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Agroceres Multimix e Revista DBO lançam projeto “TIP em Foco”

28 de maio de 2019
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Um caminho sem volta. Assim pode ser classificada a TIP (Terminação Intensiva a Pasto), que consiste em um sistema “verde-amarelo” de engorda intensiva, onde o verde (capim) funciona como volumoso e o amarelo (concentrado), como fonte proteica-energética. Por que a TIP é um caminho sem volta? Porque ela amplia as possibilidades do pecuarista de elevar sua produtividade por hectare, independentemente de seu tamanho, e confere ao Brasil um diferencial competitivo sem precedentes.

Para divulgar esse sistema, a Revista DBO, em parceria com a Agroceres Multimix, lança o Projeto TIP em Foco, uma série inédita de reportagens sobre o tema, abrangendo desde seus conceitos básicos até exemplos de aplicação nas fazendas. Para começar essa caminhada que se encerrará em fevereiro de 2020, vamos detalhar os fundamentos da TIP e entender sua importância para a pecuária brasileira.

Segundo projeções da Organização das Nações Unidas (ONU), teremos 9 bilhões de habitantes no planeta até 2050 e haverá necessidade de se produzir 70% mais alimentos, incluindo carnes, tarefa que exigirá esforço redobrado de potências agrícolas como o Brasil. “Teremos de atender essa forte demanda com respeito ao meio ambiente e uso racional dos recursos naturais, ou seja, de forma sustentável e, principalmente, com muita produtividade”, salienta Ricardo Ribeiral, diretor da Agroceres Multimix. A TIP, segundo ele, pode desempenhar papel importante nesse processo, porque permite produzir mais carne a pasto com eficiência zootécnica, econômica e respeito ao bem-estar dos animais. Esses fatores colocam o Brasil em posição de destaque em relação a concorrentes como os Estados Unidos, que fazem engorda quase que exclusivamente em confinamento.

Não existem estatísticas sobre o número de bovinos terminados intensivamente a pasto no Brasil, mas, segundo estimativas da Athenagro Consultoria, de São Paulo, SP, o País engordou de maneira intensiva (pasto e confinamento) cerca de 5,5 milhões de animais no ano passado. Técnicos da Agroceres estimam que no Estado do Mato Grosso, berço e principal usuário dessa tecnologia, cerca de 50% dos animais abatidos em sistemas intensivos, já são oriundos da TIP. “A grande difusão da TIP no Estado deveu-se principalmente à grande oferta de grãos e ao seu perfeito casamento com o sistema de ILP (integração lavoura-pecuária)”, explica Ribeiral.


Evolução natural

As experiências mais consistentes com TIP tiveram início nos anos 2000, principalmente por iniciativa da Novanis, empresa de nutrição animal hoje integrada à Agroceres. “Começamos fornecendo uma quantidade maior de suplemento aos animais durante o período de transição das águas para a seca (abril/junho), em pastos previamente vedados, para terminar lotes que não tinham ficado prontos na estação chuvosa. Era mais um semiconfinamento, com fornecimento de 1% do peso vivo em concentrado no cocho. Vimos que os resultados eram bons e passamos o esticar o período de trato, mas aí surgiram os problemas. Quando caíam as primeiras chuvas, o capim seco apodrecia e o desempenho despencava, obrigando o produtor a vender o gado”, relembra o gerente regional de vendas da Agroceres no MT, Neimar Urzedo, que participou ativamente desse processo, à época como técnico da Novanis.

Segundo ele, a saída encontrada, em 2004/2005, foi elevar o fornecimento de ração para 1,5% a 2% do peso vivo, mas, como a lotação era baixa (1 cab/ha), os animais caminhavam pelo piquete atrás de brotos de capim, deixando a ração de lado. “O que fizemos? Colocamos os animais em piquetes menores, com lotação de 10 cab/ha e zero volumoso (sem capim), comendo somente concentrado, onde, sem os aditivos de hoje, tivemos muito problema de acidose, laminite”, conta Urzedo. “Mais uma vez foi preciso reformular o sistema. Ajustamos a área do piquete para 30 há e reduzimos a lotação para 5 cab/há, de forma que os bois pudessem consumir um pouco de capim (fonte de fibra) e ajustamos a dieta concentrada, para evitar problemas metabólicos”, acrescenta. Paralelamente a isso, foi desenvolvido o primeiro distribuidor de ração a pasto, adaptado a partir de uma calcareadeira. Antes, o produto era ensacado e fornecido manualmente, o que demandava muito tempo e mão de obra, dificultando a montagem de grandes projetos.

O período 2005 a 2010, portanto, foi marcado por ajustes nutricionais e operacionais, mas faltava validar o sistema, tarefa prontamente assumida pelos pesquisadores Flávio Dutra de Resende e Gustavo Rezende Siqueira, da Apta-Colina, que investigaram o que acontece com o organismo animal na TIP. Após uma série de experimentos iniciados em 2010, eles descobriram que os bois terminados intensivamente a pasto apresentavam menor ganho médio diário, em comparação com os confinados, porém forneciam quantidade idêntica de carcaça. Pensavam menos na balança quando vivos, porque tinham vísceras e conteúdo do trato gastrointestinal menores, devido ao menor consumo de fibra e à maior taxa de passagem do alimento pelo rúmen. Essas pesquisas quebraram paradigmas e geraram novos conceitos, como o rendimento do ganho, ajudando a desmistificar a ideia de que o boi, na TIP, engorda menos. Tudo isso impulsionou o sistema a partir de 2015. Hoje, ele é adotado tanto por pequenos quanto por grandes pecuaristas, que têm conseguido produzir de 30 a 90@/ha/ano, colocando a atividade pecuária em destaque em termos de lucratividade, com fazendas já alcançando números que superam a casa dos R$1.000,00/ha/ano.

Rendimento do ganho

Os estudos desenvolvidos pela Apta confirmaram uma premissa básica, embora ainda não totalmente fixada na mente do pecuarista: ele vende carcaça não peso vivo. Essa métrica, aliás, se revelou imprecisa, porque não mostra o que está acontecendo “dentro” do animal. “Decidimos avaliar quanto do ganho médio diário (GMD) era transformado em carne e foi assim que surgiu o conceito de rendimento do ganho, cujo valor é obtido dividindo-se o peso em carcaça pelo peso vivo, em determinado período”, explica Gustavo Siqueira. No experimento da Apta-Colina, os machos terminados intensivamente a pasto engordaram 0,96 kg/cab/dia ante 1,13 kg/cab/dia dos confinados, sendo abatidos 27,7 kg mais leves (494,3 x 522 kg). Entretanto, eles conseguiram transformar 79,9% do GMD em carne (rendimento do ganho excelente), em contraste com 67,1% dos confinados, que apresentaram maior percentual de componentes não carcaça.

Segundo Siqueira os dois sistemas – TIP e confinamento – não devem ser vistos como concorrentes. “Se o produtor não dispõe de área para terminação a pasto, pode montar a infraestrutura necessária para engorda confinada. Se tem área, pode optar pela TIP, que, inclusive, é mais plástica, permitindo aproveitar oportunidades de mercado (alta inesperada da @ ou queda no preço do milho), enquanto o confinamento tem estrutura mais pesada, por exigir produção ou compra prévia de volumoso. Mas são dois sistemas excelentes. Muitos produtores, inclusive, estão usando os dois, porque se complementam”, diz o pesquisador, salientando, contudo, que a TIP exige bom manejo das gramíneas forrageiras. “O principal erro do produtor é pensar que, dando 12 kg de ração/cab/dia, não precisa ter capim, quando este é fundamental no processo”, alerta o pesquisador.

Cotação semanal

Dados referentes a semana 22/11/2024

Suíno Independente kg vivo

R$ 9,53

Farelo de soja à vista tonelada

R$ 71,50

Casquinha de soja à vista tonelada

R$ 1.200,00

Milho Saca

R$ 1.975,00
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Preço base - Integração

Atualizado em: 07/11/2024 17:50

AURORA* - base suíno gordo

R$ 6,35

AURORA* - base suíno leitão

R$ 6,45

Cooperativa Majestade*

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base suíno gordo

R$ 6,35

Dália Alimentos* - base leitão

R$ 6,45

Alibem - base creche e term.

R$ 5,55

Alibem - base suíno leitão

R$ 6,30

BRF

R$ 7,05

Estrela Alimentos - creche e term.

R$ 6,10

Estrela Alimentos - base leitão

R$ 6,10

Pamplona* base term.

R$ 6,35

Pamplona* base suíno leitão

R$ 6,45
* mais bonificação de carcaça Ver anteriores

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