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CLIMA: COP22 quer tirar do papel acordo que limita aumento da temperatura

7 de novembro de 2016
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Porto Alegre, 7 de novembro de 2016 – A 22 edição da Conferência das
Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas (COP22) que começa hoje (7)
em Marrakesh, Marrocos, precisará sair do plano das boas intenções e tirar do
papel o Acordo de Paris, se o mundo realmente quiser limitar o aumento da
temperatura do planeta em até 2C em relação aos níveis pré-industriais.

Ambientalistas e entidades do setor ressaltam a importância simbólica e
política para o mundo da COP21 na capital francesa, quando todos os 195
países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovaram o acordo,
depois de 20 anos de negociações desde a primeira conferência. O desafio
agora é conseguir consenso sobre as regras.

O secretário executivo do Observatório do Clima, Carlos Hittl, ressaltou
que uma questão relevante é garantir que as metas de redução de emissões,
que são estabelecidas domesticamente, sejam reais e não números fictícios
para venda de créditos.

“A COP de Paris foi o ponto de partida. A COP de Marrakesh tem por missão
começar a implementar o Acordo de Paris, definir as regras e procedimentos,
financiamentos, mecanismos de monitoramento e fiscalização efetivos, com
transparência”. Em 2023 está previsto o primeiro balanço da aplicação das
promessas. O pacto entrou em vigor na semana passada, depois de ter sido
alcançado o quórum suficiente de países que ratificaram o acordo, entre eles
o Brasil.

De acordo com o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental
do Ministério do Meio Ambiente, Everton Lucero, o principal objetivo do Brasil
nesta conferência será atrair investimentos para setores alinhados com as
metas de redução de carbono, como os de agricultura de baixo carbono, de
reflorestamento e recuperação e de energias renováveis. “Vamos buscar
parcerias e cooperação internacionais que apoiem nossa estratégia”, disse
ele. “O mercado não vai resolver o problema, mas vai facilitar a
implementação das metas”.

Outro ponto fundamental é a ajuda aos países mais pobres para que
consigam implementar políticas de redução de desmatamento e poluição. Ficou
acordado que entre 2025 e 2030 seria mantido um Fundo Climático com US$100
bilhões por ano para financiar projetos sustentáveis. “É necessário que se
avance em como esse montante de dinheiro será assegurado, como os países mais
ricos vão dar esse aporte. Precisamos ter até 2020 dez vezes desse montante
por ano”.

Para a presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC),
tanto essa conferência quanto as de 2017 e 2018 serão mais burocráticas.
“Por exemplo, é preciso uniformizar o método de monitoramento de reduções
de carbono, pois cada país colocou sua proposta, com ano base diferente, soma
diferente. O mesmo vale para o monitoramento do fluxo de capitais para
financiamento, que tem que ser transparente”, afirmou. “Para evitar que muitos
países que precisam contribuir para o fundo coloquem na conta ajudas
humanitárias que já costumam fazer”.

O diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam),
André Guimarães, também concorda que são muitas questões e centenas de
interesses nacionais distintos, mas que a situação do planeta exige pressa.
“Temos menos tempo e mais trabalho a ser feito. Este momento mais crítico
exige um compromisso e um esforço da humanidade muito maior do que foi feito
até agora e teremos que ser mais criativos também”, comentou. “Já estamos
vendo uma
série de ventos climáticos extremos, empresas já estão preocupadas, pois
áreas de produção agrícolas hoje estão sofrendo com a falta de chuva, ilhas
do Pacífico já começaram a perder território. Precisamos ser mais
proativos”.

Brasil

O Brasil ratificou em setembro o acordo, e os objetivos da Contribuição
Nacionalmente Determinada (INDC) agora são lei, com a aprovação do texto pelo
Congresso Nacional. O país se compromete no documento a reduzir 37% nas
emissões de CO até 2025 em relação aos níveis de 2005 e 43% até 2030.
Outras metas brasileiras são aumentar a participação de bioenergia
sustentável na matriz energética para aproximadamente 18%, restaurar e
reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, bem como aumentar em 45% a
participação de energias renováveis na composição da matriz energética
até 2030.

O Ministério do Meio Ambiente chegou a anunciar em setembro que
apresentaria um rascunho do plano de implementação na COP22, mas voltou
atrás. Segundo Lucero, o rascunho será apresentado no final de novembro e
discutido com a sociedade ao longo do primeiro semestre do ano que vem. O
processo de consultas será concluído em junho, e o documento final deve estar
pronto em julho.

“Queremos que a estratégia tenha a contribuição dos ministérios de
Minas e Energia, da Agricultura e do Planejamento e da Fazenda, por isso
precisamos dar tempo a eles para que possam reagir e contribuir”, afirmou. “A
partir da divulgação do rascunho, teremos diálogos estruturados com os
setores econômicos relevantes, de acordo com nosso perfil de emissões, pela
internet e em reuniões e seminários com cada setor”, acrescentou Lucero.

Além do Brasil, 61 países já ratificaram o texto, incluindo os maiores
poluidores do planeta: os Estados Unidos e a China. De acordo com a conta
oficial de emissões da Convenção do Clima, o Brasil responde por cerca de
2,5% de todas as emissões do planeta, que o deixa entre os dez maiores
poluidores do mundo, embora bem atrás da China (responsável por cerca de 20%
das emissões) e dos Estados Unidos (17,89%). As informações partem da
Agência Brasil.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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