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SOJA: Fórum Nacional discute desafios e novos mercados na Expodireto

8 de março de 2022
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Porto Alegre, 8 de março de 2022 – A estiagem, as consequências da guerra
Rússia x Ucrânia e as novas possibilidades de negócios foram alguns dos
assuntos abordados pelos especialistas no 32o Fórum Nacional da Soja, na manhã
desta terça-feira (8), na 22a Expodireto Cotrijal. O evento teve
participação presencial, no auditório central do parque, e neste ano trouxe
como novidade a possibilidade de acompanhar a programação de forma online, ao
vivo, através da plataforma Expodireto Digital, para quem adquiriu ingresso
antecipado.

O diretor do Instituto Ciência e Fé e pesquisador da Embrapa Territorial,
Evaristo Eduardo de Miranda, abriu o fórum com a palestra “A sustentabilidade
da agropecuária frente as incertezas climáticas”. Miranda ressaltou que, em
cinco décadas, o Brasil foi capaz de criar um modelo sustentável e competitivo
de agricultura tropical, sem paralelo no mundo. O plantio direto e a fixação
biológica de nitrogênio no solo estão entre as técnicas utilizadas que
produziram o avanço. “Poupamos desmatamento com crescimento vertical (na
agricultura)”, disse Miranda.

Ao abordar a adaptação da agropecuária às incertezas climáticas, o
pesquisador explicou que não há tecnologia que funcione sempre e em qualquer
condição (territorial). “A irrigação precisa ser colocada como destaque. É
o que garante qualidade e padrão de produção. Agora, as dificuldades
enfrentadas com intervenção do Ministério Público e órgãos ambientais para
os produtores armazenarem água são dramáticas. Não é só falta de recurso.
Quem tem recurso encontra dificuldades enormes. Isso precisa ser colocado em
debate. Tem que haver mudanças”, disse Miranda.

Foco na África e na India

O professor sênior de agronegócio global do Insper e coordenador do
Centro Insper Agro Global, Marcos Sawaya Jank, ministrou a palestra “A
inserção global do agronegócio brasileiro em tempos turbulentos (guerra
Ucrânia x Rússia)”. Jank afirmou que os futuros clientes da soja brasileira
são África e India, regiões onde haverá um aumento de população.

“Deveríamos estar preocupados com o que está sendo falado com os
chineses, indianos e africanos. Esses serão os grandes clientes do futuro”,
disse o professor.

Jank também ressaltou que a grande revolução que o Brasil realiza,
atualmente, é a integração lavoura-pecuária. A técnica permitirá o
crescimento da agricultura em áreas de pasto.

Por outro lado, o professor aponta que a Rússia tem condições de ser o
grande concorrente do país no futuro, já que possui energia barata e reservas
de gás natural e petróleo, fatores essenciais para a produção de
fertilizantes. Além disso, existe a possibilidade pós-guerra de os russos
controlarem a produção agrícola da Ucrânia, quarto maior exportador mundial
de soja e milho e quinto maior exportador de trigo.

Em relação aos preços agropecuários, Jank listou como fatores de
crescimento o aumento da demanda global, especialmente, na Ásia e China;
preços internacionais ainda em alta; estoques mundiais baixos; e
desvalorização cambial (R$/dólar). Em relação aos fatores de risco, o
professor apontou a inflação de alimentos no mercado; perda do poder
aquisitivo da população brasileira pós-covid; forte aumento no preço de
insumos (fertilizantes e defensivos) e riscos reais de desabastecimento; e a
dificuldade de reposição de máquinas e equipamentos.

Produtores em busca de informação

João Maldaner, de Lagoa dos Três Cantos, foi um dos agricultores que
acompanhou as palestras. Sua expectativa era buscar informações sobre a
consequência da guerra entre Rússia e Ucrânia, além dos fatores que podem
movimentar a questão do preço dos grãos.

Maldaner está entre os produtores que sofreram com a estiagem da atual
temporada. “As cultivares plantadas mais cedo, no final de outubro, tiveram
maior problema com a estiagem e vão chegar a no máximo 10 sacas por hectare.
As cultivares mais tardias possuem um desenvolvimento razoável, mas vamos
atingir de 30 a 40 sacas/ha. É um ano de aprendizado. Nem todos os anos a
produção é mil maravilhas. Temos anos difíceis também”, relata Maldaner.

Quem vive situação semelhante é o produtor Flávio Cofferri, de
Colorado. No Fórum Nacional da Soja, ele buscou conhecimento para se tornar o
mais assertivo possível com o resultado de sua lavoura. “Tem muitos fatores
que influenciam na nossa tomada de decisão e, diariamente, tudo muda com os
conhecimentos mundo afora. Precisamos participar para ter uma ideia melhor e ser
o mais assertivo possível no nosso negócio”, disse Cofferri. As
informações partem da assessoria de imprensa da Expodireto Cotrijal.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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