Porto Alegre, 31 de janeiro de 2018 – Recuperação do mercado interno,
manutenção do volume das exportações e retorno da Rússia como o principal
mercado importador da carne suína brasileira são algumas das expectativas do
presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul –
ACSURS, Valdecir Luis Folador. Ele analisou o cenário suinícola em 2017,
projetando o que pode ocorrer em 2018.
PREÇOS
Se comparado historicamente, o primeiro semestre de 2017 contou com o
aumento nos preços do suíno. No segundo semestre, o mercado mostrou-se um
pouco mais apertado, período em que os preços do suíno não tiveram força
para se manter em alguns momentos. Por ora, caíram e, depois, voltaram a se
recuperar.
“Em 2018, o que observamos nesse primeiro momento – mês de janeiro, é
que há uma pressão maior em cima dos preços do suíno. Há uma queda de
preços um pouco mais forte se comparado ao final do ano passado. Isso se deve
ao embargo russo e, consequentemente, ao menor volume de exportações no mês
de janeiro. Felizmente, a produção está ajustada, não há sobra”, avalia
Folador.
Segundo o presidente, haverá uma acomodação de preços até o final de
fevereiro. Já em março, as exportações tendem a fluir em volumes maiores e
é o que vai determinar o ritmo dos preços do suíno vivo no mercado
brasileiro.
“Precisamos ter cautela, avaliar, enfim, fazer da ‘porteira pra dentro’
aquilo que está em nossas mãos. Neste momento, o mercado está um pouco
instável, não deixando condições de visualizarmos um cenário extremamente
positivo. Estamos num cenário normal, com um pouco de aperto nesse momento”.
CUSTOS DE PRODUÇÃO
No primeiro semestre de 2017, os custos de produção se mantiveram em
baixa pela grande oferta de milho e menores preços. O farelo de soja também
permaneceu estável. Já no segundo semestre, devido à escassez do milho, houve
alta nos custos de produção.
Em 2018, segundo Folador, haverá algumas variações nos custos de
produção ao longo do ano, porém, nada muito anormal, como ocorreu com os
preços do milho em 2015 e 2016. “Os custos de produção serão um pouco mais
altos que no ano passado, em média, pois já entramos 2018 com preços maiores
se comparados ao mesmo período de 2017”, analisa. Ele destaca a redução da
área de plantio do milho no RS, Santa Catarina e Paraná, e, por outro lado,
lembra que há grandes estoques de milho no Centro Oeste do Mato Grosso. “Mesmo
com áreas reduzidas de plantio de milho da primeira safra, as lavouras estão
boas e há pouca influência de quebra por questões climáticas, ocasionando um
grande volume de estoque de milho no mercado interno”.
EXPORTAÇÕES E MERCADO INTERNO
Em 2017, os volumes de exportação foram bastante significativos, o que
ocasionou na sustentação do mercado interno. Folador ressalta, no entanto, que
esses volumes foram menores se comparados com 2016. Foram exportadas 683 mil
toneladas em 2017 e 724 mil t em 2016 de carne suína brasileira. Uma queda de
5,62% no volume. O RS exportou 200 mil t em 2017 e 217 mil t em 2016. Queda de
7,7%.
Agora, a grande expectativa está no mercado russo, que impôs o embargo em
dezembro do ano passado. “Com a retomada da Rússia, acredito que este
continue sendo o principal mercado importador da carne suína brasileira. Em
2018, será muito importante manter o volume das exportações”, avalia.
Outra grande aposta é a recuperação do mercado interno. Segundo o
dirigente, a economia começa a se recuperar, ainda de forma tímida, mas as
expectativas e projeções ao longo de 2018 são de que essa recuperação seja
mais intensa, ajudando muito no consumo interno. “Com mais recursos, mais
geração de emprego e renda, o consumidor, com certeza, vai investir mais em
alimentação e a carne suína já faz parte da dieta do brasileiro”.
Valdecir acredita que 2018 será um ano em que o mercado interno dará
sustentação a preços e à rentabilidade do setor, com a exportação mantida
em patamares elevados de volumes e de preços, gerando estabilidade econômica.
PRODUÇÃO
O aumento da produção será outro fator de grande influência em 2018.
“Em 2017, crescemos pouco mais pouco mais de meio por cento em produção e
isso é importante porque o mercado realmente estava estagnado”, diz.
Em 2018, segundo Folador, a suinocultura deve crescer entre 2% e 3% na
produção, buscando mais ganhos de produtividade do que aumento de planteis.
Ele ressalta a importância em se trabalhar com equilíbrio no aumento da
produção para que o suinocultor não se depare com surpresas desagradáveis em
relação à rentabilidade. “É bom que se aumente a produção, no entanto,
não devemos produzir mais do que temos de capacidade de consumo, tanto com
relação ao mercado interno quanto ao mercado externo”, orienta.
2018: O QUE VEM POR AI
Para Folador, de maneira geral, 2017 mostrou-se como um ano positivo, um
ano que deixou rentabilidade ao suinocultor. “O produtor conseguiu cobrir os
custos de produção e ter margem de ganho e isso é importante, pois fortalece
o setor e, em especial, o próprio suinocultor”, afirma e complementa – “2016
já veio como um ano de recuperação, 2017 se manteve e a expectativa é de que
2018 também seja bastante razoável. Se ficar nos moldes de 2017 já será
bom, positivo”.
O presidente ressalta que é preciso ter cautela, mas acredita que 2018
será um ano rentável ao suinocultor, apesar de margens de ganho um pouco mais
apertadas que 2017. Com informações da assessoria de imprensa da ACSURS.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 09/05/2025
Suíno Independente kg vivo
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R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
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R$ 71,75Preço base - Integração
Atualizado em: 08/05/2025 09:40