Porto Alegre, 6 de dezembro de 2018 – Abrir as possibilidades para mudar a
realidade do produtor do Semiárido nordestino, por meio da adoção dos
sistemas de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), e transformar a
região em prioridade estratégica de desenvolvimento agropecuário, tendo como
primeiro passo a realização de um grande seminário com a participação de
agricultores, extensionistas, autoridades e representantes dos governos
estaduais e federal.
Esta foi uma das principais propostas apresentadas na reunião da
assembleia da Rede ILPF realizada nesta terça-feira, 4 de dezembro, na
presidência da Embrapa, em Brasília, DF, e que reforçou a preocupação e o
compromisso da Empresa, com o setor produtivo, e em especial com a inclusão,
com a garantia de geração de emprego e renda, por meio da disseminação do
conhecimento.
“Este será o primeiro passo, o ponto de partida para que a Rede ILPF, da
qual a Embrapa faz parte, contribua com uma mudança efetiva no Semiárido”,
comentou o presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa, destacando a importância
de se trabalhar em torno de uma agenda voltada às necessidades da região,
tendo como uma das ferramentas de transformação e combate à miséria a
disseminação da tecnologia da ILPF.
“Existe uma preocupação por parte do Ministério da Agricultura e temos
recebido recomendações tanto do atual ministro Blairo Maggi, quando da
ministra indicada Tereza Cristina, para que a ciência contribua com planos de
desenvolvimento e inovação tecnológica voltados especificamente para o
Nordeste”, concluiu. Na reunião, o presidente da Embrapa foi nomeado membro
da Assembleia da Rede ILPF e a empresa Ceptis, de origem suíça, assinou o
termo de posse como nova associada.
Segundo o presidente do Conselho Gestor da Rede ILPF e pesquisador da
Embrapa, Renato Rodrigues, a proposta de realizar o primeiro seminário sobre
Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta é um dos desafios para 2019, que,
certamente já conta com o apoio das instituições que fazem parte da rede.
“A Embrapa tem muito a contribuir com essa iniciativa. São nove Unidades
Descentralizadas na região que já desenvolvem experiências fantásticas a
partir do uso dessa tecnologia”, destacou, lembrando que, atualmente, das 42
UDs da Empresa em todo o País, 33 estão envolvidas no desenvolvimento de
projetos e colaboram com a Rede ILPF.
Renato falou ainda sobre o potencial e o reconhecimento que tem sido
conquistado pela tecnologia não só no Brasil, como no cenário internacional.
“Estamos em fase de negociação com instituições estrangeiras, como a
Universidade Politécnica de Madri (Espanha), para criação de uma cátedra em
agricultura de baixo carbono, que certamente será um modelo que vai abrir as
portas para a Europa”, disse. Também estão sendo analisadas propostas de
parceria e busca de financiamento com a Agência Francesa de Desenvolvimento,
com o governo alemão, com o ministério da agricultura inglês, além do Banco
Mundial. “Nesta negociação, estão envolvidos o Ministérios da Fazenda, do
Meio Ambiente e da Agricultura que, juntos trabalham na submissão de um projeto
brasileiro no Fundo Verde para o Clima, no âmbito da comissão de mudanças do
clima”, explicou, destacando que, apesar da competitividade entre os projetos
de outros países, já se pode considerar a iniciativa uma vitória. “É a
primeira vez que o Brasil submete um projeto a esse fundo, de forma consensual
entre todos os órgãos de governo envolvidos, e que pode resultar em
empréstimos a fundo perdido para investimento em estratégicas de ILPF”,
concluiu.
Iniciativa do bem
Para o presidente da John Deere, Paulo Hermann, o sucesso da união das
empresas – que chamou de “iniciativa do bem” – em torno do desenvolvimento da
tecnologia ILPF, há seis anos, tem resultado na mudança do panorama
agropecuário nacional, que, em 2016, já registrou a marca de 11,5 milhões de
hectares integrados, em diferentes maneiras de integração, feita de acordo com
a região, e que hoje, segundo estimativas, deve ter atingido a marca de 15
milhões de hectares. “É uma tecnologia fantástica, porque combina culturas
sequenciais e simultâneas, e do ponto de vista comercial, gera mais receitas ao
longo do ano, sem contar as vantagens do ponto de vista ambiental”,
completou.
Para a segunda etapa do projeto da Rede ILPF, chamou a atenção para a
adoção de estratégias que possibilitem a monetização do sistema, a
certificação de propriedades que usem o sistema produtivo, a formação de
profissionais com atualização de conhecimento. “Existe uma complexidade para
gerir o sistemas integrados e por isso, é preciso investir em ações voltadas
a isso”, disse.
Estiveram presentes à assembleia o chefe de gabinete da presidência da
Embrapa, Raimundo Braga, representantes do Bradesco, Syngenta, Sementes Oeste
Paulista (Soesp), Cocamar Cooperativa Agroindustrial e Ceptis.
Rede ILPF
A Associação Rede ILPF é uma parceria público-privada formada pela
Embrapa e instituições parceiras, iniciada em 2012, para apoiar uma rede com
107 Unidades de Referência Tecnológica distribuídas em todos os biomas
brasileiros e que envolve a participação de 33 Unidades de Pesquisa da
Embrapa. Em 2018 a Rede ILPF se transformou em uma associação. A nova
estrutura jurídica visa ampliar a atuação do grupo e facilitar a entrada de
novas empresas interessadas no projeto. Nesta nova fase, a Rede ILPF continuará
o trabalho de transferência de tecnologia, capacitação de assistência
técnica e de comunicação que já vem sendo feito, buscando aperfeiçoá-lo.
Além disso, terá foco na internacionalização, na agregação de valor por
meio da certificação e na inovação. A expectativa é que além do recurso
destinado pelas empresas participantes, possa ser feita captação em fundos
internacionais. Com informações da assessoria de imprensa da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 31/07/2025 11:10