Porto Alegre, 24 de novembro de 2022 – O Banco Central Europeu (BCE) publicou a ata da reunião
do dia 27 de outubro, na qual os membros do Conselho decidiram aumentar em 0,75% a taxa básica de
juros (que agora está em 1,5%). As incertezas globais sobre a economia aumentaram, e o risco de
crescimento da inflação também.
“As preocupações com a inflação continuaram a ser o motor dominante da evolução do mercado
financeiro, uma vez que os resultados da inflação continuaram a surpreender para cima, levando a
um novo ajustamento das expectativas do mercado para a política monetária a nível global”, diz o
documento.
Por conta disso, o BCE prevê continuar subindo as taxas de juros para que a inflação chegue
aos 2% da meta estabelecida pelo banco. “Na área do euro, em comparação com as expectativas na
altura da anterior reunião de política monetária do Conselho do BCE, os preços de mercado e os
resultados dos inquéritos apontavam agora para expectativas de um ritmo mais rápido de subidas das
taxas de juro directoras e de uma taxa terminal marcadamente mais elevada”.
O crescimento do consumo privado no segundo trimestre de 2022 ajudou a impulsionar a inflação,
devido à reabertura dos serviços que foram interrompidos nas fases mais agudas da pandemia.
Entretanto, os preços da energia passaram a subir mais, e descolou dos aumentos decorrentes do
crescimento da demanda. Nesta fase, agora, a tendência é de queda na atividade industrial, por
conta dos preços mais altos da energia.
“Os indicadores do PMI mostraram que também houve uma desaceleração significativa no setor de
serviços nos últimos meses, enquanto os volumes de vendas no varejo vinham caindo desde junho.
Tanto a indústria como os serviços viviam um novo aumento da incerteza, o que afetou a dinâmica
esperada da procura”.
Segundo a ata, a balança comercial de bens continuou em ritmo de queda, atingindo um déficit
de cerca de 4% em agosto. “Esse novo recorde foi impulsionado principalmente pelo aumento rápido da
conta de importação de energia. Os altos preços da energia não apenas aumentavam os custos de
importação, mas também afetavam as exportações de produtos químicos. A produção de produtos
químicos, de alto teor energético, tornou-se muito cara na Europa, reduzindo a competitividade
desses produtos e suas exportações”.
Os gargalos na cadeia de suprimentos vêm diminuindo e ainda refletem, de forma indireta, no
aumento da inflação. “O choque no fornecimento de energia continua a pesar sobre a atividade
manufatureira e o comércio. Além disso, as perspectivas econômicas globais permanecem nebulosas”.
Por conta deste cenário ainda incerto, o banco já sinalizou que deve aumentar mais as taxas de
juros. “O Conselho do BCE espera aumentar ainda mais as taxas. A trajetória futura das taxas deve
basear-se na evolução das perspectivas para a inflação e para a economia”.
As operações direcionadas de refinanciamento de prazo alargado (TLTRO III), que injetaram
liquidez na economia na época da pandemia, será recalibrada, para também conter a subida da
inflação. “O instrumento precisava ser recalibrado para garantir que fosse consistente com o
processo mais amplo de normalização da política monetária e para reforçar a transmissão dos
aumentos das taxas de juros às condições de empréstimos bancários. Foi assim necessário
ajustar as taxas de juro aplicáveis às TLTRO III a partir de 23 de novembro de 2022 e oferecer aos
bancos datas adicionais de reembolso antecipado voluntário”.
A subida da inflação vai ser responsável pela desaceleração do crescimento econômico na
última metade de 2022 e começo de 2023. “Uma recessão técnica estava se tornando o cenário
básico e o resultado mais provável”. O banco ainda aponta que a subida dos juros deve continuar
mesmo com uma desaceleração econômica mais branda. “É improvável que uma recessão superficial
ou técnica mantenha a inflação sob controle, dado seu ímpeto recente e o risco de que os
aumentos de preços seriam difíceis de reverter”.
O aumento de 0,75% foi decidido pela maioria dos membros e “foi considerado uma resposta
apropriada tendo em vista o período prolongado de inflação excessivamente alta e o risco de que
isso possa aumentar as pressões sobre os preços no médio prazo. Foi lembrado que a postura da
política monetária ainda era acomodatícia e argumentou-se que um aumento de 0,75 ponto percentual
era um passo necessário rumo a um patamar mais neutro”.
Na ocasião da reunião dos membros do BCE, acreditava-se que o aumento de 75 pp seria
suficiente para conter a inflação, mas não foi isso que aconteceu. “Embora se acreditasse
amplamente que, com um aumento de 75 pp, o Conselho do BCE faria progressos substanciais na retirada
da política monetária acomodatícia, também ficou claro que as taxas precisariam ser aumentadas
ainda mais para atingir um nível que satisfizesse a meta de 2% de médio prazo”.
As informações partem da Agência CMA.
Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2022 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 04/07/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.700,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 66,00Preço base - Integração
Atualizado em: 08/07/2025 09:10