Porto Alegre, 13 de julho de 2022 – A Secretária do Tesouro
norte-americano, Janet Yellen, discutiu a possibilidade de colocar um teto no
preço do petróleo russo durante uma reunião virtual com o
vice-primeiro-ministro chinês Liu He, em um dos primeiros sinais de esforços
americanos para lançar a China em um plano para limitar a receita da Rússia
com as vendas de petróleo. As informações são da agência de notícias Dow
Jones.
Yellen disse que ela e seu colega chinês continuarão trabalhando na
ideia, em uma entrevista ao The Wall Street Journal em Tóquio, ponto de partida
em sua primeira viagem à Ásia como Secretário do Tesouro. Yellen e Liu
falaram na semana passada, mas suas discussões sobre o teto de preço plano
não eram conhecidas anteriormente. “Eles ouviram e estavam preparados para ter
mais discussões conosco sobre isso”, disse Yellen.
A China, juntamente com a India, são dois alvos críticos na busca de
Yellen para criar um limite para o preço do petróleo russo. Ambos os países
continuam a comprar grandes quantidades de petróleo russo e abstiveram-se de
unir os esforços ocidentais para sancionar a Rússia após sua invasão da
Ucrânia, com a China, no início deste ano, assinando um amplo acordo de
cooperação com a Rússia.
Os EUA estão buscando alavancar o controle ocidental de seguro e
financiamento de embarques de petróleo para efetivamente ditar o preço pelo
qual China e India, bem como outros países, podem comprar petróleo da
Rússia. Espera-se que Yellen se encontre com a Ministra das Finanças da
India, Nirmala Sitharaman, no dia à margem da reunião dos ministros das
finanças do Grupo das 20 maiores economias em Bali, Indonésia, ainda esta
semana, de acordo com um alto funcionário do Tesouro.
Yellen disse na entrevista que prefere ver os países que compram petróleo
russo a estabeleceram suas próprias políticas domésticas que estariam em
conformidade com o teto de preço. Tirando isso, porém, ela disse que muitos
países teriam pouca escolha a não ser aceitar o preço mais baixo.
“Fica mais fácil se pelo menos eles colocarem um teto de preço”, disse
ela. “Mas mesmo que eles não, esta sanção será aplicada a bancos ocidentais
e companhias de seguros que lidam com isso, e assim eles serão afetados. Mas
isso não os prejudica. Isso os ajuda.”
Sob o projeto que Yellen e oficiais do Grupo dos Sete estão explorando,
navios-tanque que transportam petróleo russo para qualquer lugar do mundo só
poderiam receber financiamento e seguro dos Estados Unidos, instituições do
Reino Unido e da União Europeia (UE), se o preço de venda do petróleo ficar
abaixo do limite.
Grande parte da indústria mundial de seguros marítimos está sediada na
UE e no Reino Unido, e os proponentes acreditam que os compradores provavelmente
não conseguiriam receber o seguro e o apoio financeiro necessários sem
respeitar o limite. A proposta procura criar uma exclusão da proibição total
de assegurando embarques de petróleo russo que a UE deve colocar em prática
ainda este ano.
A Rússia está ganhando bilhões em moeda forte com suas vendas de
petróleo em todo o mundo enquanto trava a guerra sobre a Ucrânia, estimulando
as autoridades ocidentais a tentar reduzir o fluxo de receita e enfraquecer a
capacidade de financiar sua guerra. Muitos países ocidentais se mobilizaram
para proibir as importações de produtos de óleo russo.
Ao mesmo tempo, as autoridades estão tentando evitar quaisquer picos
adicionais nos preços globais de energia, uma vez que a inflação está na
taxa mais alta em décadas. Sem uma divisão para o teto de preço, o
Departamento do Tesouro acredita que a proibição de seguros da UE pode levar
milhões de barris de petróleo russo fora do mercado global e aumentar
significativamente os já elevados preços da energia em todo o mundo.
Yellen disse no início desta semana a repórteres em Tóquio que as
autoridades ainda não decidiram sobre o preço da tampa. Ela disse que, no
passado, a Rússia baseou seu orçamento no preço do petróleo em torno de US$
40 o barril, embora ela tenha dito que esse não era necessariamente o número
que os aliados escolheriam. O petróleo começou negociado a cerca de US$ 96 o
barril na quarta-feira, e o petróleo russo já está sendo vendido com desconto
em comparação com referências globais.
Alguns observadores questionaram se a Rússia continuaria a vender
petróleo a um preço limitado pelos EUA e seus aliados. Yellen, que disse que
não se comunicou com autoridades russas sobre o plano, disse que cessar as
vendas de petróleo forçaria a Rússia a fechar seus próprios poços de
petróleo e reduzir permanentemente sua capacidade de produção.
“Ouvimos alguma preocupação com a possibilidade de que a Rússia
simplesmente parasse de produzir. Eu diria que não faz muito sentido como uma
resposta russa”, disse ela a repórteres. “Esperaria estabelecer o teto de
preço em um nível que seria claramente lucrativo para a Rússia continuar para
produzir.”
Os EUA também estão explorando a combinação do teto de preço com uma
tarifa sobre as compras de petróleo da Rússia, de acordo com um alto
funcionário do Tesouro. Países que permitem a compra de petróleo russo sob o
preço limitado poderiam definir uma tarifa que efetivamente eleva o preço de
volta para aproximadamente o preço global referência, gerando receita para o
governo do país importador ao invés de permitir que as empresas comprando o
petróleo para obter lucros, de acordo com o funcionário.
“Pessoalmente, veria algumas vantagens, quero dizer, obter petróleo russo
barato que você está comprando num preço abaixo do mercado, há um excedente
nisso”, disse Yellen na entrevista. “A maioria das pessoas estão comprando
ao preço mundial. Vamos discutir com os países, há países que podem querer
capturar esse excedente.”
Avançar o teto de preço é o foco da viagem de Yellen ao Japão,
Indonésia e Coréia do Sul. Ela discutiu a ideia com o ministro das Finanças
japonês, Shunichi Suzuki, em Tóquio na terça-feira, e deverá realizar
reuniões bilaterais com funcionários da Indonésia e da Arábia Saudita
enquanto no Reunião do G-20, segundo o alto funcionário do Tesouro, antes de
discutir a ideia com o autoridades sul-coreanas em Seul.
As informações são da Agência CMA.
Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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