Porto Alegre, 24 de junho de 2019 – O Diário Oficial da União (DOU) desta
segunda-feira (24) traz a publicação do ato n 42, do Departamento de
Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, com
o registro de 42 defensivos agrícolas. Desse total, apenas um produto traz um
ingrediente ativo novo, os demais são produtos genéricos que já estavam
presentes em outros produtos existentes no mercado.
Da lista de registros, 29 são produtos técnicos equivalentes, ou seja,
genéricos de princípios ativos já autorizados no país, para uso industrial.
Outros 12 registros (10 de origem química e dois de origem microbiológica)
são produtos genéricos que já estão prontos para serem usados no controle de
pragas na agricultura brasileira. Em média, os produtos registrados hoje
estavam há quatro anos na fila para aprovação.
Também está na lista o registro do produto técnico à base do
ingrediente ativo Florpirauxifen-benzil, que é o primeiro ingrediente ativo
novo aprovado em 2019. Ele apresenta alta eficiência contra a infestação de
diversas plantas daninhas para as quais hoje o produtor rural tem muitas
dificuldades para controlar.
O objetivo da aprovação de produtos genéricos é baratear o preço dos
defensivos, o que faz cair o custo de produção e, conseqüentemente, os
preços dos alimentos para o consumidor brasileiro. Já a aprovação de novos
produtos tem como objetivo disponibilizar novas alternativas de controle mais
eficientes e com menor impacto ao meio ambiente e à saúde humana.
“As aprovações de novos produtos técnicos equivalentes significam que
novas fábricas estão autorizadas a fornecer ingredientes ativos para
fabricação dos produtos formulados que já estão registrados, possibilitando
um aumento na concorrência no fornecimento industrial destas substâncias”,
explica o Coordenador-Geral de Agrotóxicos e Afins da Secretaria de Defesa
Agropecuária, Carlos Venâncio.
Processo de registro
Para serem registrados, os pesticidas devem ser avaliados e aprovados pelo
Ministério da Agricultura quanto à eficiência agronômica, pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto ao impacto para a saúde
humana e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) quanto aos impactos ao meio ambiente. Não há ingerência
política na análise e a avaliação técnica realizada pelos três órgãos
federais está alinhada às melhores práticas internacionais.
Com a publicação de hoje, chega a 211 o número de produtos autorizados
desde o início do ano. O aumento da velocidade dos registros se deve a ganhos
de eficiência possibilitados por medidas desburocratizantes implementadas nos
três órgãos nos últimos anos, em especial na Anvisa, que modernizou seu
processo a partir de 2015.
Nos últimos três anos, foram quebradas as patentes de ao menos 15
ingredientes ativos que antes eram comercializados apenas por uma empresa.
Nesses casos o tempo da patente e da proteção de dados já havia expirado, mas
as empresas continuavam comercializando os ingredientes ativos sozinhas no
mercado, pois não havia o registro dos genéricos. Nos próximos meses, mais
seis ingredientes ativos hoje comercializados por apenas uma empresa também
devem ter genéricos registrados.
Segurança
Os critérios usados pelo Brasil para a aprovação de novos registros são mais
rígidos do que os de outros países. Se fôssemos usar a classificação
internacional, o Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem
de Produtos Químicos, conhecido como Sistema GHS, o índice de pesticidas
classificados como extremamente tóxicos no Brasil passaria de 34% para cerca de
14%.
“O Ministério da Agricultura garante a qualidade dos alimentos produzidos
e consumidos no Brasil e condena a campanha de desinformação que está sendo
feita sobre esse assunto, que é extremamente técnico. Nossos alimentos são
exportados para 160 países e testados tanto na saída do Brasil quanto na
entrada em outros países. Quando há resíduos, estão muito abaixo do que é
permitido pelos códigos internacionais”, explica a ministra Tereza Cristina
(Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
O relatório do Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em
Alimentos (PARA), realizado pela Anvisa, mostrou que cerca de 99% das amostras
de alimentos analisadas entre 2013 e 2015 estavam livres de resíduos que
representam risco agudo para a saúde. Um novo relatório com a análise dos
dados de monitoramento de resíduos de 2016 a 2018 deve ser divulgado neste ano.
O objetivo de fazer a fila andar no Brasil é justamente para aprovar novas
moléculas, menos tóxicas e ambientalmente corretas, e assim substituir os
produtos mais antigos. Atualmente, são mais de 2 mil produtos na fila para
serem avaliados e o prazo legal para a liberação é de quatro meses. Há
produtos que estão na fila há mais de oito anos.
O fato de haver mais marcas disponíveis no mercado não significa que vai
aumentar o uso de defensivos no campo. O que determina o consumo é a
existência ou não de pragas, doenças e plantas daninhas. Os agricultores
querem usar cada vez menos em suas plantações, pois os defensivos são caros e
representam 30% do custo de produção.
Novo herbicida
O Florpirauxifen-benzil é um herbicida de modo de ação ainda inédito no
território nacional. O produto formulado à base deste novo herbicida, que no
futuro poderá ser utilizado para o controle de plantas daninhas na cultura do
arroz, ainda está em fase final de análise nos órgãos federais envolvidos,
com previsão de finalização para as próximas semanas. O ingrediente ativo em
questão ganhou o prêmio de química verde em 2018.
“Com este novo herbicida, o produtor rural terá uma nova alternativa
altamente eficiente para plantas daninhas de difícil controle e de menor
toxicidade do que os disponíveis hoje no mercado”, destacou Venâncio.
O registro de um produto técnico novo é a primeira fase de registro de um
defensivo. Nesta fase, o Ibama avaliou o impacto ao meio ambiente e a Anvisa
realizou análise quanto ao impacto na saúde humana. As informações partem da
assessoria de imprensa do Mapa.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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