Porto Alegre, 27 de junho de 2018 – A geração de energia elétrica
pelas fontes biomassa e eólica para a rede representou quase 10% do consumo
nacional de eletricidade de janeiro a maio deste ano, mostrando a importância
dessas fontes para o equilíbrio do sistema, de acordo com dados recentes da
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) compilados pela União
da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).
O tema foi amplamente discutido na última quinta-feira (21/06), durante a
palestra “Oferta e demanda no setor elétrico brasileiro”, ministrada por
Almir Sassaron, da CPFL Energia, em São Paulo. O evento, que contou com a
presença de aproximadamente 100 participantes, faz parte do Programa
“Cenários no Setor Elétrico Brasileiro”, criado pela UNICA em abril de
2017 com o objetivo de propiciar palestras mensais com especialistas do mercado
de energia elétrica de forma regular e atualizada sobre o setor a seus
associados.
O Programa tem o apoio da Associação da Indústria de Cogeração de
Energia (COGEN), da Associação Brasileira do Biogás e do Biometano (ABiogás)
e da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (ABRACEEL).
Segundo dados apurados pela CPFL Energia, desde 2014, a energia
potencialmente disponível nos reservatórios das hidrelétricas, chamada
energia armazenada (EAR), no submercado Sudeste/Centro-Oeste, tem ficado abaixo
da média histórica, mostrando a relevância estratégica que tem fontes de
geração complementares à hídrica, como são biomassa e eólica. Atualmente,
a energia armazenada no submercado SE/CO está em 41%.
Para o representante da CPFL Energia, junho tem apresentado um cenário
hidrológico adverso e a perspectiva é que o índice atinja menos de 20% até o
fim deste ano. Em maio, a bandeira tarifária era amarela nas contas de
energia, mas em junho passou para vermelha, representando justamente condições
mais custosas de geração e a tarifa passou a ter acréscimo de R$ 5 a cada
100 kWh (quilowatts-hora) consumidos.
“A safra sucroenergética começou oficialmente em abril e agora a
geração da biomassa vai firme até o fim da safra no Centro-Sul, assim como a
geração da eólica que costuma ser mais robusta no segundo semestre do ano.
Isto mostra como a geração dessas fontes ajuda a garantir o suprimento no
período seco e crítico para o setor elétrico, que vai de maio a novembro de
cada ano”, comenta Zilmar de Souza, gerente de bioeletricidade da UNICA. No
ano passado, 84% da geração para a rede pela biomassa da cana ocorreu entre
maio e novembro, quando as hidrelétricas estavam esvaziando os reservatórios.
Para Newton Duarte, presidente-executivo da COGEN, um ponto importante a
mencionar é o perfil de geração da bioeletricidade, que é considerada uma
fonte sazonal, mas não intermitente. “Diferentemente da bioeletricidade
sucroenergética, foi mostrado no evento que a geração eólica, de um dia para
outro, pode ter uma variação equivalente à geração de quase uma Belo Monte
inteira, o que requererá investimentos e pesquisas em formas de mitigar os
efeitos desta intermitência”, avalia Duarte.
Além da participação da CPFL Energia, o evento contou com a palestra
“Oportunidade do biogás/biometano no marco legal do setor de energia”,
apresentada por Camila Agner D’Aquino, gerente-executiva da ABiogás, que
abordou temas como o RenovaBio e o potencial de produção de biometano no
País. Segundo a executiva, estima-se chegar à produção de até 32 milhões
m3/dia em 2030, representando 96% menos emissões de gases de efeito estufa.
As informações partem da assessoria de imprensa da Unica.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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