Por: Valdecir Luis Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS).
Os desafios enfrentados pelo setor suinícola, já não são novidade. A cada ano que passa, superamos as adversidades que só encontramos em nosso setor. Quando avaliamos o ano, o dividimos em 1º e 2º semestre, já que, com o passar dos meses, acontecem diversas transformações no mercado, que afetam a produção e a comercialização do suíno.
Começamos 2023, ainda com resquícios do ano anterior. Os preços dos insumos estavam nas alturas, já o do suíno, oscilando, entre baixos e estáveis. Com esse cenário, o resultado no 1º semestre, foi o não “fechamento da conta”.
Legenda: Na tabela consta o comparativo do preço médio do suíno e do custo de produção no primeiro semestre.
Já no 2º semestre, com a entrada da safra do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, nós pudemos ver o preço do milho, principal insumo da alimentação dos suínos, recuar, e consequentemente, reduzir os custos de produção.
Nesse mesmo período, os preços dos suínos tiveram “força” para melhorarem e se manterem estáveis. Cenário influenciado pela escassez de oferta de suínos no mercado interno, principalmente o dos produtores independentes, que abastecem agroindústrias gaúchas e de outros estados.
Com isso, ao avaliarmos a situação do mercado gaúcho, vemos um preço mais bem pago pelo quilo do suíno, e um custo de produção menor, o que resulta em uma remuneração mais alto ao produtor e o “fechamento da conta”, sem prejuízos, mesmo com margens pequenas.
Legenda: Na tabela consta o comparativo do preço médio do suíno e do custo de produção até o momento. Os dados são referentes ao segundo semestre, que ainda não foi concluído.
As exportações da carne suína produzida em solo gaúcho, também estão em crescente evolução. Com muitas plantas habilitadas no Rio Grande do Sul, somos um estado com condições técnicas e sanitárias adequadas para levar a carne produzida aqui, para diversos países do mundo.
Legenda: Comparativo das exportações em 2022 e 2023.
Além disso, em 2021, fomos reconhecidos e certificados pela Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa) como zona livre de aftosa sem vacinação, critério que influencia positivamente nas exportações.
Para 2024
Tradicionalmente como um setor primário, somos uma atividade da produção que sempre aposta que o ano que se iniciará, será melhor do que aquele que já passou. Com isso, a nossa expectativa como Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), para 2024, é que o resultado de todo o trabalho do suinocultor gaúcho, possibilite que o mesmo, pague nossas contas e obtenha lucro, para que possa seguir na atividade e ter condições de vida adequadas ao seu esforço diário.
A suinocultura gaúcha em números
No Rio Grande do Sul, a suinocultura é um dos grandes pilares da economia, são mais de 12 milhões em tributos pagos anualmente pelos produtores. Só aqui, mais 369 mil matrizes estão alojadas. Do total, 211 mil são produzidas no sistema de agroindústrias, 76 mil por cooperativas, 59 mil através de parcerias agropecuárias e 21 mil por suinocultores independentes.
A produção decorrente de todos os sistemas de produção, abastecem 222 indústrias, que estão diretamente ligadas ao setor suinícola e são inspecionadas pelo SIM, DIPOA e SIF.
Além disso, o setor também oportuniza trabalho para milhares de pessoas, já que, para que a produção de suínos complete seu ciclo e chegue até a casa dos brasileiros, precisa-se de muitos profissionais. Estima-se mais de 200 mil pessoas estão envolvidas no processo.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 14/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 2.006,67Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 73,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/11/2024 17:50