Porto Alegre, 1 de novembro de 2021 – Chefes de Estado e representantes
de mais de 190 países se reúnem entre 31 de outubro e 12 de novembro em
Glasgow, na Escócia, para discutir os compromissos firmados para reduzir a
emissão de gases do efeito estufa e frear o aquecimento global. O encontro é a
26 Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Mudança do Clima (COP26) e ocorre sob o alerta de pesquisadores e
ambientalistas de que as metas propostas para enfrentar o problema precisam ser
mais ambiciosas para evitar consequências mais extremas das mudanças
climáticas.
Para a Organização das Nações Unidas (ONU), as conclusões do último
relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na
sigla em inglês), divulgado em agosto, devem servir de alerta vermelho sobre o
uso de energias fósseis. Elaborado por 234 autores de 66 países, o estudo
mostrou que, nos últimos 50 anos, a influência humana levou o planeta à
trajetória de aquecimento mais rápida em 2 mil anos e já produziu uma
temperatura média que supera o período pré-industrial em mais de 1 grau
Celsius (C). As consequências dessa variação média incluem a maior
frequência de eventos extremos como ondas de calor e frio intensos, incêndios,
temporais e ciclones.
As mudanças já provocadas no ambiente desafiam o principal compromisso
internacional para conter o aquecimento global, o Acordo de Paris, que prevê
desde 2015 que o aumento da temperatura até 2100 deve ser limitado a 1,5C.
Integrante da equipe de especialistas responsável pelo IPCC, a
vice-diretora do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa
de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Suzana
Kahn, explica que, mesmo quando as emissões forem reduzidas, levará décadas
para que a temperatura do planeta comece a baixar, o que torna os próximos anos
essenciais para atingir a meta em 2100.
“Se a gente está falando desse aumento de temperatura de 1,5 a 2 graus
até 2100, 1 grau já foi”, alerta ela. “A mudança da temperatura é um dos
indicadores, mas também a mudança do regime de chuvas, a desertificação em
algumas áreas, o degelo de geleiras, a elevação do nível do mar, a mudança
nas correntes marítimas. São vários problemas que estão acontecendo e que
assustam as pessoas. Isso torna a questão mais presente para a população.”
Metas ambiciosas
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), os
compromissos anunciados até o momento pelos países para 2030 são
insuficientes e apontam para um mundo 2,7 graus mais quente em 2100. O
relatório Lacuna de Emissões 2021, publicado pelo órgão na última semana,
destacou que seria preciso reduzir as emissões em 55% do que já está previsto
nos compromissos nacionais para ajustar a rota em direção ao aquecimento
limite de 1,5 grau.
Os pesquisadores mostram que Argentina, Canadá, União Europeia, África
do Sul, Reino Unido e Estados Unidos foram os únicos membros do G20 que
conseguiram apresentar em 2020 e 2021 promessas mais ambiciosas que os
compromissos anteriores, enquanto China, Japão e Coreia do Sul fizeram
anúncios na mesma direção, mas não os entregaram formalmente. Já Brasil e
México foram os únicos membros do G20 que aumentaram a previsão de emissões
em relação ao que prometiam reduzir até 2030, segundo o relatório.
Nesse cenário, a pesquisadora acredita que o Brasil será cobrado a dar
uma resposta mais firme ao crescimento do desmatamento. “A gente ainda tem uma
matriz energética favorável e muito limpa, apesar de que a gente já foi
melhor e estamos cada vez mais incluindo termelétricas. Nosso maior problema é
a questão da floresta, do desmatamento. A gente começou a reverter uma
tendência positiva que tínhamos desde 2005 em que começamos a reduzir muito o
desmatamento, e, de uns anos para cá, só piora, então vai ser cobrado muito
isso”. As informações são da Agência Brasil.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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