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‘-AGRICULTURAS: JUROS E TECNOLOGIAS ATRASADAS DIFICULTAM BAIXO CARBONO – CNA

21 de maio de 2014
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SAFRAS (21) – Os principais entraves na consolidação do Programa de
Agricultura de Baixo Carbono (ABC) estão nas elevadas taxas de juros cobradas
dos produtores, comparadas a outros programas do setor agrícola, e na
morosidade no processo de difusão de novas tecnologias. Foi o que afirmou o
consultor técnico da Comissão Nacional do Meio Ambiente, da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Nelson Ananias Filho, em audiência
pública realizada na Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas
(CMMC), no Senado.
O técnico da CNA citou ainda dois outros fatores que prejudicam a
consolidação da agricultura de baixo carbono no Brasil: a precariedade das
estradas e ferrovias do país e a precária assistência técnica dada ao
produtor. Para ilustrar a questão do elevado custo financeiro dos projetos,
Nelson Ananias mostrou que taxas de projetos já existentes – caso dos fundos
constitucionais – possuem juros inferiores aos cobrados no Programa ABC. Neste
foram fixadas taxas entre 4,5% e 5% ao ano, inibindo o produtor a buscar tais
linhas de crédito.
Preservação ambiental – Documento apresentado pelo representante da CNA
na audiência pública destaca que o Brasil preserva 61% de seu território,
(517 milhões de hectares com vegetação nativa) e apenas 38,7% das terras
produtivas são ocupadas por propriedades rurais. Ao mesmo tempo, revelou ele, o
Brasil está em segundo lugar em termos de floresta nativa (519 milhões de
hectares), total superado apenas pela Federação Russa (809 milhões de
hectares).
Durante os debates na CMMC, o deputado Alfredo Syrkis (PSB/RJ), que
presidiu os trabalhos da Comissão, reclamou da ausência de representantes do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo
Nacional de Mudanças Climáticas. Isso impediu a apresentação de alternativas
e propostas voltadas para a redução das taxas de juros e, assim, abrir
caminhos para fortalecer a agricultura de baixo carbono.
Segundo números apresentados pela CNA, no recente programa de
modernização de armazéns e silos do país, as taxas de juros foram fixadas em
3%, inferiores aos dos projetos do Programa ABC. Para Nelson Ananias, ações
pontuais nesse segmento não têm eficácia. “São necessários projetos que
tenham continuidade e viabilidade técnica, além da melhoria na logística
(ferrovias e rodovias). É preciso também, dentro do Programa ABC, fortalecer e
expandir os programas de irrigação agrícola no país”, concluiu.

As informações partem da assessoria de comunicação da CNA.
(FR)

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