Porto Alegre, 08 de novembro de 2021 – A Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA) defendeu hoje o comprometimento do produtor rural
brasileiro com a sustentabilidade ambiental, durante os painéis do Dia do Agro
na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP-26), em
Glasgow, Escócia.
No painel “Pecuária Sustentável”, Muni Lourenço, vice-presidente da
CNA e chefe da delegação da Confederação na conferência, afirmou que o
Brasil ocupa posição de destaque no mundo devido à produção de carne bovina
com uso de tecnologias de baixa emissão de carbono (ABC).
“Somos um dos maiores produtores de carne bovina do mundo e temos potencial
para ampliar essa produção com sustentabilidade ambiental, incorporando
técnicas sustentáveis à cadeia produtiva.”
Lourenço, que também é presidente da Federação de Agricultura e
Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), destacou que a pecuária brasileira
cumpre o Código Florestal, uma das legislações ambientais mais rígidas do
mundo, e ao adotar as tecnologias ABC, a cadeia produtiva tem alcançado
resultados importantes.
“Com as tecnologias de baixa emissão de carbono, a pecuária no Brasil tem
permitido a redução da área de pastagens e aumentado o número de animais
por hectare, além de dar oportunidade para o avanço dos sistemas integrados
como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e a redução dos gases de
efeito estufa”.
Muni Lourenço citou iniciativas que o Sistema CNA/Senar desenvolve com
diversos parceiros como os projetos Paisagens Rurais e ABC Cerrado que
incentivaram os produtores rurais a aplicarem as tecnologias de baixa emissão
de carbono.
Ele também falou da importância do Plano ABC que mitigou 170 milhões de
toneladas de dióxido de carbono equivalente em uma área de 52 milhões de
hectares, 46,5% superior à meta prevista, que era de 163 milhões/35 milhões
respectivamente.
“Os resultados do ABC mostram o esforço do pecuarista e o cumprimento com
a agenda das mudanças climáticas e a eficiência produtiva da pecuária
brasileira. Acreditamos que a adoção dessas tecnologias será acelerada com a
aprovação os fundos de financiamento que estão sendo discutidos na COP”.
No painel “Agricultura Sustentável”, o produtor rural e presidente da
Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Ricardo Arioli,
mostrou o exemplo da sua propriedade em Mato Grosso, onde produz até três
safras por ano graças ao investimento em tecnologias de baixa emissão de
carbono.
Arioli lembrou ainda que, com o Código Florestal, o agricultor que produz
no Cerrado brasileiro, dentro da Amazônia Legal, precisa destinar 35% da sua
propriedade para reserva legal e, mesmo o estado sendo o maior produtor de soja
do País e responsável por 30% do grão produzido, utiliza apenas 10% do
território para isso.
“Para alcançarmos a sustentabilidade da produção poupando floresta,
aumentamos a produtividade, produzindo mais com menos, e fazendo o uso intensivo
do solo com sistema plantio direto, com mais de uma safra por ano. Produzimos
soja, depois da colheita plantamos o milho associado à pastagem e por último o
boi safrinha para produção de carne”.
Para Arioli, o conceito de agricultura sustentável deve representar valor
de mercado aos produtos do agro. “Os produtores brasileiros fizeram a
diferença nos últimos 10 anos desde que o Código Florestal foi aprovado. Nos
últimos 20 anos o Brasil conseguiu preservar mais de 58 milhões de hectares.
Dizem que nós produtores somos os destruidores da Amazônia, mas é o
contrário, estamos ajudando a protegê-la no Brasil”.
O assessor técnico da Diretoria de Assistência Técnica e Gerencial do
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Rafael Costa, apresentou
exemplos de produtores rurais que participaram dos projetos ABC Cerrado e Fip
Paisagens Rurais durante o painel “Agricultura sustentável como caminho para
a preservação ambiental: o efeito poupa terra”.
Segundo Costa, os dois projetos contribuíram para o aumento da produtividade
e da renda do produtor rural com a adoção das tecnologias de baixa emissão
de carbono. A partir da capacitação e assistência técnica, produtores
transformaram seu negócio e ajudaram a mitigar milhões de toneladas de
dióxido de carbono, ressaltou.
“A tecnologia é muito importante porque é ela que alimenta a
sustentabilidade. No ABC Cerrado, por exemplo, foram adotados 93 mil hectares
com tecnologia, sendo 95% na recuperação de pastagens degradadas. Com isso, os
produtores transformaram terras degradadas em terras produtivas, contribuindo
para a redução das emissões dos gases de efeito estufa”.
As informações partem da assessoria de imprensa da CNA.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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