Porto Alegre, 27 de novembro de 2015 – As viagens internacionais da
ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Kátia Abreu, são um
termômetro para medir o interesse de empresários estrangeiros em investir no
Brasil, principalmente no agronegócio e em projetos de infraestrutura. Ela
apresentou o potencial de crescimento da produção nacional, especialmente no
Matopiba, (região formada pelos estados do Maranhã, Tocantins, Piauí e Bahia)
e destacou a prioridade que o governo vem dando ao escoamento de alimentos pelo
chamado Arco Norte.
Desta vez, a ministra constatou, durante missão de 6 a 19 de novembro,
que Arábia Saudita, Emirados Árabes, India e China foram receptivos à
possibilidade de investimentos no país e de abrirem seus mercados a produtos
brasileiros. Entre as conquistas obtidas pela missão, estão o fim do embargo
saudita à carne bovina e a habilitação pela China de sete novas plantas
frigoríficas para exportação.
Árabes querem investir em alimentos
Kátia Abreu afirmou que os países árabes podem contar com o Brasil
como fornecedor estável e seguro de alimentos, uma vez que os governos da
Arábia Saudita e dos Emirados Árabes decidiram parar de produzir grãos devido
à escassez de água em seus territórios.
Grandes traders e holdings árabes do ramo alimentício demonstraram
interesse em investir no Matopiba, como as sauditas Salic, Al Munajem Group e
Arasco e as emiráticas Al Dahra e Al Ghurair Investments.
“Começamos a mapear quais países seriam escolhidos para essa
parceria em prol da segurança alimentar do nosso povo. Entre as condições
estavam boa relação com a Arábia Saudita, estabilidade política e
oportunidades de produção. O Brasil reúne todas essas condições, é um
país amigo e estável”, disse Abdullah A. Al-Dubaikhi, o presidente da Salic
– empresa que pretende investir em produção de milho, soja, açúcar e carne
vermelha no Brasil.
Interessada em importar arroz, frutas, vegetais e ração, a empresa Al
Dahra enviará ao Brasil uma missão técnica para identificar oportunidades de
investimento em agropecuária. “Não temos água suficiente para alimentar o
Oriente Médio e a solução é firmar parcerias. O Brasil é país muito
importante para nós. Sei que agora estamos com as pessoas certas e estamos
animados para dar início à nossa cooperação”, disse o CEO Abdulmalik
Abdullah Al-Husseini.
Oportunidades de Investimento
Kátia Abreu afirmou aos empresários e às autoridades dos dois países
que o Matopiba terá um projeto específico de desenvolvimento e destacou que o
Plano de Investimento em Logística (PIL) prevê R$ 198,4 bilhões em
concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, melhorando a logística
de escoamento da produção de alimentos.
O Mapa enviará aos empresários árabes planos de negócios sobre
diversas atividades que podem ser praticadas no Matopiba, como irrigação,
cultivo de frutas, criação de peixes e bovinos e florestas plantadas.
O ministro da Agricultura do Reino da Arábia Saudita, Abdulrahman Al
Fadhly, disse estar “ansioso” para conhecer melhor o potencial produtivo do
Matopiba e destacou a necessidade de colocar investidores brasileiros e sauditas
em contato direto. “É um projeto excelente, estou entusiasmado”,
assinalou.
“Temos condições de atendê-los com alegria e humildade. Temos clima,
pesquisa, inovação e, além de tudo, a vocação dos brasileiros em produzir
alimentos”, respondeu Kátia Abreu.
Expansão comercial
Na India e na China, a principal mensagem levada pela ministra Kátia
Abreu a autoridades governamentais e empresários foi a necessidade de se
ampliar o comércio e combater o isolamento.
Em Pequim, a ministra destacou a necessidade de o Mercosul e a China
avançarem em um acordo de preferências tarifárias, assunto que foi levado
também à reunião com o presidente da Companhia Nacional Chinesa de Cerais,
Óleos e Gêneros Alimentícios (COFCO), Patrick Yu.
O executivo afirmou que a Cofco – maior empresa chinesa em
industrialização, processamento e comércio de alimentos – “tem interesse em
participar do processo de desenvolvimento da Região Norte”. De acordo com
Yu, os negócios com o Brasil deverão se ampliar nos próximos anos,
especialmente no processamento de açúcar e na importação de carnes.
“Sempre vamos acompanhar as oportunidades no Brasil e esperamos que
nosso negócio seja cada vez mais próspero e desenvolvido em lácteos, carnes e
outros setores”, afirmou Patrick Yu.
Na capital indiana, Kátia Abreu defendeu a parceria entre os dois
países no comércio internacional. “India e Brasil não devem se encarar
como competidores, mas como parceiros”, como comentou. Na avaliação da
ministra, cabe aos líderes governamentais mostrar aos produtores agrícolas que
o “isolamento não é bom para ninguém” e reforçar a necessidade de
ampliar o comércio bilateral entre os dois países.
O ministro das Ferrovias da India, Suresh Prabhakr Prabhu, disse que seu
país vê o Brasil como um “parceiro natural” e apoiou a iniciativa
brasileira de ampliar o Acordo de Preferências Tarifárias Fixas
Mercosul-India. O assunto também foi tratado com a ministra do Comércio e
Indústria da India, Nirmala Sitharaman.
“Estou muito impressionada com o potencial da agropecuária brasileira
e gostaria de ter uma relação mais abrangente com o Brasil”, disse
Sitharaman.
A ministra negociou um acordo de cooperação entre a empresa indiana UPL
e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para estimular a
produção no Brasil dos chamados pulses, que são leguminosas em grãos, como
grão de bico, lentilha e feijão.
O governo indiano prevê que o consumo das leguminosas em grãos naquele
país vai explodir nos próximos anos, e o Brasil é um dos poucos países que
têm condições de suprir a demanda crescente. A India importa anualmente 3,6
milhões de toneladas desses grãos e tem expectativa de chegar a 10 milhões em
cinco anos. As informações partem da Assessoria de Comunicação Social do
Mapa.
Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras
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