O Rio Grande do Sul completou, no final de maio, nove anos de reconhecimento de área livre de Peste Suína Clássica sem vacinação. A solenidade aconteceu em Paris, em 2015, durante reunião geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). O evento foi um marco para a percepção internacional sobre o avanço do estado na busca por novo status sanitário em doenças de importância econômica.
O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do RS, Rogério Kerber, relembra que foi um longo caminho que resultou na conquista. “Começou em 1992, com a suspensão da vacina contra a PSC, e passou por um longo período de ajustes e união entre os setores público e privado.” Para Kerber, foi um passo importante e que acabou despertando a tomada de consciência para a busca desta condição diferenciada, que alcançou também, em 2021, a certificação de área livre de febre aftosa sem vacinação, também pela OMSA.
Foi o primeiro ano em que a OMSA concedeu a certificação internacionalmente, o RS foi reconhecido juntamente com Santa Catarina. O auditor fiscal federal agropecuário Bernardo Todeschini, que atuou pela superintendência do Ministério da Agricultura no estado, pontua que são nove anos da certificação, mas uma década da tomada de decisão de solicitar o reconhecimento, já que o pedido é realizado no ano anterior. “Era uma novidade. Não tínhamos uma referência anterior, alguém para consultar sobre a elaboração do dossiê e o Rio Grande do Sul se apresentou com a segurança de que a situação sanitária desenvolvida iria lograr êxito. E o estado se tornou referência para os demais estados que obtiveram o mesmo selo nos anos seguintes.”
O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS, José Roberto Goulart, pontua que “o status sanitário de um país é medido pelo seu avanço na erradicação de doenças. Esse avanço traz reconhecimento, economia e abre mercados”. Ele destaca que o para a suinocultura que está sempre na busca de novos mercados, o avanço sanitário é fundamental, faz parte de um processo de credibilidade junto a organismos internacionais e países, facilitando o acesso e trazendo desenvolvimento para o setor.”
O presidente da Associação dos Criadores de Suínos do RS, Valdecir Folador, afirma que “a certificação foi e é um importante carimbo no passaporte para a proteína animal do Rio Grande do Sul, especialmente para a carne suína”. Segundo ele, trata-se de uma demonstração de qualidade e de sanidade que o rebanho de suínos do Rio Grande do Sul tem e “estar livre de uma enfermidade que é prejudicial economicamente para o setor, tanto dentro quanto fora da porteira, é importantíssimo”.
Secretário da Agricultura na época da conquista, e hoje Secretário do Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo garante que é preciso celebrar a todo o momento. “Buscamos nesta caminhada dar os passos com segurança e com todo o cuidado para ampliar os mercados”, recorda. Para Polo, a sanidade é um patrimônio que deve ser preservado com muito cuidado. “Fico muito feliz por ter participado dessa caminhada, contribuído dentro daquilo que foi a nossa responsabilidade como secretário da agricultura e reconhecer a todos, do serviço oficial e do setor privado, que contribuíram para essa grande conquista para o Rio Grande do Sul.
Em 2015, Rio Grande do Sul recebe certificado de área livre de Peste Suína Clássica na reunião geral da OMSA, em Paris (fotos: Thais D’Avila/arquivo Fundesa-RS).
Cotação semanal
Dados referentes a semana 11/10/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,61Farelo de soja à vista tonelada
R$ 2.065,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 67,50Preço base - Integração
Atualizado em: 11/10/2024 14:00