PETRÓLEO: Opep+ realiza negociações sobre produção em meio a Ômicron

Porto Alegre, 2 de dezembro de 2021 – A 23 Reunião Ministerial da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados está
marcada para hoje e visa decidir sobre os ajustes na produção de petróleo na
sequência do surto da variante do coronavírus Ômicron, e a decisão dos
Estados Unidos e seus aliados de divulgar seus reservas de petróleo. As
informações são da agência de notícias “Sputnik”.

Em novembro, os países da Opep + reafirmaram sua decisão de aumentar a
produção mensal de petróleo em 400 mil barris por dia para dezembro, bem como
o plano de ajuste de produção da aliança.

Para o mês de outubro, a conformidade com os ajustes de produção para os
membros da Opep e seus aliados produtores de petróleo foi estimada em 116% em
um relatório de novembro da Agência Internacional de Energia (AIE), com o
nível de conformidade da Rússia se mantendo em 92%.

A agência observou um fortalecimento da demanda global de petróleo
impulsionado pelo consumo robusto de gasolina e aumento das viagens
internacionais, compensado por novas ondas de coronavírus na Europa, atividade
industrial mais fraca e preços mais altos do petróleo, deixando o crescimento
da demanda previsto praticamente inalterado, em 5,5 milhões de barris por dia
para este ano e 3,4 milhões de barris por dia para o próximo.

A AIE também previu que o fornecimento mundial de petróleo aumentaria 1,5
milhão de barris por dia em novembro e dezembro, embora os países da Opep +
estejam ignorando os apelos dos consumidores para aumentar a produção além
dos 400 mil barris por dia acordados para atender à crescente demanda global,
com os Estados Unidos Estados preparados para fornecer o maior aumento na
oferta.

Essas previsões se mostraram corretas, pois, no final de novembro, o
governo do presidente norte-americano Joe Biden anunciou a liberação de 50
milhões de barris de petróleo de reservas estratégicas para fazer baixar os
preços. Washington disse que vários outros países seguiriam o exemplo,
incluindo China, India, Coréia do Sul, Japão e Reino Unido. Em resposta, os
ministros de energia da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos
sinalizaram que é improvável que o cartel do petróleo ceda sob pressão.

Outro desafio do consórcio petrolífero é o surgimento da nova variante
do coronavírus, que deve ser discutida no encontro. No entanto, nenhum país
propôs qualquer mudança na estratégia do grupo, de acordo com o
vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak. Por sua vez, Moscou não
considera necessário adotar medidas urgentes dentro da Opep+ devido à nova
cepa, afirmou ele.

No entanto, o vírus já obrigou a Opep + a adiar a 35 Reunião da
Comissão Mista de Acompanhamento Ministerial, na pendência de mais
informações sobre a Ômicron. Originalmente planejado para 30 de novembro,
não acontecerá na mesma data da reunião.

Entre maio e julho de 2020, a Opep+ realizou um corte histórico na
produção de petróleo de 9,7 milhões de barris por dia devido à queda sem
precedentes na demanda de petróleo causada por paralisações pandêmicas. Com
a estabilização da situação, as cotas foram ajustadas. Com informações da
Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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