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AGRICULTURA: Comercialização e crédito pautam debate sobre Plano Safra

19 de abril de 2017
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Porto Alegre, 19 de abril de 2017 – Os apontamentos de entidades
representativas do setor agropecuário do Rio Grande do Sul para o Plano Safra
2017/2018 foram discutidos em audiência com o secretário de Política
Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, além de representantes da
pasta e também do Ministério da Fazenda, em evento realizado nesta
terça-feira, 18 de abril, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Os
representantes do governo ouviram os questionamentos dos dirigentes sobre
gargalos como crédito, seguro rural e comercialização.

Conforme Geller, o Plano Safra, que deverá ser lançado no final de maio,
será alinhado com o setor e deverá agregar novas culturas, além de retomar o
programa de armazenagem, que hoje é um dos principais problemas enfrentados
pelos produtores. “Estamos discutindo com a equipe econômica para mostrar a
importância desses programas, além de reforçar o custeio agrícola. Outro
ponto importante é a incorporação de tecnologia nas propriedades com a
automação de grandes, médias e pequenas propriedades. A agricultura de
precisão precisa ser fortalecida”, salienta.

O secretário adjunto de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério
da Fazenda, Ivandré Montiel da Silva, afirmou que a pasta não tem a
pretensão de construir a política agrícola, mas sim apresentar as condições
econômicas e financeiras para melhor alocar os recursos para o próximo plano
safra 2017/2018 que inicia em julho. Salienta que o desafio é fazer uma safra
pujante com os recursos disponíveis. Precisamos otimizar fontes de recursos,
manter recursos para as operações de custeio e harmonizar entre os dispêndios
com a equalização das taxas de juros e com a subvenção ao seguro rural, que
é um pleito histórico do setor.

Em sua apresentação, o diretor do Departamento de Crédito e Estudos
Econômicos do Ministério da Agricultura, Wilson Waz de Araújo, destacou o
crescimento da safra, que deve ser de mais de 42 milhões de toneladas em
relação ao ano anterior, mas que as dificuldades de custo de produção e
logística, entre outros fatores, consomem a renda do produtor rural. Um dos
principais pontos relatados pelo dirigente do ministério foi o seguro rural,
que é preciso ser incrementado, mas reconhece que o processo não será
rápido. “Está na nossa agenda expandir o Seguro Rural. Não se vai conseguir
colocar R$ 1,5 bilhão de uma hora para outra. É necessário, mas precisa ser
feito de forma gradual”.

O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande
do Sul, Henrique Dornelles, destacou entre os pontos necessários para melhoria,
a questão da comercialização, tanto interna quanto externa. O dirigente
lembra que hoje o produtor não tem competitividade para exportar o arroz porque
o custo do embarque do grão em casca está impeditivo ou o produtor tem que
baixar R$ 3,00 a saca para que o mercado internacional possa absorver. Além
disso, lembrou do alto ICMS que é pago para que o arroz saia do Rio Grande do
Sul para outros Estados. “Preciso pagar 12% para que o meu arroz saia do Rio
Grande do Sul. As indústrias preferem se abastecer com arroz paraguaio que
precisa pagar só 4% de ICMS”, alerta.

Para o secretário geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do
Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Pedrinho Signorini, enquanto a safra vem sendo
positiva com aumento de produção e alta produtividade, os agricultores estão
preocupados com as altas nos custos e nos juros. “Os bastidores nos dizem que
está previsto um aumento de juros. Não dá para irmos na contramão. Os
indicativos mostram que se o agricultor não tiver resultado e renda, não
teremos nem arrendatários interessados. Agora que a colheita vai passando,
estamos assustados”.

Na visão do diretor executivo da Federação das Cooperativas
Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Sérgio Feltraco,
as cooperativas agropecuárias tratam a oportunidade de construir uma
infraestrutura necessária para alavancar os negócios. Explica que em relação
aos preços, o produtor convive com os mesmos valores de 2015 nas cotações da
soja, milho e triho. “Temos que ter a visão de que é dificil defender uma
agricultura forte dentro desse cenário de volatilidade de preços, ausência de
um seguro rural forte, variabilidade climática. É nesse sentido que
entendemos a necessidade de garantir recursos ao nivel da safra anterior”.

Já o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Guinter
Frantz, avalia que o sentimento do Irga é de que nos últimos anos há uma
melhora na produção no campo, com a soja tomando conta das várzeas no Estado.
O que assusta quem faz pesquisa, conforme o dirigente, é que o produtor não
consegue renda. “Há uma boa produção e boa colheita, mas os números
assustam. A preocupação está na dificuldade do acesso ao crédito oficial.
Fazemos a pesquisa, levamos tecnologia e gestão ao campo, mas se tem problema
estrutural, o nosso trabalho se esvai porque o produtor não tem renda”.

Participaram do debate também representantes da Associação Brasileira
dos Criadores de Ovinos (Arco), Federação das Cooperativas de Lã do Brasil
(Fecolã), Emater, Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos
Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), Sindicato Nacional das Empresas de
Aviação Agrícola (Sindag), Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa),
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sindicato das Indústrias de Arroz
do Rio Grande do Sul (Sindarroz) BRDE, Sicredi, além de produtores rurais. As
informações partem da assessoria de imprensa da FecoAgro/RS.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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