Porto Alegre, 26 de outubro de 2015 – O aumento da produção de milho em
Santa Catarina deve ser prioridade absoluta dos produtores, das agroindústrias
e do governo na avaliação do presidente da Organização das Cooperativas do
Estado (OCESC), Marcos Antônio Zordan. Neste ano, o Estado vai importar 3,5
milhões de toneladas para abastecer as gigantescas cadeias produtivas de aves e
suínos.
“Isso representa um custo financeiro, operacional e ambiental
insustentável porque exige mais de 60 mil viagens por ano”, expõe o
dirigente. Observa que a insuficiência de milho é uma das razões da perda de
competitividade das indústrias de processamento de carnes e, em especial, da
avicultura industrial catarinense.
De maior produtor e exportador brasileiro de carne de aves, o Estado ocupa
atualmente a segunda posição em termos de comércio exterior, com 33,6% dos
volumes e 37,5% das receitas advindas das vendas externas. A liderança
pertence, agora, ao Paraná.
O Estado é o oitavo produtor de milho no Brasil e a área plantada se
reduz gradativamente há oito anos: em 2008 foram cultivados 649 mil hectares e,
em 2014, pouco mais de 400 mil hectares. Desses, 100 mil destinam-se à
silagem, portanto, não saem da propriedade e são utilizados na nutrição
animal. Os produtores rurais estão migrando do milho para a soja porque, além
de ter custo de produção menor, a soja rende mais. Hoje, uma saca de soja vale
R$ 70 reais e, uma saca de milho, entre 27 e 29 reais.
O presidente da OCESC aponta que somente as agroindústrias catarinenses
consomem mais de 3 milhões toneladas/ano de milho. Desse total, mais de 50%
resultam da importação do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraguai.
A escassez agravou-se neste ano e Santa Catarina deve importar entre 2,5
milhões e 3 milhões de toneladas de milho do Brasil central, suportando
elevados custos de transporte.
SOLUÇÕES
Marcos Zordan enfatiza que é necessário melhorar as condições de
armazenagem para reter o milho em território barriga-verde. O Estado produz 6,5
milhões de toneladas de grãos por ano, incluídas as safras de milho, soja,
arroz, trigo e feijão. A capacidade estática total de armazenagem é de 4,2
milhões de toneladas, o que significa que 30% da produção não tem estocagem.
Outra iniciativa para a eliminação do déficit de milho via aumento da
produtividade é a utilização de sementes de alta tecnologia. Metade das
220.000 sacas de sementes que a Secretaria da Agricultura disponibilizou pelo
programa TROCA-TROCA – em parceria com a FECOAGRO – é de alta
produtividade. Para o cultivo dessa semente foi distribuído calcário
calcítico.
Outros fatores que afetam a competitividade das cadeias produtivas de
grãos, lácteos e carnes são as condições do sistema rodoviário de Santa
Catarina, alerta Zordan. Com base na pesquisa da Confederação Nacional dos
Transportes (CNT, 2012), menciona que 31,7% da malha viária barriga-verde
encontra-se em situação ruim ou péssima e 28,1% em situação regular – ou
seja, 60% da malha rodoviária não estão em condições ideais. Com
informações da assessoria de imprensa da OCESC.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 31/07/2025 11:10