Porto Alegre, 3 de dezembro de 2019 – A pecuária de corte deverá
registrar um novo patamar de preços em toda a cadeia produtiva da carne bovina.
Nos últimos dias, a arroba do boi gordo registrou recorde com alta de até 40%
e o movimento se estendeu até os açougues com impacto para os consumidores
finais da carne. A valorização é comum neste período do ano, mas fatores
externos e internos deverão segurar os preços mesmo depois da entressafra,
embora possam ocorrer oscilações momentâneas.
Desde 2014, os valores da arroba não apresentavam uma elevação
significativa e os custos (impostos, combustíveis, mão de obra, manutenção
de maquinas e instalações, etc.) foram reajustado bem acima dos 35%, razão
pela qual, produtores estavam trabalhando com margens de lucros apertadas e como
consequência houve um grande abate de fêmeas nos últimos dois anos. Isso
porque, sem lucratividade, o pecuarista/criador é obrigado a vender fêmeas
para abate com o objetivo de cobrir o fluxo de caixa, reduzindo os investimentos
e a produção de bezerros.
Em janeiro de 2015 a arroba do boi gordo registrava R$ 145,
aproximadamente, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (CEPEA-SP). Em outubro de 2018 a arroba estava cotada em R$ 147, uma
variação de apenas R$ 2,00 em três anos.
A especialista em pecuária de corte Mariane Crespolini explica que,
historicamente, a arroba do boi registra o maior preço no mês de novembro,
pico na entressafra, e os menores preços em maio, quando a oferta de boi é a
maior ao longo do ano. Este ano, com a elevação das exportações para a China
e recuperação da economia nacional, os índices superaram a expectativa
ultrapassando a casa dos R$ 230. Em Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de
Economia Agropecuária (IMEA) registrou arroba por R$ 200 nesta semana,
valorização de 40% em comparação com outubro e de 20% em relação a semana
passada.
O pecuarista e diretor da LFPEC, empresa de confinamento, Francisco
Camacho, acredita que mesmo depois deste período de baixa oferta e demanda
aquecida, os preços da pecuária não deverão retornar aos valores base de
2018. “Com o mercado externo em crescimento linear e constante e a retomada da
economia interna, os preços devem ser fixados em um novo patamar,
representando uma nova fase para o setor”.
Para Mariane Crespolini, este é o momento de planejamento. “O pecuarista
precisa conhecer seus números, saber seus custos de produção e planejar os
investimentos para manter a lucratividade mesmo depois deste período de
alta”. De acordo com a especialista, tecnologia e inovação são primordiais
para uma pecuária rentável e isso é possível com iniciativas como manejo,
recuperação de pastagem, confinamento e gestão dos negócios.
Confinamento em Alta
Com os preços aquecidos, a procura por alternativa que acelere a
produção tem aumentado também. Este ano, o número de animais confinados foi
10% maior do que o registrado em 2018, de acordo com dados do Instituto
Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), se aproximando de 825 mil
animais.
Na LFPEC, um dos maiores grupos de confinamento do país, a expectativa é
que 80 mil animais sejam confinados em suas três unidades em 2019. O maior
volume desde 2012, quando a empresa iniciou a atividade de engorda em escala
industrial. Nos últimos sete anos, a LFPEC registrou abate de 500 mil animais
próprios ou de parceiros que passam pelo confinamento. Para 2020, a LFPEC
trabalha com estimativa de engordar 100 mil animais. As informações partem da
assessoria de imprensa.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 09/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 71,75Preço base - Integração
Atualizado em: 08/05/2025 09:40