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AGRICULTURA: Brasil apresenta técnicas produtivas sustentáveis na Dinamarca

28 de outubro de 2021
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Porto Alegre, 28 de outubro de 2021 – O Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa) participou, nesta quinta-feira, do seminário
“A contribuição do Brasil e da Dinamarca para o Desafio da Oferta Alimentar
Sustentável”, em Copenhague. O evento é organizado pela Embaixada do Brasil
na Dinamarca, com o apoio da Apex-Brasil, do Danish Agriculture and Food Council
e do Danish Grain and Feed e contou com a participação de autoridades,
empresários, investidores e acadêmicos.

O secretário de Inovação, Desenvolvimento Regional e Irrigação do
Mapa, Fernando Camargo, destacou as boas práticas brasileiras voltadas para a
sustentabilidade ambiental do setor agropecuário. Segundo ele, o mundo precisa
frear o aumento da temperatura, mas conciliando com a produção de alimentos
para os 2 bilhões a mais de pessoas que virão ao mundo até 2050.

“Precisamos fazer isso por meio de uma agricultura com baixíssima
emissão de gases de efeito estufa, e a agricultura brasileira pode contribuir
de modo decisivo para isso. O Brasil produz hoje 1 bilhão de toneladas em
alimentos, fibras e bioenergia. Isso permite ao país contribuir com a
alimentação de 1,5 bilhão de pessoas, enviando nossos produtos para exatos
193 países. Estamos fazendo isso com base em um processo produtivo que é
descarbonizante”.

Além de descarbonizar a agricultura, o Brasil tem espaço para expandi-la
sobre áreas de pastagens degradadas, sem a necessidade de desmatar os
principais biomas. Nos últimos 10 anos, foram revigorados 27 milhões de
hectares de pastagens e para os próximos 10 anos a meta é recuperar mais 30
milhões.

Fernando Camargo apresentou os resultados do Plano de Agricultura de Baixo
Carbono, o ABC, lançado há 10 anos, bem como as metas para a próxima década,
com a inclusão de novas tecnologias como a utilização de novos bioinsumos, a
utilização da irrigação e a terminação intensiva de animais.

Ele lembrou que a agricultura brasileira é baseada em ciência e na
adaptação ao calor tropical e disse que o Brasil fez uma revolução verde na
produção de alimentos nos últimos 50 anos, superando seu problema de
segurança alimentar e se tornando um grande provedor de alimentos ao mundo.
“Nossa produtividade aumentou 456% e a área agrícola apenas 55% nos últimos
50 anos. Fizemos tudo isso, preservando 66% do território original brasileiro.

Inovação e inclusão

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, também participou do seminário,
falando sobre ciência e inovação para uma agricultura mais sustentável.
Moretti apresentou dados para mostrar que, usando tecnologia, o Brasil pode
dobrar a produção sem promover desmatamento.

O Brasil usa atualmente 7,6% de sua área para a produção agrícola e,
com técnicas como o Plantio Direto, realiza até três safras ao ano. São 70
milhões de hectares de área cultivada e 90 milhões de hectares de pastagens
degradadas, que estão basicamente no Nordeste e no Centro do país, fora do
bioma Amazônico. “Usando tecnologia, vamos transformar essas áreas em terras
cultiváveis. Podemos dobrar a produção de alimentos, fibras e bioenergia sem
tocar em uma única árvore da Amazônia”.

Moretti apresentou o trabalho da Embrapa ao longo dos anos e técnicas
desenvolvidas pela empresa, como a carne e a soja carbono neutro. Segundo ele, a
agricultura brasileira está pronta para contribuir com a meta de uma economia
sem emissão de gases de efeito estufa até 2050.

Já o assessor especial do Mapa Fernando Zelner falou sobre os principais
pilares da atuação do Ministério da Agricultura, como regularização
fundiária e ambiental, inclusão produtiva, inovação e produção
sustentável. Ele disse que o governo federal está buscando regularizar a
situação de famílias que há anos migraram para a Amazônia pois, com o
título, elas podem ter acesso ao crédito, políticas públicas, assistência e
melhores práticas de produção. “Se isso não for feito, processo completo,
as ocupações irregulares de terras públicas continuam, um ciclo que não é
interrompido”, destacou Zelner.

A inclusão de produtores da agricultura familiar na economia formal, para
que possam ter crédito e acesso a mercados globais e doméstico, também foi
apresentada como uma das políticas prioritárias do Mapa. Zelner apresentou no
seminário ferramentas como o cooperativismo, políticas públicas de
aquisição de alimentos e participação desses produtos na merenda escolar e
lembrou que, durante a pandemia, o governo manteve as compras para que os
agricultores familiares não tivessem uma drástica perda de renda.

Caso de sucesso

O seminário contou com a participação de outros representantes
governamentais de Brasil e Dinamarca, além de pesquisadores e membros da
iniciativa privada. O embaixador do Brasil na Dinamarca, Rodrigo Azeredo dos
Santos, disse que o objetivo do evento é promover a cooperação bilateral
entre governo e empresas dos dois países, além de passar a mensagem de que a
agricultura sustentável do Brasil é um caso de sucesso e contribui para a
segurança alimentar do país e do mundo.

Segundo ele, o Brasil é um dos países que mais pode contribuir para
cumprir o desafio de produzir mais alimentos nos próximos anos, sem necessidade
de desmatamento para aumentar a produção agricola. “Com alta produtividade e
a disponibilidade de terras cultiváveis, o Brasil tem um papel muito
importante para ajudar na segurança alimentar nas próximas décadas”,
destacou o embaixador.

A Dinamarca é uma liderança relevante nas discussões de
sustentabilidade, tanto na União Europeia quanto em fóruns multilaterais
importantes como a OMC e a OCDE. O país também é um parceiro estratégico
para o Brasil, haja vista a disponibilidade de investimentos para projetos
internacionais que atendam a rígidas exigências ambientais, sociais e de
governança.

COP26

Após o evento na Dinamarca, o grupo do Ministério da Agricultura se
reúne aos demais integrantes da comitiva brasileira em Glasgow, na Escócia,
onde acontece a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima
(COP26). O secretário Fernando Camargo representará o Ministério da
Agricultura no evento. As informações partem da assessoria de imprensa do
Mapa.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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