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AGRICULTURA: Preços dos alimentos favorecem queda da inflação – Mapa

15 de dezembro de 2017
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Porto Alegre, 15 de dezembro de 2017 – O comportamento dos preços dos
alimentos mais uma vez contribuiu para conter a inflação, que está estimada
em 2,88%, no fechamento do ano, segundo o Relatório Focus. O Indice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro ficou em 0,28%. O acumulado no
ano está em 2,5%, representando o menor resultado para um mês de novembro
desde 1998. Os grupos Alimentação e bebidas (A&B) (-0,38%) e Artigos de
residência (-0,45%) foram os únicos com queda nos preços.

Pelo sétimo mês consecutivo o grupo A&B, que tem o maior peso no IPCA
(cerca de 25%), apresentou queda de preços. Nos últimos 12 meses, a variação
acumulada desse grupo é de -2,32% e, no ano, está em -2,40%, a menor desde a
implantação do Plano Real, em 1994.

Abaixo do piso

A contribuição da produção agrícola para a redução do preço dos
alimentos foi lembrada de forma bem humorada pelo ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, em solenidade no Palácio do Planalto
nesta semana. “Estamos falando do setor que mais contribui para política
econômica do país. O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, culpou a
agricultura pelo fato de o Banco Central não ter acertado a meta de inflação.
Os preços caíram tanto que a inflação caiu mais ainda. Quer dizer, é uma
culpa muito gostosa que o setor agropecuário recebe.” Isso porque se a
inflação deste mês ficar abaixo de 0,48%, o ano fechará com índice inferior
ao piso de 3% projetado pelo BC.

Os preços do item “alimentação no domicílio”, que representa
efetivamente os gêneros alimentícios consumidos nas residências e cujo peso
no índice geral é de aproximadamente 16%, recuaram, em média, 0,72% em
novembro.

Nos últimos 12 meses, a variação acumulada desse item é ainda mais
significativa, alcançando -5,3%, muito próxima da variação no ano, que é de
-5,25%. Assim, dado o seu peso, o impacto da contribuição da queda do item
alimentação no IPCA acumulado em 12 meses é de -0,84 ponto percentual.

Em novembro, as principais quedas em relação a outubro ocorreram com o
feijão carioca (-8,40%), ovos (-3,28%), farinha de mandioca (-4,78%), e tomate
(-4,64%) e açúcar (- 4,93%).

No acumulado em doze meses, as variações de subitens mais significativas
são: cereais, leguminosas e oleaginosas, que inclui arroz e diversos tipos de
feijão, (-26,5%); frutas (-14,83%); açúcares e derivados (-13,64%); leites e
derivados (-7,23%); e aves e ovos (-5,25%).

Economia de juros

“Esse comportamento não surpreende, na medida em que a agricultura já
demonstrou que os investimentos e políticas públicas aplicados neste setor
podem resultar em substanciais retornos econômicos à sociedade, principalmente
por meio da crescente oferta de alimentos, energia e matérias-primas
industriais, ajudando a conter a elevação de preços”, analisa Marcelo
Guimaraes, economista do Departamento de Crédito e Estudos Econômicos do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Para o economista, a contribuição que a agricultura vem oferecendo à
recuperação da economia vai muito além da queda dos índices de inflação.
Ela também possibilita uma redução mais expressiva da taxa Selic,
beneficiando todos os setores da economia brasileira. “Se não tivesse havido
uma queda de preços de alimentos tão acentuada, muito provavelmente a taxa
básica de juros do Banco Central não poderia ter sido reduzida na magnitude em
que ocorreu”, pondera Marcelo Guimarães. Hoje a Selic está em 7% a.a.,
metade do que era há um ano.

A queda na Selic possibilita também a redução do custo anual da dívida
pública diretamente a ela indexada. Segundo estimativas do BC, cada queda de 1
ponto percentual na taxa básica, mantida por 12 meses, reduz a dívida em cerca
de R$ 22 bilhões. Além disso, reduz também o custo da dívida pública
diretamente indexada ao IPCA.

Atividade Econômica

O desempenho do PIB da agropecuária também contribuiu para a retomada do
crescimento da economia brasileira. Embora apresente uma participação
relativamente pequena no PIB (em torno de 5%), o setor agropecuário se
caracteriza por um alto nível de encadeamento com outros setores produtivos.

Puxado pela safra recorde colhida neste ano, de 238 milhões de toneladas
de grãos, a agropecuária apresentou um crescimento acumulado de 15% no
primeiro semestre de 2017, comparado ao mesmo período do ano anterior. Vale
lembrar que no resultado do primeiro trimestre, quando cresceu 15,2% em
relação ao mesmo período em 2016, o setor respondeu por 0,8 ponto percentual
do 1,0% de crescimento do PIB de janeiro a março na comparação com o último
trimestre de 2016.

“Por fim, os elevados superavits comerciais agrícolas apresentam efeitos
sobre a taxa de câmbio, com impactos relevantes de contenção sobre os
índices de inflação e consequentemente sobre as dívidas e instrumentos
financeiros indexados ou sob a influência do dólar”, conclui Marcelo
Guimarães. Com informações da assessoria de imprensa do Mapa.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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