Porto Alegre, 07 de setembro de 2014 – Não basta produzir mais alimentos.
O desafio de abastecer 9,3 bilhões de pessoas em 2050 exige que o Brasil e o
mundo também reduzam perdas e desperdícios, abram o comércio mundial,
invistam em inovação, revejam a relação das pessoas com a comida e garantam
que os agricultores familiares tenham renda de forma sustentável.
Esses temas serão debatidos na edição 2014 do Desafio 2050, que será
realizado no próximo dia 14 de outubro, em São Paulo. A iniciativa integra o
Fórum Inovação, Agricultura e Alimentos criado pela Organização das
Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO-ONU), Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Associação Nacional de Defesa Vegetal
(Andef) e Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).
A preocupação global com a segurança alimentar fica ainda maior diante
de um recente estudo da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, que
projeta que a população mundial pode chegar a 12 bilhões de habitantes em
2100, com uma África três vezes mais populosa do que hoje.
A FAO-ONU projeta que o Brasil será o principal responsável pelo aumento
da produção global de alimentos nas próximas décadas. “O Brasil está
atendendo o chamado e ampliando constantemente a oferta de alimentos, por meio
do desenvolvimento e da adoção de tecnologias”, avalia Alan Bojanic,
representante da FAO-ONU para o Brasil e palestrante do evento no dia 14 de
outubro. De acordo com projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento divulgadas há duas semanas, só nos próximos 10 anos, o Brasil
deve ampliar a produção de grãos e de carnes em mais de 30%.
Com cinco milhões de famílias de produtores rurais, o Brasil deixa claro
o papel central da agricultura familiar no crescimento da oferta global de
alimentos. O Desafio 2050 também aborda o desenvolvimento dessas famílias, já
que 2014 é o Ano Internacional da Agricultura Familiar da ONU. “Esperamos
levar o conjunto de propostas e experiências apresentadas durante o Desafio
2050 para outros lugares, pois quase metade da população global está no meio
rural”, diz Eduardo Daher, diretor executivo da Andef.
O Desafio 2050 contará com apresentações também do presidente da
Embrapa, Maurício Lopes; do coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em
Alimentação da Unicamp, Walter Belik, que é um dos idealizadores do programa
Fome Zero; da representante para o Brasil do Projeto Millennium e mestre em
Estudos do Futuro pela Universidade de Houston, Rosa Alegria; da chef Monica
Rangel, fundadora do Movimento Brasil à Mesa; e do embaixador Marcos Azambuja,
ex-secretário-geral do Itamaraty e coordenador da Rio92.
Heróis da Revolução Verde
Além de abordar os temas centrais ligados à alimentação, o Desafio 2050
reverenciará, mais uma vez, os heróis da Revolução Verde no Brasil. São
especialistas das Ciências Agrárias e da Alimentação, cujas pesquisas e
inovações contribuem de forma decisiva para o aumento contínuo da competitiva
produção brasileira de alimentos. Neste ano, o Brasil produzirá 200 milhões
de toneladas de grãos, 26 milhões de toneladas de carnes, 35 bilhões de
litros de leite e 1,2 bilhão de dúzias de ovos, entre outros indicadores.
“Assim como fizemos no ano passado, vamos prestar nosso tributo às
pessoas que dedicam suas vidas à produção de alimentos no Brasil, além de
prestar uma homenagem especial aos 100 anos do nosso mestre, Fernando Penteado
Cardoso”, ressalta Luiz Carlos Corrêa Carvalho presidente da ABAG.
Responsável pela difusão do uso de fertilizantes no Brasil, Fernando
Penteado Cardoso foi um dos 10 heróis homenageados na edição 2013 do Desafio
2050. Além dele, receberam o título de Heróis da Revolução Verde no ano
passado os ex-ministros Roberto Rodrigues e Alysson Paolinelli, além de
agricultores e cientistas como Eliseu Alves, Edson Lobato, Alfredo Scheid Lopes
e Cacilda Borges do Valle. Acompanhe abaixo a programação completa do Fórum
Desafio 2050, segundo informações da assessoria de imprensa.
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PROGRAMAÇÃO COMPLETA
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Panorama mundial da fome e as contribuições da agricultura familiar
Alan Bojanic, representante da FAO-ONU para o Brasil
A maior parte dos 800 milhões de famintos do mundo está na zona rural, e cerca
de 70% dos alimentos produzidos no mundo vêm da agricultura familiar. O
engenheiro agrônomo boliviano da Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura indica os caminhos para que os pequenos produtores
ampliem sua renda e a oferta de alimentos.
O futuro dos alimentos
Maurício Lopes, presidente da Embrapa
Até 2050, o mundo não estará apenas produzindo mais alimentos. Pesquisas na
fronteira da ciência mostram que produziremos alimentos melhores, do campo à
mesa. O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária mostra o que
vem pela frente e como as cadeias produtivas devem se preparar.
Produção, natureza e sociedade: o equilíbrio em busca da segurança alimentar
Walter Belik, coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação –
Unicamp
Um dos criadores do programa Fome Zero, Belik mostra como o combate à fome
depende do equilíbrio entre a produção de alimentos e os recursos naturais. E
coloca mais um fator nessa equação: o social. Fenômenos como o desperdício
de alimentos e a pobreza também precisam ser enfrentados.
“O Estado do Futuro” e os desafios da superpopulação
Rosa Alegria, representante para o Brasil do Projeto Millennium
Todos estudam o passado na escola, mas ninguém aprende a estudar o futuro. Para
abrir essa diferente linha de raciocínio, a mestre em Estudos do Futuro pela
Universidade de Houston apresenta os destaques do Estado do Futuro, levantamento
anual do Projeto Millennium sobre os 15 desafios globais.
Gastronomia brasileira: qualidade para ganhar o mundo
Monica Rangel, chef e fundadora do movimento Brasil à Mesa
Proprietária de um dos mais premiados restaurantes mineiros do Brasil, decidiu
se engajar na defesa da culinária brasileira em 2011, quando uma normativa da
Embratur exigiu que os hotéis cinco estrelas tivessem restaurantes de
gastronomia internacional – sem nenhuma menção à cozinha brasileira. Hoje,
em parceria com a própria Embratur, promove os sabores brasileiros em todo o
mundo.
A projeção internacional do Brasil no desafio de combater a fome
Emb. Marcos Azambuja, ex-secretário geral do Itamaraty e coordenador da Rio92
Especialista em desenvolvimento sustentável, o ex-embaixador do Brasil na
Argentina e na França apresenta uma visão inusitada sobre as oportunidades e
riscos da imagem do Brasil “Celeiro do Mundo”. Afinal, não basta produzir
excedentes; Azambuja aponta os caminhos para que o país abra mercados e costure
acordos comerciais.
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Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
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R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
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Atualizado em: 22/11/2024 17:50