O ritmo acelerado das exportações brasileiras de carne suína no primeiro trimestre poderá colaborar para reduzir a oferta interna do produto em até 5%, estimou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) na segunda-feira (11). “O ritmo das exportações está em compasso acelerado e deve seguir por mais tempo nestes níveis”, disse o presidente executivo da entidade, Francisco Turra, em nota. “Com isto, considerando esta conjuntura, é possível prever que a disponibilidade interna de carne suína deverá apresentar uma redução de até 5%.” No primeiro trimestre, as exportações brasileiras de carne suína somaram 164,5 mil toneladas, alta de 77,8% na comparação com os primeiros três meses de 2015. A receita em dólar somou US$ 275,1 milhões no primeiro trimestre, aumento de 21,9% na comparação anual.
O diretor executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Nilo de Sá, avaliou que os números são positivos, mas lembrou que o primeiro semestre do ano passado foi o pior para exportações de carne suína brasileira em uma década. Considerando a estimativa de que a produção de carne suína brasileira crescerá entre 2% e 3% neste ano, Sá calculou que as exportações brasileiras teriam de chegar a 800 mil toneladas no ano para que houvesse uma redução de 5% na oferta interna em relação a 2015. “Para ter essa explosão, precisaríamos acessar novos mercados”, disse Nilo de Sá.
No ano passado, o Brasil exportou cerca de 550 mil toneladas de carne suína. O maior volume de carne suína já exportado pelo Brasil em um ano foi de 625 mil toneladas, em 2005, segundo dados da ABPA. Desde então, os embarques brasileiros superaram as 600 mil toneladas em 2007 e 2009. Sá acrescentou que o consumo no mercado interno está em queda e não está substituindo a carne bovina, mais cara, no ritmo esperado anteriomente. Os volumes exportados, segundo ele, também não estão refletindo em melhor remuneração para produtores e frigoríficos no mercado interno. “O que a gente está exportando ainda não está sendo o suficiente porque o mercado interno, que tem mais peso, não vai bem”, disse. Negociações para abertura de novos mercados para a carne suína brasileira estão em andamento, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Na semana passada, o Mapa informou que as negociações para exportar carne suína de Santa Catarina ao México e à Coreia do Sul estavam avançadas. Santa Catarina é o maior estado produtor e exportador de carne suína do país e, juntamente com o Rio Grande do Sul, reconhecido como livre da peste suína clássica pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Melhor distribuição das vendas – O vice-presidente de Suínos da ABPA, Rui Vargas, disse que no primeiro trimestre houve uma melhor distribuição da oferta de carne suína brasileira entre os mercados para os quais o Brasil exporta. Até o ano passado, a Rússia comprava quase metade do total de carne suína exportada pelo Brasil, deixando o país muito dependente desta demanda. Neste ano, a participação da Rússia no primeiro trimestre ficou em 37% do total exportado pelo Brasil, enquanto Hong Kong e China elevaram suas compras. Hong Kong comprou 15,7 mil toneladas de carne suína em março, aumento de 58% ante o mesmo período do ano passado. Já a China elevou suas compras em 30.000% em março, na comparação anual, para 6,4 mil toneladas, refletindo novas habilitações de plantas brasileiras pelo país asiático.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 22/11/2024 17:50