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GRÃOS: Condomínios de armazéns impulsionam setor de estocagem no Brasil

27 de novembro de 2015
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Porto Alegre, 27 de novembro de 2015 – Diante da carência do número de
armazéns, principalmente nas propriedades rurais, para estocar a crescente
produção brasileira de grãos, uma iniciativa prática começa a contornar o
problema: os chamados “condomínios de armazéns”. Tratam-se de espaços
coletivos gerenciados por grupos formados pelos próprios agricultores.

O sistema surge como alternativa às cooperativas que recebem grãos para
estocagem, mas que acabam por pressionar os produtores rurais, ao negociar e
fixar preços à sua maneira, com retenção de pequena parcela da produção
agrícola na entrega.

De acordo com a iniciativa, os produtores somam esforços para investir em
uma infraestrutura de recepção e armazenagem de grãos, com a preocupação de
manter os padrões de mercado. Geralmente, grande parte das obras é financiada
por programas de créditos e bancos privados.

Para o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura Hélio
Sirimarco, os condomínios são vantajosos “porque proporcionam aos produtores
que individualmente não teriam condições de arcar com os custos de
armazenagem do produto a oportunidade de fazê-lo, criando as condições para o
gerenciamento da comercialização da produção”.

SOCIEDADE

Mas como funciona essa associação? Sirimarco explica que “os sócios
tem um percentual de participação que é definido a partir da cota que cada um
compra”. “Ela varia de acordo com o nível de produção e o tamanho da
propriedade.”

Em relação às despesas, Sirimarco afirma que “a manutenção da
infraestrutura é paga em cima de uma porcentagem mínima de cada condômino,
por ocasião da entrada do produto”.

INICIATIVAS

Exemplos recentes de condomínios bem-sucedidos surgiram no Estado do
Paraná.

O primeiro, criado há quase dez anos no município de Palotina, foi o Agro
5000, reunindo 14 agricultores. Atualmente, em mais uma fase de ampliação,
sua capacidade de armazenamento deverá passar de 16 mil para 25 mil toneladas
de grãos.

Também em Palotina, oito agricultores resolveram investir cerca de R$ 8
milhões (valor quase cem por cento financiado) na construção do Agroparaíso,
que foi concluído em 2013 e tem a capacidade para armazenar mais de 20 mil
toneladas de grãos.

O Paraná, o segundo maior produtor de soja do País, já desponta como um
foco na criação de condomínios de armazéns.

DÉFICIT

Dados da Confederação Nacional da Agricultura apontam para a existência
de um déficit de 30% entre a produção e a estocagem segundo as normas
corretas. A falta de cuidado com a armazenagem pode acarretar sérias perdas à
produção, tanto em relação a fatores físicos (ataque de insetos, fungos,
etc.) como a fatores de qualidade (impurezas, microtoxinas, alteração da cor,
entre outros).

De acordo com uma pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), as perdas e desperdícios de alimentos, de maneira
geral, são de 54% na fase inicial da produção, manipulação, pós-colheita e
armazenagem, e de 46% no processamento, distribuição e consumo.

DESCOMPASSO

Para o vice-presidente da SNA, atualmente, a armazenagem “é um fator
primordial para o sucesso e a garantia da competitividade dos produtores”.

Apesar de reconhecer o crescimento dos investimentos no setor, Sirimarco
sinaliza que “há um descompasso entre esse crescimento e a força de
produção do agro, que acaba por afetar a logística do transporte de grãos,
provocando, com isso, obstruções nas vias de escoamento, até mesmo nas áreas
destinadas ao recebimento de mercadorias para estocagem”.

O Instituto de Economia Agrícola de São Paulo aponta como atuais entraves
à infraestrutura de armazenagem o desnível entre oferta e demanda de grãos
em anos de grandes safras; a inadequação do sistema de escoamento das safras;
o aumento do número de mercadorias diferenciadas, como orgânicos e
transgênicos, por exemplo, que demandam separação por células específicas;
e a baixa capacidade de armazenamento nas propriedades rurais, que, segundo o
IEA, não chega a 20%. Com informações da assessoria de imprensa da Sociedade
Nacional de Agricultura.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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