Agronegócio

Abiove eleva previsão de safra de soja a 123,7 milhões de toneladas

17 de fevereiro de 2020
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O Brasil deverá colher um recorde de 123,7 milhões de toneladas de soja na temporada 2019/20, com maiores produtividades vistas nos campos em colheita, estimou nesta sexta-feira a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

A associação, que inclui as principais companhias globais, como ADM e Bunge, também revisou a previsão de exportação de soja do Brasil, maior exportador global, reduzindo-a para 73,5 milhões de toneladas contra 75 milhões de toneladas na estimativa anterior.

A redução reflete o arrefecimento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. As vendas externas de soja, por ora, não parecem ser afetadas pelo surto do novo coronavírus na China, segundo a Abiove.

A projeção de safra, realizada com base em estimativas das associadas, ficou 0,7% maior na comparação com a previsão de 122,8 milhões de toneladas de janeiro, o que representa um aumento de 5 milhões de toneladas ante a projeção revisada para a colheita do ano passado.

Já a exportação brasileira em 2020 cairia ante cerca de 74 milhões de toneladas de 2019, conforme número também revisado pela Abiove nesta sexta-feira. Até janeiro, os embarques do ano passado eram apontados em 72 milhões de toneladas. A revisão para cima da estimativa de embarques do ano passado reduziu a projeção de estoques iniciais deste ano.

“No caso da exportação do grão (em 2020), decorre de uma situação de normalização do mercado internacional. O Brasil volta a competir em condições mais normais com EUA, Argentina. A ‘trade war’ já tem menor intensidade, estamos estimando uma volta da participação dos EUA no mercado internacional”, declarou o economista-chefe da Abiove, Daniel Furlan Amaral, ao antecipar os números à Reuters.

Questionado sobre eventual impacto nos embarques de soja do coronavírus, que tem causado mortes e interrompido fluxos de mercadorias na China, Amaral disse que “por enquanto não recebemos essa preocupação”.

“Por enquanto, a questão (a redução na expectativa de exportação) está muito mais centrada na redução das tensões comerciais”, destacou.

A avaliação está em linha com análise de consultorias sobre o assunto, que por ora apontam a maior presença da soja dos EUA na China como um fator mais importante do que o coronavírus para a redução as exportações brasileiras em 2020.

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