Porto Alegre, 30 de novembro de 2015 – A Secretaria da Agricultura e do
Abastecimento do Paraná (Seab) mantém a estimativa de colheita de 38 milhões
de toneladas de grãos na safra 2014/15, mas a continuidade das chuvas
prejudicou a qualidade e a produção. O Estado também está em alerta diante
do atual excesso de chuvas que pode prejudicar o desempenho da safra 2015/16,
que está sendo plantada.
Para a safra nova (15/16), o Departamento de Economia Rural (Deral) mantém
a estimativa inicial, que aponta para um volume de 22,2 milhões de toneladas
de grãos. A informação consta no relatório referente a novembro, divulgado
nesta sexta-feira (27).
Para o chefe da conjuntura do Deral, Marcelo Garrido, as chuvas dificultam
o plantio da safra nova e impedem que os produtores entrem nas lavouras para
aplicar defensivos necessários para o controle de doenças que aparecem com o
excesso de umidade.
SOJA
Segundo Garrido, também não estão descartados para essa safra possíveis
aumentos no custo de produção por causa da necessidade de elevar as
aplicações.
Para a soja, o principal grão plantado nesta época do ano, a previsão de
safra se mantém em 18 milhões de toneladas que, se for confirmada, será a
maior da história. A área é 3% maior em relação à do ano passado, com 91%
dos 5,2 milhões de hectares previstos já plantados. Nas três últimas safras,
o plantio nessa época do ano já atingia 94% do previsto. Isso mostra a
dificuldade do produtor em manter o ritmo.
“Mas dá para recuperar. Não podemos falar em atraso do plantio, mas sim
em frustração da expectativa do produtor, que esperava encerrar com
antecedência essa atividade”, diz Garrido.
O plantio da soja já terminou nas regiões Norte e Oeste, sendo que em
Cornélio Procópio houve problemas de erosão provocada pelas chuvas. Agora, a
preocupação dos técnicos está na continuidade de chuvas no Centro Sul, em
União da Vitória, Curitiba e Guarapuava, onde os produtores estão com
dificuldade de encerrar o plantio.
A comercialização antecipada da soja avançou de 31% no mês passado, para 33%
esse mês.
MILHO
O plantio de milho da safra de verão praticamente está encerrado, com 99%
da área prevista de 438.409 hectares de lavouras concluídas. A área é 19%
menor em relação ao ano passado e é a menor já plantada nesse período do
ano. A previsão de safra é de 3,8 milhões de toneladas – 19% a menos que na
safra anterior.
O excesso de chuvas não prejudicou o milho, que teve plantio concluído no
tempo previsto. O que preocupa, assim como a soja, é o excesso de umidade, que
pode prejudicar a qualidade dos grãos e provocar doenças, que elevam os
custos de produção.
FEIJÃO
O feijão das águas é a primeira cultura a ser colhida da safra de
verão. Atualmente, 4% da área prevista de 181.569 hectares estão colhidos. A
área da safra 2015/16 é 6% inferior em relação ao ano passado, quando foram
plantados 192.711 hectares.
Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador, o feijão
das águas teve desenvolvimento afetado. Primeiro, por causa da falta de chuvas
em agosto e setembro. Duas situações de intempéries ocorreram de forma
simultânea em Ponta Grossa, Francisco Beltrão e Guarapuava, regiões de
pequenos produtores, onde a produtividade está abaixo do esperado. “O clima
não ajudou no plantio e não está ajudando agora na colheita. A qualidade dos
grãos não está boa”, diz o técnico.
Salvador destaca ainda que os produtores de feijão estão com dificuldade
de fazer o controle fitossanitário das doenças, o que vai prejudicar a
qualidade. Isso significa que o feijão vai chegar ao mercado na quantidade
esperada, mas com menores preços para os produtores.
O efeito da desvalorização vai ocorrer nos próximos meses. Por enquanto,
os preços pagos ao produtor estão satisfatórios, em torno de R$ 133,05 a
saca para o feijão de cor e de R$ 104,09 para o feijão preto.
TRIGO
Para os grãos de inverno, principalmente trigo e cevada, que sofrem os
efeitos do excesso de chuvas durante a colheita, já é possível dimensionar
prejuízos.
O trigo da safra 14/15 apresenta uma quebra de 15% em relação ao
potencial da cultura. A estimativa inicial apontava para colheita de quatro
milhões de toneladas, mas foi reduzida para 3,4 milhões de toneladas, uma
perda de 600 mil toneladas.
Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho, a safra de
trigo deste ano não apresenta uma boa qualidade, o que vem mantendo a
sustentação dos preços no mercado para o grão de padrão mais elevado,
colhidos nas regiões Norte e Oeste. Atualmente, o preço do trigo está em R$
38,00 a saca, considerado satisfatório ao produtor. Mas esse preço é pago
somente aos grãos de qualidade.
Por outro lado, não dá para ter essa expectativa em relação às
lavouras plantadas na região Centro-Sul, que sofre com o excesso de chuvas.
“Se não houver fluidez no escoamento da safra, como nos últimos meses,
haverá redução de preços aos produtores para o trigo colhido nessas
regiões”, alerta o técnico. Com informações da assessoria de imprensa da
Seab.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 18/07/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,08Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.650,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1,300,00Milho Saca
R$ 65,50Preço base - Integração
Atualizado em: 17/07/2025 09:10