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CARNES: Mercado de suínos segue estável, mas com horizonte animador – ABCS

2 de outubro de 2019
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Porto Alegre, 2 de outubro de 2019 – O segundo semestre de 2019 veio como um
alento para a suinocultura. No mês de agosto, a expectativa foi positiva para
o mercado doméstico. Após uma queda acentuada nos preços, o índice de
suínos vivos para abate se manteve estável. Observou-se também no início de
setembro uma reação dos preços e um fato novo que dá mais otimismo aos
produtores: a liberação de novas plantas para exportação de carnes para a
China.

Este período do ano costuma ser de manutenção ou alta de preços pagos
ao produtor de suínos, em função do aumento da demanda para os festejos de
final de ano. No acumulado do ano, o Brasil ainda está com volumes exportados
superiores não somente ao ano passado, mas também ao ano de 2017, quando o
país teve exportação recorde de carne suína.

De acordo com um comunicado do GACC (órgão sanitário chinês) enviado em
setembro ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mais
25 plantas frigoríficas brasileiras estão habilitadas a vender carnes para a
China. Dos novos estabelecimentos habilitados, 17 são produtores de carne
bovina, seis de frango e somente um é de suínos (BRF Lucas do Rio Verde-MT).
Segundo o MAPA, as empresas já podem exportar imediatamente.

A habilitação de novas plantas ocorre paralelamente à iniciativa do
governo chinês de liberar para a população o consumo de reservas de
emergência de carne suína. Segundo a revista Suinocultura Industrial, pelo
menos quatro cidades ou províncias que abrigam cerca de 130 milhões de pessoas
começaram a baixar estoques para inundar o mercado com carne suína congelada,
na tentativa de estabilizar os preços e aumentar a oferta. Esta informação
corrobora a verdadeira explosão dos preços dos suínos no mercado doméstico
chinês ao longo do ano e, especialmente, no último mês.

Esta inflação da carne suína na China é resultado das perdas
relacionadas à Peste Suína Africana (PSA), ainda sem controle e que determinou
o abate e sacrifício de quase 40% do rebanho.

É possível que as estimativas sobre o estoque de animais continuem
piorando enquanto não for observado sucesso no controle da doença e na
retomada dos alojamentos. Além disso, a doença continua se espalhando nos
países vizinhos. Considerando que parte da redução do rebanho são animais
sadios (ou não foram notificados) e serão consumidos, a produção de carne
suína cairá menos que o rebanho suíno. Entretanto, no ano que vem, com o
rebanho muito menor, o nível da produção doméstica será baixo, dado que
não haverá este efeito de estoques. Com os preços em alta e a demanda
reprimida existe um grande espaço para o aumento das exportações de carne
suína, frango e bovina para a China.

Mais recentemente, a Coreia do Sul notificou o primeiro foco de PSA no
país. Com essa notificação, já são três grandes produtores asiáticos de
carne suína: China, Vietnam e Coreia do Sul afetados pela PSA, o que pode
determinar um incremento ainda maior na demanda de carne suína na Ásia nos
próximos meses, beneficiando os exportadores do continente americano e Europa.

Mercado de carnes

Dados do IBGE divulgados no 2o trimestre de 2019 mostram que as principais
atividades da pecuária cresceram em relação ao mesmo período de 2018: houve
alta no abate de bovinos (3,5%), de suínos (5,2%) e no de frangos (3,4%). A
demanda externa, impulsionada sobretudo pela China, favoreceu o mercado de
carnes. Além disso, a base de comparação entre os segundos trimestres de 2018
e 2019 foi afetada pela paralisação dos caminhoneiros, ocorrida ano passado,
contribuindo para a ocorrência das variações positivas.

Exportações brasileiras: China na liderança, Rússia reduz compras e outros
destinos crescem

Apesar do aumento das importações chinesas em 2019, o volume total dos três
principais destinos (China, Hong Kong e Russia) somados em 2019 ainda é menor
que o mesmo período de 2018 em quase 13%. Mesmo assim, no acumulado do ano em
2019 os volumes totais de carne in natura exportados superam em pouco mais de 5
mil toneladas o volume do mesmo período de 2017, quando a exportação foi
recorde e a Rússia detinha quase 40% dos embarques. Ou seja, houve um aumento
considerável de exportações para outros países que não estes três destinos
(35 mil ton. a mais no ano).

Chama a atenção o Chile que no acumulado do ano já comprou pouco mais de
30 mil toneladas de carne suína in natura do Brasil (50% a mais que no mesmo
período do ano passado). Com esse volume o Chile assume o posto de terceiro
maior destino de nossa carne suína (Dados do MDIC).

GRÃOS: Expectativa de colheita é baixa para safra norte-americana, mas preços
estão estáveis no mercado doméstico

O USDA divulgou em setembro o último relatório de projeção da safra
norte americana. A produção de soja dos EUA foi estimada em 98,9 milhões de
toneladas, contra 100,2 milhões de toneladas do relatório de agosto. No
Brasil, a colheita da segunda safra de milho está finalizada. A oferta passou
dos 100 milhões de toneladas em 2019 e a exportação segue batendo recorde de
volume mensal. Somente em agosto foram 7,6 milhões de toneladas embarcadas,
chegando a 19,4 milhões de toneladas no acumulado do ano. Para 2019 a previsão
é de 37 a 38 milhões de toneladas. O preço do milho subiu no final de agosto
e início de setembro na maior parte das regiões do Brasil, impulsionado pela
maior demanda interna, pelo dólar elevado, pelo ritmo intenso das exportações
e também pela retração vendedora (CEPEA).

Com relação a soja, no mercado interno, o preço em agosto apresentou
alta acima de 10 pontos percentuais em todas as praças. A combinação da
recente desvalorização do real somada a alta do prêmio spot em dólar resulta
em valores maiores. Além disso, a elevação para 11% de biodiesel na mistura
a partir de 1o de setembro intensifica o esmagamento interno uma vez que esse
óleo tem na soja sua principal fonte. O mercado interno se manterá aquecido
até o final do ano enquanto a exportação cai. Até agosto o total exportado
foi de 60,4 milhões de toneladas seguindo abaixo de 2.018, mostrando queda de
-6% no acumulado do ano.

Segundo consultoria ouvida pela ABCS, o preço do milho e da soja está bom
para o produtor destes grãos, mas os insumos começaram a refletir a recente
desvalorização do real, em especial os fertilizantes no caso do milho,
elevando a relação de troca. Há outro fator que pode impactar a tomada de
crédito e afetar a safra nova. É sabido que o crédito privado – seja via
trading e empresas de insumos ou bancos particulares – ganhou importância
expressiva no financiamento da agricultura enquanto o crédito oficial foi
reduzido nas últimas safras.

Esta dificuldade de tomada de crédito pode determinar uma maior venda dos
grãos armazenados no mercado interno para que o produtor se capitalize para a
próxima safra; este aumento da oferta pode conter uma maior subida do preço
dos grãos nos próximos meses.

Segundo Marcelo Lopes, presidente da ABCS, “é preciso olhar com mais
atenção para o mercado interno que ainda representa mais de 80% do consumo de
nossa carne e, pelo ainda relativo baixo consumo per capita/ano, tem grande
potencial de crescimento”.

O presidente destacou que a ABCS tem desenvolvido iniciativas que visam
transmitir a diversos públicos dentro da cadeia de suínos informações
especializadas sobre a produção da carne suína, segurança alimentar,
biosseguridade, além de levar as vantagens da proteína, como sabor,
saudabilidade e versatilidade, com o objetivo de aumentar o seu consumo.

“A primeira é a Semana Nacional da Carne Suína, que acontece desde 26 de
setembro e vai até 13 de outubro, com foco no varejo e a segunda iniciativa
refere-se à biosseguridade do plantel suíno com os workshops de doenças
virais que estão acontecendo nas principais regiões produtoras do Brasil, com
foco na prevenção da entrada de doenças que possam pôr em risco o
privilegiado status sanitário brasileiro, reconhecido internacionalmente. É
dever de cada produtor apoiar estas iniciativas na sua região, divulgando em
suas redes sociais e mobilizando os profissionais do setor”. As informações
partem da assessoria de imprensa da ABCS.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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R$ 7,00

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 7,00

Alibem - base creche e term.

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Alibem - base suíno leitão

R$ 6,60

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Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,40

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,40

Pamplona* base term.

R$ 6,60

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,70
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