar as pistas para
que o movimento não atrapalhe o tráfego. As informações partem da Agência
Brasil.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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