Porto Alegre, 9 de maio de 2016 – A presidente da República, Dilma
Rousseff, e a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu,
anunciaram no último sábado (7), em Palmas (TO), a proposta de criação da
Agência de Desenvolvimento do Matopiba, que reunirá os setores público e
privado, além da sociedade civil, com objetivo de articular projetos e
iniciativas que fortaleçam a região, formada por Maranhão, Tocantins, Piauí
e Bahia.
Durante cerimônia de inauguração da sede da Embrapa Pesca e Aquicultura,
na capital de Tocantins, Dilma Rousseff assinou o encaminhamento do projeto de
lei que institui a agência, cuja atribuição será implementar um plano
diretor elaborado em parceria pelo Mapa e por empresas privadas.
O Mapa e as empresas Freedom Partners e The Boston Consulting Group (BCG)
apresentaram à presidente o Plano Diretor para Desenvolvimento do Matopiba,
projeto que fornece diretrizes até 2035 para que a região se torne referência
mundial na tradução do desenvolvimento acelerado do agronegócio em avanços
sociais em educação, saúde e infraestrutura básica.
“O plano diretor será decisivo para atrair investidores e empresários
mundo afora para investir na nossa região. Esse projeto está sustentado por
fundos de investimento e pela iniciativa privada, entes que estão cada dia mais
interessados no Matopiba. Por todo lugar do mundo onde estive, todos só querem
saber dessa nova fronteira agrícola brasileira, desse grande potencial em
produção de alimentos que temos”, afirmou a ministra, durante a solenidade.
A empresa de consultoria BCG foi responsável pela realização técnica do
projeto, e o fundo de investimentos Freedom Partners patrocinou o estudo.
Na safra 2015/2016, conforme a Conab, a região do Matopiba foi
responsável por 9,28% da produção de grãos do país. Só perdeu para Mato
Grosso (23,99%), Paraná (18,29%), Rio Grande do Sul (14,70%) e Goiás (9,92%).
Kátia Abreu lembrou que, em maio de 2015, a presidente assinou o decreto
que formaliza a abrangência territorial da região e destacou que o atual
governo deu impulso a obras de infraestrutura fundamentais para o escoamento da
produção local. Entre elas, a contratação das obras para derrocamento do
Pedral do Lourenço – que viabilizará maior fluxo de carga pela Hidrovia
Tocantins -, a conclusão da Ferrovia Norte-Sul e o projeto de duplicação da
BR-153. “A senhora [Dilma Rousseff] deixará um legado imenso para o
Matopiba”, agradeceu.
Dilma Rousseff destacou que o Matopiba é a última fronteira agrícola em
expansão do país. “Esses quatro estados têm um imenso potencial de
crescimento. Ao criarmos essa agência, deixamos claro que essa região, de
fato, é uma das poucas grandes regiões que restam no mundo como fronteira
agrícola a ser explorada. Aqui temos o que há de melhor, solo adequado e uma
infraestrutura que está em conclusão”, disse.
Plano diretor
O Plano Diretor para Desenvolvimento do Matopiba aponta que as condições
naturais favoráveis, com disponibilidade de terras para conversão, relevo
pouco acidentado e disponibilidade de água, somadas às vantagens logísticas
(proximidade aos portos de Itaqui e Salvador, Ferrovia Norte-Sul e Hidrovia
Tocantins) que têm catalisado o desenvolvimento do agronegócio no Matopiba.
No entanto, apesar do grande potencial econômico, a região ainda enfrenta
muitos desafios sociais na educação, saúde, saneamento básico e geração
de renda.
Para reverter este cenário e traduzir o desenvolvimento acelerado do
agronegócio em avanços sociais até 2035, o documento alinha sete objetivos.
Entre elas, aumentar a produção de grãos, reduzir o custo da produção de
soja, manter competitividade no custo logístico, garantir acesso a saneamento e
elevar o Produto Interno Bruto Per Capita, a expectativa de vida e o tempo
médio de permanência na escola.
Para atingir essa meta, o estudo aponta que serão necessários
investimentos de R$ 29 a 66 bilhões, sendo a maior parte proveniente da
iniciativa privada. As áreas prioritárias dos aportes são infraestrutura
logística, educação (oferta de profissionais e técnicos) e serviços
básicos (como saneamento e eletricidade).
A Freedom Partners e a JG Capital criaram um fundo de investimento em
participações para viabilizar os projetos. Outros fundos estão em processo de
criação, a fim de atender às áreas apontadas como prioritárias pelo
estudo. As informações partem da assessoria de comunicação social do Mapa.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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