Porto Alegre, 24 de março de 2022 – A forte alta do preço dos
fertilizantes e o risco de falta do produto em decorrência da guerra entre
Rússia e Ucrânia têm levado muitos produtores a buscarem alternativas. A
Emater-MG tem percebido um grande interesse de agricultores por cursos e
treinamentos sobre biofertilizantes e outras práticas agroecológicas. Só em
2021, cerca de 800 produtores participaram de cursos presenciais e virtuais,
realizados pela área de Agroecologia do Departamento Técnico da empresa. Em
2022, vários cursos para agricultores já estão programados, além de um
treinamento para os extensionistas da Emater-MG, que vão disseminar esses
conhecimentos em várias cidades mineiras.
O coordenador estadual de Agroecologia da Emater-MG, Fernando Tinoco, conta
que, com a subida de preço dos fertilizantes industrializados, produtores que
nunca pensaram em utilizar biofertilizantes estão passando a usar,
principalmente em pequenas áreas. “O interesse por práticas agroecológicas
está crescendo muito. Em abril, vamos fazer um curso em Caldas, no Sul de
Minas, e devido à grande demanda, tivemos de abrir mais uma turma. As
inscrições superaram nossas expectativas”, comenta Tinoco.
Cursos programados
A capacitação para produtores do município de Caldas vai ocorrer nos dias
6 e 7 de abril e a oficina vai abordar de forma prática a produção de
caldas, biofertilizantes e compostos orgânicos. Mas antes disso, na próxima
semana, de 29 a 31 de março, será realizada um curso em Montezuma, no Norte de
Minas. As informações sobre os cursos podem ser obtidas nos escritórios
locais da Emater-MG de cada município.
Outra atividade programada é o treinamento virtual “Construção e Manejo
Sustentável de Fertilidade do Solo”, que terá dois módulos (dias 14 e 21
de junho) e será direcionado para os extensionistas da Emater-MG. “Esse curso
é uma parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia e terá apoio de
profissionais da Epamig e da Embrapa. A proposta é treinar os técnicos da
empresa para que eles repassem os conhecimentos para os agricultores do
estado”, explica Tinoco.
Migração de sistemas de produção
A produtora Maria José da Silva Oliveira, de São Joaquim de Bicas, na
Região Metropolitana de BH, tem participado dos treinamentos, oferecidos pela
Emater-MG em seu município. Ela conta que, no começo, foi difícil a
implantação das técnicas agroecológicas, mas agora os resultados estão
surgindo. “É mais trabalhoso e demora mais para você ver o resultado, mas
compensa. A planta responde bem e você sente que está produzindo um alimento
mais saudável”, comenta a agricultura.
O coordenador da Emater diz que o ideal é que a migração do sistema
tradicional para agroecológico seja feita com o acompanhamento de um
profissional da área, como os extensionistas da Emater-MG. Mas Tinoco dá
algumas orientações para o produtor que trabalha no modo tradicional e está
interessado em adotar técnicas agroecológicas. “Ele pode iniciar fazendo a
compostagem, que é a decomposição de materiais orgânicos. Como adubo de
plantio, dá para fazer a mistura de esterco de vaca ou galinha, palhada
(bagaço de cana ou capim picado) e /ou acrescentar minerais. Para algumas
culturas, a gente pode usar a mistura não só para o plantio, como também na
adubação de cobertura”, explica.
Já os biofertilizantes líquidos são mais indicados como adubos de
cobertura. “O mais simples e fácil de preparar são os biofertilizantes à
base de esterco fresco de vaca e de cama de frango, acrescido também de alguns
minerais, dependendo da cultura. Aí deixamos fermentar em caixas plásticas ou
bombonas por um período aproximado de 30 dias”, diz Tinoco.
Agricultura sustentável
A compostagem leva cerca de 90 dias para fermentar e estar apta para o uso.
Tinoco explica que não é bom usar o esterco fresco diretamente na planta, por
ter algumas bactérias e outros microrganismos que podem contaminar os
alimentos. “Além de serem utilizados como adubo foliar e de cobertura, os
biofertilizantes também são considerados repelentes de insetos pelo forte
cheiro. Eles ajudam ainda no aumento da vida do solo, pois a flora microbiana
possibilita a melhor liberação e absorção de minerais do solo”, argumenta
o coordenador.
Nos últimos anos, no Brasil, tem crescido bastante o uso de bioinsumos.
Além de compostos orgânicos, há microorganismos utilizados para o controle de
pragas e doenças, que também integram a linha agroecológica. “O mundo
caminha para uma agricultura mais limpa e sustentável. E fatores como a alta de
preços e problemas logísticos têm acelerado esse processo”, opina Tinoco.
As informações partem da assessoria de imprensa da Emater.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 05/08/2025 09:30