Porto Alegre, 25 de novembro de 2015 – O Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a Selic (taxa básica de juros) em
14,25% ao ano (aa). Esta é a terceira decisão consecutiva de manutenção da
taxa desde que o BC decidiu encerrar o ciclo de aperto monetário, em setembro.
Com nova manutenção, a Selic se mantém no maior patamar desde outubro de
2006, quando também estava em 14,25% aa.
A decisão não foi unânime, tendo seis membros votado a favor da
manutenção e dois votado pela elevação da taxa em 0,50 pp. Votaram pela
manutenção da Selic: o presidente Alexandre Antonio Tombini e dos diretores
Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Edson Feltrim
e Otávio Ribeiro Damaso. Votaram pelo aumento da Selic: os diretores Sidnei
Corrêa Marques e Tony Volpon.
O mercado já esperava a decisão do Comitê. Na pesquisa Termômetro
CMA,
que reúne previsões para os principais indicadores do País, um total de 25
instituições, de 26 consultadas pela Agência CMA, já apostava em
manutenção da taxa.
Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings, considera que a
grande dúvida agora é saber quando e qual será o próximo passo do Copom.
“Achamos que, apesar da alta da inflação, o Copom não deve alterar a taxa,
porque ainda deve aguardar o cenário recessivo surtir efeito sobre a inflação
e entender melhor como a recessão será absorvida pelos preços”, avalia.
No momento, ele considera desnecessária uma nova elevação dos juros.
“Seria desnecessário porque essa inflação é de custos, baseada em aumento
de preços de matérias-primas por causa do dólar, energia, repasse de
impostos. Os juros em alta só combatem inflação de demanda. (Com aumento da
selic) essa recessão, que já vai ser bastante grande, seria ainda pior”,
considera.
A opinião é compartilhada pelo professor de Economia da Universidade
Mackenzie, Pedro Raffy Vartanian. “Ainda que a inflação continue em patamares
elevados no contexto do regime de metas de inflação, o Copom optará por
manter a taxa e aguardar o comportamento dos preços no próximo ano para uma
mudança na política, tendo em vista que a recessão inibe reajustes de
preços”, observa.
Sobre o comunicado posterior à decisão, no qual o BC deve sinalizar os
próximos passos em relação à política monetária, Agostini diz que o
“Banco Central precisa esperar para entender (o desenrolar da economia), acho
que ele não deve sinalizar de nenhuma forma quando fará a alteração”.
Ele acredita que a próxima ação do Copom deve ser de afrouxamento
monetário, “o que deve acontecer ao final de 2016. A gente acha que a
recessão vai produzir efeitos que o mercado ainda não acredita”, alerta.
Vartanian completa: “o cenário atual é bastante desafiador, já que os
anos de 2015 e 2016 serão marcados pelo estagflação, que é a combinação de
recessão com inflação”, analisa. As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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